Alonso apresenta sinais de cansaço com Aston Martin. E fim da linha já parece próximo
Fernando Alonso não existe para brigar no meio do pelotão e o cansaço é justificável. O espanhol tem mais a mostrar do que aprender e precisa ter um carro para isso. Por enquanto, a Aston Martin falha forte na missão
Fernando Alonso é unanimidade quando o assunto é qualidade e velocidade. O bicampeão mundial é considerado um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1 desde que se tornou uma realidade ao bater o lendário Michael Schumacher e sua Ferrari nos dois títulos mundiais da Renault, em 2005 e 2006. Mas, assim como para todos nós, o tempo é implacável. E mesmo que Alonso ainda dê um ‘bom caldo’ aos 43 anos, a inconsistência da Aston Martin parece estar cansando o espanhol.
O AMR24, carro do time inglês para a atual temporada, definitivamente, não nasceu como o antecessor AMR23, responsável por vários pódios no início do campeonato passado. Depois de uma passagem mediana pela Alpine, após ficar fora da categoria e se aventurar no endurance, na Indy e até no Dakar, o #14 foi ao pódio em nove oportunidades no ano passado com o time verde, mas sequer chegou a esboçar algo parecido neste ano.
Claramente, Alonso não tem o perfil de ser um piloto reservado, um cara que guarda os problemas para serem resolvidos no lado de dentro da garagem. Fernando prefere a pressão, gosta disso. E, nas últimas semanas, foi aos microfones e fez duras críticas pela queda da equipe na F1 2024. Dá para discutir se o modus operandi é o ideal, mas não a razão do asturiano ao se irritar com o que tem hoje nas mãos.
“O carro não é fácil de pilotar, é um pouco imprevisível em alguns momentos. Obviamente, isso tira a confiança do piloto, que não consegue forçar e confiar que o carro vai se comportar da mesma forma em todas as curvas de todas as voltas”, reclamou recentemente. “Essa inconsistência é algo que não é bom quando você está ao volante. Estou sofrendo mais este ano do que antes”, reforçou o #14.
Alonso está acostumado a competir, mas há muito tempo não vence. É um apaixonado por velocidade, um competidor nato, mas F1 não é só talento. É motor, aerodinâmica, estratégia, o coletivo, pneus. Aquele Alonso brigador, arrojado e difícil de ser ultrapassado na pista só consegue mostrar suas qualidades com um bom carro nas mãos.
O bicampeão já tem pouco a aprender e ainda muito a ensinar. É compreensível que queira, ao seu redor, uma estrutura que o permita se concentrar apenas em extrair o melhor do seu talento. E, no momento, a Aston Martin não se mostra merecedora de tamanha qualidade. Alonso nunca aceitou e nem deve aceitar estar e brigar no meio do pelotão na Fórmula 1. Já saiu da categoria antes por isso, inclusive.
O sonho possível para reagir no futuro fica, ao menos por enquanto, pautado pelo noticiário, que especula o acerto entre Lawrence Stroll e o engenheiro-projetista Adrian Newey, o ‘Mago da Aerodinâmica’, que decidiu deixar a Red Bull e passou a ser disputado no mercado como um piloto de primeiro escalão no grid.
Se fizer o que já mostrou ser capaz em tantos times vencedores, sobretudo no dos energéticos, o peso de ter Newey e um piloto de primeira classe na equipe pode ser igual.
Resta saber se Alonso está ou não disposto a esperar para colher os frutos plantados para a próxima geração da categoria rainha do automobilismo. Afinal, por mais que pareça um garotão em diversos momentos, Fernando já tem 43 anos. E não 23 ou 33.
A Fórmula 1 está na tradicional pausa das férias de verão na Europa e volta de 23 a 25 de agosto em Zandvoort, para a disputa do GP dos Países Baixos.
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