Ferrari ponteia e Red Bull pode atrapalhar Mercedes. Só que segredo de tudo na Hungria está nos pneus

A sexta-feira de treinos livres na Hungria confirmou a força da Ferrari e deixou claro que a Red Bull pode complicar a vida da Mercedes, que enfrentou problemas ao longo do dia. Mas o que realmente importa aqui são os pneus. Quem melhor cuidar dos pneus, vai levar a corrida na quente Hungaroring

Como era de esperar, a Ferrari se impôs na Hungria e dominou as ações quando devidamente calçada com os pneus ultramacios. Não é de hoje que a equipe italiana se dá melhor com os compostos roxos – neste fim de semana, a versão mais macia da Pirelli -, mas, desta vez, ainda tem a natureza do circuito que coloca os italianos também em vantagem. O bom e equilibrado carro de Maranello se dá bem também em pistas travadas e que exigem mais do downforce e da aderência mecânica. Mas a real diferença aqui é a degradação dos pneus. E a SF71H parece não sofrer tanto quanto suas rivais.
 
Sebastian Vettel foi o mais rápido do dia com 1min16s834 – apenas 0s074 mais veloz que Max Verstappen. Mas não se engane pela diferença mínima. A Ferrari está mais consistente. Vettel conduziu com maestria durante a simulação de corrida desta tarde e, mesmo sob um calor forte, não revelou qualquer grande desgaste de pneus. Muita gente enfrentou dificuldades com a borracha na parte traseira. Os vermelhos, não.
 
E isso quer dizer que o #5 já pode ser considerado favorito tanto para a pole deste sábado quanto para a corrida de domingo. “Fiquei bem feliz com a nossa tarde, mais do que estava com a manhã porque agora estamos com um carro bom também em volta rápida”, comentou Vettel. “Ainda podemos melhorar, mas, do ponto de vista técnico, essa foi uma das melhores sextas até aqui. Ter uma grande quantidade de trabalho pela frente é a melhor coisa para ficar com a cabeça ocupada e seguir. Não é fácil, mas estou focado no meu trabalho”, seguiu o tetracampeão, que também apostou mais nos jogos de ultramacios para o fim de semana.
Sebastian Vettel apresentou uma Ferrari fortíssima na Hungria (Foto: AFP)

Atrás da Ferrari está a Red Bull. Também era de se imaginar que o melhor carro do grid em circuitos de baixa velocidade e grande pressão aerodinâmica aparecia bem. E assim foi. Max Verstappen acompanhou Vettel e deu a entender que os austríacos podem assumir o papel de fiéis da balança aí. Ou seja, podem muito bem ferir a Mercedes. A única questão é a velocidade de reta – os carros taurinos sofrem, e isso pode ser um ponto que a esquadra alemã pode usar a seu favor, mas desde que resolva seus problemas com os pneus.

 
"Foi um bom começo de final de semana, mas perdemos muito tempo na reta final (de cada volta)", analisou Verstappen. "No segundo setor, o carro vai especialmente bem, pois é uma área cuja maioria é de curvas. Podemos melhorar nosso ritmo, mas não sei se isso será o suficiente para alcançar a pole", completou.
 
Já a Mercedes ficou perigosamente mais longe. A equipe já temia essa desvantagem, muito em função do circuito – onde historicamente não vai bem -, mas os pneus também desempenharam um papel decisivo. Ambos os carros sofreram com desgastes excessivos, especialmente na parte traseira. Apenas quinto colocado no dia, Lewis Hamilton chegou a dizer que os compostos eram “terríveis”. Talvez por isso tenha optado por se dedicar mais aos pneus macios. Mas os médios também não estão descartados.
 
E isso fica mais claro nas declarações dadas pelo inglês. "Foi, relativamente, um dia normal. Mas as Ferrari e as Red Bull estão muito rápidas, como esperávamos. Não sabíamos o quanto estaríamos atrás, mas eles têm mais ritmo. Vamos trabalhar nesta noite. É um circuito traiçoeiro. Os pneus estão sofrendo com o calor e isso é o mais importante, o principal problema", analisou o líder do campeonato.
 
"O tipo de pista, com curva, curva e mais curva, não dá tempo dos pneus esfriarem. Eu acho que deveriam criar pneus específicos para esse circuito, ou para certos circuitos que são mais exigentes com os pneus. Nos permitiria chegar mais perto dos outros carros. Acho que a corrida será daquelas em fila."
 
"Não sei o que vamos mudar, só tenho uma ideia. Vou falar para os caras quais problemas percebi e vamos testar isso se for possível", completou Hamilton.
Lewis Hamilton fritando os pneus (Foto: AFP)
A verdade é que o cuidado com os pneus será ainda mais decisivo aqui – e isso para todo mundo. O asfalto escuro de Hungaroring segura demais o calor, e isso vem provocando uma degradação intensa nos pneus traseiros, especialmente. E é essa a principal preocupação. Então, o controle do desgaste será a chave para o fim de semana. Quem se der melhor nisso, certamente levará vantagem. Mas até agora apenas a Ferrari parece imune e vê a chance de uma redenção se aproximar. 
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