F1 avança nas discussões sobre adoção de ‘efeito solo moderno’ para elevar número de ultrapassagens, diz revista

De acordo com a revista britânica ‘Autosport’, a reunião com os diretores-técnicos das equipes da F1 na última terça-feira indicou que a categoria deverá adotar um sistema de efeito-solo nos carros, na esteira da adoção do novo regulamento técnico, previsto para 2017

O novo regulamento técnico, em fase de desenvolvimento para entrar em vigor a partir da temporada 2017, pode trazer mudanças significativas na aerodinâmica dos carros. Tudo com a intenção de proporcionar mais ultrapassagens. E uma dessas alterações está na influência da asa dianteira no desempenho dos bólidos como um todo, o que, na configuração atual, pode gerar muita turbulência quando os carros ficam muito próximos uns dos outros.

Na esteira da reunião promovida na última terça-feira (18) pelo Grupo de Estratégia da F1 com o comparecimento dos diretores-técnicos das equipes do grid, foi traçado um planejamento para a adoção do chamado ‘efeito solo moderno’ a partir de 2017. É o que diz o site da revista britânica ‘Autosport’.

A F1 está em busca de soluções para aumentar o número de ultrapassagens com o novo regulamento técnico (Foto:AP)

Na configuração atual, os carros produzem downforce por meio de um pequeno difusor traseiro, da asa traseira e das asas dianteiras, extremamente complexas. A proposta visa, no fim das contas, aumentar o nível de downforce dos carros, mas reduzir a perda de performance aerodinâmica na turbulência, quando um carro segue o outro de perto.

A proposta pela adoção do efeito solo seguiria um pouco o que é adotado pela GP2 nos dias de hoje, aumentando o downforce, mas também oferecendo um desempenho aerodinâmico mais equilibrado em dianteira e traseira do carro, tornando mais fáceis as manobras de ultrapassagem independente do uso da asa móvel.

“No momento, a asa dianteira proporciona todo o fluxo [de ar] debaixo do carro. Você pode ver o quanto complexos são o design e a construção disso, eles vão te dar toda a performance do carro, mas no momento em que você esteja atrás dele, não há muito o que fazer”, explicou à publicação o britânico Bob Fernley, chefe-adjunto da Force India.

“O que nós queremos ver nas regras para 2017, com o objetivo de obter o desempenho que é preciso, é ir adiante com aquilo que eu chamaria de efeito solo moderno. Ele não vai ser como nos carros do passado, mas vai usar o mesmo princípio. Isso não será muito afetado por quem você esteja seguindo ou algo do tipo. Portanto, isso deve ajudar nas ultrapassagens”, disse o engenheiro. “Então sua asa dianteira acaba sendo mais um apêndice do que um gerador de downforce”, comentou.

O também engenheiro Éric Boullier, diretor de corridas da McLaren, também gostaria de ver a F1 menos dependente do papel aerodinâmico desempenhado atualmente pela asa dianteira. “Por ter uma maior importância do efeito solo, você pode recuperar a perda do downforce, o que é mais fácil de gerir. As asas dianteiras hoje são tão complicadas que se você mudar apenas dois milímetros de uma aleta, você perde o downforce na parte de trás. Ao mudar a filosofia do carro, isso seria melhor.”

“É por isso que para 2017 haverá alguma mudança no que diz respeito à carenagem, com uma asa traseira mais larga e mais baixa, o que ajudaria a reequilibrar o carro, sem tanto foco na asa dianteira”, disse o francês.

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