FIA admite aumento da dificuldade para ultrapassar e projeta mudanças para 2025

Nikolas Tombazis, diretor de monopostos da FIA, admitiu piora em relação ao ano passado e garantiu que a federação já planeja fazer alterações

Há uma preocupação crescente nos quadros da Fórmula 1, sobretudo entre os pilotos, que as dificuldades para seguir rivais de perto e ultrapassar está voltando ao que se apresentava antes das grandes mudanças nas regras da categoria, em 2022. Alguns pilotos, sobretudo Carlos Sainz e Sergio Pérez chegaram a verbalizar a questão durante o fim de semana do GP da Itália. A FIA admitiu a situação e garantiu que está de olho e planeja mudanças.

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Sainz chegou a afirmar que a dificuldade de ultrapassagem estava “voltando ao que era em 2020 ou 2021”. Questionado sobre a questão, o diretor de monopostos da FIA, Nikolas Tombazis, reconheceu e até explicou algumas razões.

A mais importante está na maneira como, no segundo ano do conjunto de regras, as equipes aprenderam a agir na parte técnica para aumentar a carga aerodinâmica, popular downforce, dos carros. Na realidade, os carros de 2023 já apresentam 50% de perda dos avanços aerodinâmicos que o efeito-solo trouxe em 2022.

Nikolas Tombazis e o chefe da Red Bull, Christian Horner (Foto: FIA)

“Se pegarmos os carros da F1 2021 [para ser comparado aos atuais], a perda é acima de 50% da carga aerodinâmica. Com os carros de 2022, redução de 20% na carga, mas agora estamos em 35%. É uma piora e, neste ponto, Carlos está correto. Já identificamos no que devemos mexer”, afirmou em entrevista à versão italiana do site Motorsport.com.

As alterações, entretanto, são projetadas para 2025, uma vez que o calendário já mostra setembro. No mundo da Fórmula 1, significa que o projeto dos carros para 2024 está praticamente arredondado em todas as equipes.

“Estamos estudando as soluções para 2025. Identificamos as partes do carro em que temos de mexer, como a aleta lateral da asa dianteira, a parte lateral do assoalho e as barbatanas dentro das rodas, ao redor dos dutos de freio. Podemos estabelecer regras um tanto quanto mais restritivas nestas áreas”, contou.

“Está claro que não temos mais aquela vantagem da temporada 2022. E, assim, sabemos que trabalho precisa ser realizado”, continuou.

Do ponto de visto técnico, a dificuldade dos carros andarem próximos daqueles que estão à frente acontece a partir de princípio chamado outwash — lavagem, numa tradução literal. Trata-se do aumento da expulsão do ar desde os carros para trás dele e seus pneus, para diminuir a resistência do vento. Com isso, porém, aumenta a quantidade de ar sujo que quem está imediatamente atrás tem de encarar.

A própria Ferrari, de Sainz, agiu para aumentar esse efeito outwash na SF-23 com uma nova asa dianteira, feita sobretudo para repelir vento em fluxo.

“Temos o direito de agir na carroceria flexível do carro quando vemos algo que não convence, porque a regra diz que as partes precisam ser rígidas e imóveis. Na verdade, sabemos que isso não é totalmente possível, então temos direito de aplicar o bom senso.

“As regras não permitem que tomemos ação em coisas que desgostamos. Há vários aspectos na interpretação das regras aerodinâmicas que não gostamos, no momento, mas para mudar algu teríamos de passar pelos procedimentos e chegar a um razoável consenso”, comentou.

“Tentamos mudar coisas algumas vezes, mas nem sempre chegamos ao resultado que queríamos. Acredito que 90% das regras estão em acordo com o que queríamos. E, aí, há 10% que, em retrospectiva, teríamos feito de maneira diferente”, finalizou.

Fórmula 1 retorna em uma semana, nos dias 15, 16 e 17 de setembro, com o GP de Singapura, 15ª etapa da temporada 2023.

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