Ferrari lamenta insinuações de trapaça: “Nossa criatividade nunca é reconhecida”

CEO da Ferrari, Louis Camilleri desabafou ao falar sobre as insinuações das rivais Mercedes e Red Bull sobre uma trapaça no polêmico caso do fluxômetro do motor. O executivo reafirmou valores como integridade e disciplina e disse que “é um pouco frustrante” ouvir críticas a respeito

A ascensão da Ferrari no segundo semestre da temporada 2019 da F1, com vitórias consecutivas nos GPs da Bélgica, Itália e Singapura, colocou uma ‘pulga atrás da orelha’ das rivais Mercedes e Red Bull. A escuderia taurina acusou a Ferrari, perante a FIA, de uma irregularidade no sistema de fluxo de combustível, algo que aumentaria a potência do motor. A polêmica eclodiu no fim de semana do GP dos Estados Unidos, justamente onde Charles Leclerc e Sebastian Vettel mostraram grande queda de performance em relação às corridas anteriores.

 
Louis Camilleri, CEO da Ferrari, relembrou a polêmica durante o tradicional jantar de Natal promovido pela escuderia italiana para jornalistas na última quinta-feira (12). O executivo de origem egípcia criticou as rivais e deixou claro que não há espaço para trapaça dentro de Maranello.
No fim da temporada, Mattia Binotto rebateu as acusações de trapaça da Ferrari (Foto: Reprodução)
“Nós somos a Ferrari, uma empresa ´de muito valor, e a integridade e disciplina são nossos principais valores. Nunca faríamos nada que fosse contrário a esses princípios, até porque isso nos prejudicaria, além do fato de que seria contrário a um valor que nos une. Acho que é importante que todos estejam muito focados”, declarou o dirigente em entrevista concedida à versão italiana do site ‘Motorsport.com’.
 
“Mas toda vez que a Ferrari consegue fazer algo um pouco melhor que seus adversários, sempre há algo errado. Nosso talento e criatividade nunca são reconhecidos. E isso é um pouco frustrante”, lastimou.
 
Camilleri também citou um fator sobre o qual acredita ser fundamental para que a Ferrari volte a dominar a F1, como aconteceu nos tempos de Michael Schumacher, Jean Todt e Ross Brawn no início do século.
 
“Acredito que temos os recursos corretos em termos de talento. Precisamos de estabilidade. Se pensarmos nas grandes equipes que brilharam na F1, houve tantos períodos: primeiro, a McLaren; depois, a Ferrari, Red Bull, e agora as Flechas de Prata. Todos em momentos diferentes e com regulamentos diferentes”, explicou.
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“Mas uma coisa que todos eles tinham em comum era a estabilidade da organização. A liderança promove inovação e criatividade, e estas são alimentadas quando as pessoas trabalham à vontade”, disse o CEO, que citou a inevitável pressão sofrida pela Ferrari. A escuderia de Maranello é constantemente cobrada, sobretudo pela imprensa italiana, pela falta de títulos na F1. A última conquista do Mundial de Pilotos foi com Kimi Räikkönen, em 2007.
 
“Obviamente, você precisa ter altos padrões e um pouco de pressão. Mas aqui na Ferrari a pressão nunca falha e não há a necessidade de colocar mais. Eu me sinto encorajado pelos progressos feitos, mas também há decepções, já que em algumas ocasiões foram cometidos erros que certamente nos influenciaram e que poderiam ter sido evitados. Mas você aprende muito mais com os erros do que com algo que corra bem. Acredito que aprendemos muito e buscamos a perfeição no que fazemos”, concluiu.

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