Terminada a primeira fase da
temporada 2019 da Fórmula 1, dá para dizer que a Haas foi a equipe mais irregular e com a performance mais esquisita do grid. Não se mostrou completamente ruim, como é o caso da Williams, nem mais ou menos como a maioria dos times do pelotão intermédio, tampouco evoluiu ou se aproximou de manter a posição de quinta força conquistada no ano passado. A esquadra americana construiu um carro difícil de lidar. Como se não fosse o bastante – desgraça pouca é bobagem, não é mesmo? –, o time ainda precisou administrar os muitos erros de seus pilotos, batidas e toques, inclusive, entre a própria dupla. No fim,
a Haas acaba essa metade de campeonato de forma sofrível, apenas à frente da equipe de Frank Williams. E isso não é nada bom.
A equipe chefiada por Guenther Steiner soma apenas 26 pontos depois de 12 corridas. Para se ter uma ideia do complexo ano do time, o intervalo entre a primeira prova, na Austrália, onde marcou 8 pontos, e a quinta corrida, em que acumulou 7, passou em branco. Depois, viveu mais uma sequência de quatro provas seguidas longe da zona de pontos e envolta em polêmicas, principalmente por conta dos erros consecutivos de seus comandados.
Guenther Steiner tem nas mãos uma equipe desastrada (Foto: AFP)
É bem verdade que o VF-19 não nasceu bem e enfrenta problemas para encontrar o melhor desempenho dos pneus Pirelli – a nova espessura dos compostos causou dores de cabeça em diversas equipes e dificultou o ganho de temperatura. Essa foi uma queixa recorrente, aliás. O carro em si também tem suas falhas e defeitos, muito embora tenha no ritmo de classificação seu ponto mais forte – Kevin Magnussen foi seis vezes ao Q3 até aqui, enquanto Romain Grosjean tem quatro top-10. Só que isso não tem sido suficiente para manter o time na zona de pontos. A partir da Espanha, quando o houve o primeiro choque entre os dois pilotos, a maionese desandou. Quer dizer, a inconsistência em performance de corrida, aliada aos erros da dupla, têm tornado a vida da equipe cada vez mais complicada.
Durante a parte final do GP do Canadá, Steiner teve de repreender Kevin pelas insistentes reclamações via rádio, em que dizia que aquela
"havia sido a pior experiência que tinha tido na F1". Duas semanas depois, na França, o próprio chefe afirmou que aquele havia sido o "pior fim de semana de corrida" da equipe.
A F1 viveu uma boa corrida na Áustria, mas Magnussen e Grosjean tiveram problemas de toda a sorte, não apresentaram qualquer competitividade, apesar do quinto lugar que o dinamarquês foi capaz de conquistar na classificação – ele acabou punido por um troca de câmbio, mas a performance seguia esquisita. Tão estranha a ponto de a Haas recorrer ao pacote usado na Austrália para tentar uma melhor performance: o recurso foi usado mais de uma vez, aliás.
Kevin Magnussen e Romain Grosjean bateram entre si ao longo de 2019(Foto: Haas)
Então, Magnussen e Grosjean foram para as duas últimas etapas antes da pausa das férias na berlinda, envoltos em especulações sobre uma eventual saída da equipe, devido aos incidentes. Ainda assim, na Alemanha, os dois pilotos sobreviveram ao caos na chuva em Hockenheim e terminaram a corrida nos pontos. Na Hungria, o francês sequer completou a prova, enquanto Kevin obteve um discreto 13º lugar, apesar de ter travado uma bonita briga com Daniel Ricciardo, da Renault.
Romain Grosjean vem errando mais que Magnussen (Foto: AFP)
De toda a forma, a Haas encerra a primeira fase da temporada 2019 em uma posição das mais complicadas. Está na penúltima colocação da tabela, enquanto os rumores sobre uma troca de pilotos não param. A verdade é que a equipe, no papel do chefe Steiner, ainda parece engatinhar na F1 e tem dificuldades para gerenciar seus pilotos, insiste em erros, e isso também parece frear os avanços técnicos, mesmo tendo por trás uma parceria como da Ferrari. Se quiser mesmo sair desse buraco, as mudanças terão de ser mais profundas do que a simples alteração da dupla de pilotos.
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