F1 veta volta do formato antigo e propõe classificação por tempo agregado de duas voltas. Decisão deve sair na quinta-feira

Bernie Ecclestone e Jean Todt vetaram a reversão para o formato antigo de classificação e apresentaram uma nova proposta: que o tempo agregado das duas melhores voltas de cada piloto em cada uma das fases da classificação determine a definição do grid de largada já a partir do GP da China. As equipes da F1 devem se reunir e decidir por uma mudança até quinta-feira

Após uma reunião com duração de 90 minutos realizada na manhã deste domingo (3) em Sakhir, no Bahrein, envolvendo o presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Jean Todt, Bernie Ecclestone e representantes das 11 equipes do grid e também da Pirelli, foi apresentada uma nova proposta de formato de treino classificatório que, se for aprovada por unanimidade, já vai ser adotada pela F1 a partir do GP da China, a próxima etapa do campeonato, em 17 de abril, daqui a duas semanas.
 
A ideia das equipes era de reverter o sistema para o que foi adotado até 2015. Mas Bernie Ecclestone e Jean Todt vetaram. A proposta apresentada pelos dirigentes segue a essência do que foi o formato de classificação até o ano passado, mas com os pilotos tendo de marcar duas voltas cronometradas em cada um dos três períodos da classificação — Q1, Q2 e Q3 —, valendo então os tempos agregados para definir a posição de cada piloto nas fases do treino classificatório.
 
O formato proposto visa, no fim das contas, garantir um tempo maior aos pilotos na pista e evitar situações como o que foi vista no último sábado no Bahrein, quando a maioria dos competidores fez apenas uma volta em cada uma das fases de classificação para poupar os pneus.
Bernie Ecclestone, Jean Todt e Christian Horner após reunião da F1 no Bahrein (Foto: Getty Images)
Contudo, resta ainda saber qual a posição da Pirelli, já que a adoção deste novo formato vai exigir mais dos pneus, e isso deve ser considerado até quinta-feira, quando a F1 deverá decidir sobre qual rumo vai tomar a partir do GP da China.
 
Em entrevista ao site norte-americano ‘Motorsport.com’ após a reunião, Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull, contou como foi o encontro e o que foi proposto em Sakhir.
 
“Foi um debate animado, mas salutar. É evidente que a classificação foi discutida nos mínimos detalhes. Acho que as equipes gostariam de voltar a 2015, mas o promotor [Bernie Ecclestone] e a FIA não estão de acordo. Uma ideia foi posta sobre a mesa, e as equipes têm até quinta-feira para estuda-la”, contou.
 
“No geral, sinceramente é melhor que o que nós temos, muito mais próximo ao sistema do ano passado, mas precisa de uma análise mais detalhada. É realmente voltar até o formato de classificação de 2015, mas ao invés de uma volta rápida por sessão, vai ser a soma de duas voltas cronometradas”, disse o dirigente britânico.
 
“Mas é evidente que traz complexidades com os pneus, de modo que isso deve ser plenamente considerado. Os pneus são uma chave que deve ser compreendida com perfeição”, explicou.
 
Horner confirmou que o interesse das equipes era reverter para o formato antigo, mas como não há tal possibilidade, a ideia é encontrar uma solução próxima a isso. “Acho que as equipes foram unânimes que o mais fácil é voltar ao que havia em 2015. Isso não é possível, de forma que temos de tratar de encontrar uma solução. Vamos considera-la de forma adequada ao invés de nos apressar e tomar uma decisão hoje”, finalizou.
 
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