Falando em mal-entendido, Maldonado diz que tem condições de guiar na F1 mesmo sem PDVSA: “Venci em todas categorias”
Após ministro dos esportes venezuelano afirmar que governo federal do país não vai mais patrocinar automobilismo, Pastor Maldonado fala que PDVSA não se manifestou, e mesmo que o faça, o patrocínio é com a Lotus, não pessoal
A repercussão da entrevista dada pelo ministro dos esportes da Venezuela, Antonio Álvarez, ao jornal local ‘Últimas Noticias’, em que o político disse que o governo de Nicolás Maduro vai cortar os gastos com o automobilismo, chegou ao Principado de Mônaco. Na chegada a Côte D'Azur, nesta quarta (21), Pastor Maldonado foi perguntado sobre a declaração do ministro.
Pastor se defendeu, tal qual das críticas que tem recebido pelos 'incidentes' nas corridas e treinos. Disse que não vê razão para não estar na F1 sem o dinheiro da PDVSA, mas ressaltou que a empresa estatal ainda não emitiu qualquer comunicado oficial. Além disso, falou ainda que a decisão tomada pelo governo federal é a correta, seguindo os problemas de corrupção que assolaram o automobilismo venezuelano.
"Aconteceu um mal-entendido muito grande dos meios de comunicação. Primeiro, porque a PDVSA não fez qualquer comunicado oficial. Foi o ministro dos esportes quem fez, em que falou que vai cortar o dinheiro para o automobilismo. Já se sabia. Não é que vai cortar: já está cortado desde o ano passado. A história todos conhecemos: alguns pilotos roubaram o dinheiro do ministério do esporte e evadiram as divisas da Venezuela para correr. Todos os programas profissionais e amadores foram cancelados, e com muita razão", disse.
Pastor Maldonado crê ter condições de estar na F1 mesmo sem dinheiro da PDVSA (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)
"Como podemos esperar que o governo continue confiando nesse esporte quando a maioria dos pilotos roubaram dinheiro desta nação?", inquiriu.
"Não é algo positivo para o esporte ou para o país não poder brindar de um suporte dado com muita humildade e apoio. Mas, bom, são decisões duras para o esporte, mas necessários", seguiu.
O piloto da Lotus afirmou ainda que não foi procurado pela PDVSA, de quem disse conhecer bem as pessoas envolvidas.
"Eu não falei com a PDVSA, mas é difícil dizer. Eu não tenho um patrocínio pessoal; a equipe é a patrocinada. Vocês têm de perguntar à equipe e à PDVSA o que eles pensam em fazer. Eu tenho um contrato, conheço muito bem as pessoas da PDVSA, a equipe. Acredito que o contrato que tenho vá além de um ano ou da F1, apenas", falou.
Maldonado também disse que não tinha informações o bastante para dizer se as manifestações que agitaram a Venezuela nos últimos meses tiveram influência, afinal, passa muito tempo fora do país. Para ele, o problema mesmo foi só o desvio de verba do governo.
Por fim, perguntado se seria possível para ele correr na F1 sem o mecenato da gigante do petróleo, disse acreditar que sim. "É difícil dizer. Tenho tudo para estar aqui. Se você olhar para a minha carreira, venci em todas as categorias. Então, por quê não? Venci mesmo na F1, o que não é o caso de muitos pilotos aqui", falou Maldonado, que, além de vitórias, tem no currículo títulos da F-Renault Italiana (2004) e da GP2 (2010).
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