Explosão atinge refinaria de petróleo perto da pista durante treino da F1 em Jedá

Enquanto pilotos da Fórmula 1 realizavam primeiro treino live em Jedá, na Arábia Saudita, refinaria da Aramco explodiu e deixou um rastro de destruição no céu

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A sede da Aramco, uma das maiores — se não a maior — companhias petrolíferas do mundo e patrocinadora do Mundial de Fórmula 1, sofreu com uma explosão ainda não explicada nesta sexta-feira (25), na Arábia Saudita, conforme divulgado por agências de notícias ao redor do mundo. Enquanto o TL1 da Fórmula 1 acontecia normalmente em Jedá, era possível ver uma nuvem de fumaça se alastrando pelo céu ao fundo.

O ataque foi relacionado aos terroristas Houthi, da etnia xiita, que disputam o controle político do Iêmen apoiados por forças do Irã. Do outro lado, uma coalizão sunita fortalecida por Arábia Saudita — daí o motivo do ataque — e Emirados Árabes Unidos tenta impedir que os Houthis tomem o controle. A guerra acontece desde meados de 2014. No entanto, as autoridades locais não oficializaram a autoria, que também não foi reivindicada pelo grupo.

Assim, uma das refinarias da Aramco em Jedá teria sido atacada pelos rebeldes, que deixaram um rastro de destruição, fogo e fumaça no céu árabe. O primeiro treino livre da Fórmula 1, no entanto, transcorreu livremente enquanto cidadãos relatavam o cheiro de fogo e o forte barulho proveniente do impacto — que aconteceu a aproximadamente 10 km do circuito.

Os mais de sete anos de guerra no Iêmen transformaram o país no maior centro de crise humanitária do planeta, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Mais de 20 milhões de pessoas são afetadas pelo conflito, que espalha fome, destruição e miséria por todo o país. Em áreas como Taiz e Marib, cinco milhões de pessoas não têm o que comer, quatro milhões não possuem mais moradia e mais de dois terços da população necessita de ajuda humanitária apenas para sobreviver.

Destaque de fumaça ao fundo enquanto TL1 da Fórmula 1 acontecia normalmente em Jedá (Foto: Reprodução/Twitter)

Estimativas dão conta de que mais de 370 mil pessoas já morreram no conflito, sendo mais de 130 mil por motivos indiretos — como fome, falta de infraestrutura básica e sistema de saúde. Entre os mortos, mais de 10 mil seriam crianças. Apenas em fevereiro, foram contabilizados mais de 700 ataques aéreos relacionados ao conflito. As partes negam, mas ambos os lados são acusados de cometerem crimes de guerra.

Radares que registram a atividade aérea do globo divulgaram que aviões comerciais evitam passar pelo território árabe, temerosos de que possam ser envolvidos no conflito.

Apesar de ter determinado o cancelamento do GP da Rússia, devido à invasão do país europeu na Ucrânia, a Fórmula 1 ainda não se pronunciou sobre a guerra no Iêmen e o bombardeio na Arábia Saudita — além, é claro, das diversas acusações de crimes humanitários no país do Oriente Médio — e até o momento mantém as atividades acontecendo normalmente.

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