Ferrari conclui pior temporada na F1 em 40 anos: “Sabíamos que ia ser muito difícil”

Laurent Mekies, diretor-esportivo da Ferrari e responsável pela equipe na ausência de Mattia Binotto no GP de Abu Dhabi, afirmou que já nos testes de pré-temporada, em fevereiro, tinha certeza de que 2020 seria bastante complicado para a equipe, cenário que se confirmou ao longo do ano. O dirigente francês lembrou também que a pandemia atrapalhou os planos de evolução, mas os funcionários, com resiliência e força, conseguiram evoluir em meio à crise

Enquanto a Red Bull comemorava a vitória de Max Verstappen e a McLaren festejava a conquista do terceiro lugar no Mundial de Construtores, o sentimento na Ferrari na esteira do desfecho da temporada 2020 da Fórmula 1 com o GP de Abu Dhabi foi de alívio pelo fim de um calvário iniciado no distante mês de fevereiro. Lá em Barcelona, durante os testes de pré-temporada, a equipe já tinha a noção de que um ano bem difícil estava por vir. O que se confirmou ao longo do campeonato. Em termos de posição no Mundial, a escuderia de Maranello terminou em sexto lugar, a pior colocação desde o décimo posto obtido em 1980.

Mesmo com uma dupla muito forte formada por Jody Scheckter e Gilles Villeneuve, a Ferrari fracassou naquela temporada muito por conta do carro, o 312T5.

40 anos depois, a Ferrari, acostumada a tantos títulos e vitórias em uma trajetória que ultrapassou os 1.000 GPs disputados na Fórmula 1, viveu de alguns bons momentos, como os inesperados pódios conquistados por Charles Leclerc com o segundo lugar no GP da Áustria e o terceiro posto no GP da Inglaterra. E Sebastian Vettel, que se despediu de Maranello, fez sua pior temporada desde que estreou na F1, em 2007, mas conquistou um marcante pódio com o terceiro lugar no GP da Turquia antes de encerrar seu ciclo pela equipe italiana.

A Ferrari teve um ano para ser esquecido na Fórmula 1 em 2020 (Foto: Ferrari)

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Laurent Mekies, diretor-esportivo da Ferrari e responsável pela equipe com a ausência do chefe Mattia Binotto no fim de semana do GP de Abu Dhabi, contou que já esperava por um 2020 difícil depois de tudo o que viu nos trabalhos de pré-temporada na Catalunha.

“Em Barcelona, percebemos rapidamente que tínhamos sérias preocupações sobre alguns aspectos do desempenho do carro. Sabíamos que ia ser muito difícil. Não sabíamos, ainda naquela época, quanto tempo demoraria para entendermos isso totalmente e menos ainda para consertar”, comentou o dirigente francês em entrevista coletiva.

Na visão de Mekies, a pausa forçada que a Fórmula 1 atravessou por conta da primeira onda da pandemia do novo coronavírus, entre março e maio, também atrapalhou no processo de desenvolvimento da SF1000.

“Então, fomos para aquela situação maluca em que todos nós passamos na [pandemia de] Covid naquela fase e não podíamos mexer ou guiar o carro por alguns meses. Portanto, acho que havia indícios de que a temporada seria extremamente difícil, como acabou sendo”, salientou.

Contudo, o diretor-esportivo entende que a equipe como um todo foi resiliente, cresceu muito e aprendeu na dor. “É certamente um bom exemplo do que você aprende em tempos de crise. É nesse tipo de situação que você aprende mais. E acho que o que tiramos é a forma como a equipe conseguiu se manter unida durante este tempo para tentar avançar o máximo possível, a despeito dos resultados decepcionantes”.

“Houve muitas conquistas pequenas, mas muito significativas neste ano, mas passaram despercebidas porque estávamos atrás. Mas, novamente, é algo que esperançosamente vai nos tornar mais fortes e vamos manter para o ano que vem”, ressaltou.

Na visão de Mekies, todo o aprendizado alcançado neste ano, com a Ferrari sendo apenas uma coadjuvante do pelotão intermediário, vai impulsionar a equipe de Maranello a ser novamente uma força da Fórmula 1 num futuro próximo.

“Em poucas palavras, o que tiramos disso é, mesmo numa temporada tão difícil, em condições globalmente difíceis, a maneira como lutamos e superamos os nossos limites. Quando você está lá atrás, se assume mais riscos. Os pilotos correm mais riscos, a equipe assume mais riscos com a estratégia, porque é isso o que você tem de fazer para conseguir um bom resultado”, disse.

“Então, esse tipo de saída da sua zona de conforto, se você conseguir sair, isso certamente te torna mais forte”, concluiu.

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