O
acordo secreto entre FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e Ferrari
causou insatisfação entre sete equipes da Fórmula 1, mas não está fora das regras. Quem diz isso é a própria FIA, respondendo nesta quinta-feira (5) ao comunicado conjunto de escuderias da F1: de acordo com a entidade, o desfecho da negociação não tem por objetivo
ocultar irregularidades na SF90 de 2019, e, sim, apenas evitar "consequências negativas" e colocar um ponto final em um impasse, mesmo que de forma oculta.
O comunicado da federação começa explicando que tem suspeitas de longa data a respeito da unidade de potência de 2019 da Ferrari, acusada de não estar sempre dentro do regulamento. Com a Ferrari retrucando e as partes não sendo capazes de apresentar provas definitivas, ficou decidido por encerrar o caso.
“Para evitar as consequências negativas que uma longa disputa causaria, especialmente à luz da incerteza do resultado de tais disputas e pensando nos melhores interesses do campeonato e seus acionistas, a FIA […] decidiu entrar em um acordo efetivo com a Ferrari para encerrar os procedimentos”, explicou o comunicado da entidade.
A Ferrari começa 2020 ainda lidando com questões de 2019 (Foto: Ferrari)
A respeito da necessidade de manter um acordo secreto, a FIA também explica: “A confidencialidade dos termos do acordo é garantida pelo Artigo 4 (vi) das Regras Judiciais e Disciplinares”.
Como o uso de um motor comprovadamente ilegal ao longo de 2019 seria motivo para aplicar punição pesada à Ferrari, custando o segundo lugar no Mundial de Construtores, a revolta de equipes rivais não chega nem a surpreender. A Red Bull foi a primeira a elevar o tom, afirmando que nem mesmo uma punição de quase R$ 100 milhões seria suficiente.
Leia a íntegra do comunicado da FIA:
A FIA conduziu análise técnica detalhada da unidade de potência da Ferrari, sendo autorizada a fazer isso com qualquer competidor do Mundial de Fórmula 1 da FIA. A investigação extensiva e profunda durante a temporada 2019 levantou suspeitas de que o funcionamento da unidade de potência da Ferrari pode ser considerado fora dos limites do regulamento da FIA o tempo todo. A Ferrari se opôs firmemente, reiterando que sua unidade de potência sempre funcionou de acordo com o regulamento. A FIA não ficou plenamente satisfeita, mas decidiu que ações futuras não levariam necessariamente a um resultado conclusivo por conta da complexidade da questão e da impossibilidade material de entregar evidências inequívocas de uma irregularidade.
Para evitar as consequências negativas que uma longa disputa causariam, especialmente à luz da incerteza do resultado de tais disputas e pensando nos melhores interesses do campeonato e seus acionistas, a FIA, de acordo com o Artigo 4 (ii) das Regras Judiciais e Disciplinares, decidiu entrar em um acordo efetivo com a Ferrari para encerrar os procedimentos.
Esse tipo de acordo é uma ferramenta legal reconhecida como componente essencial em qualquer sistema disciplinar e é usado por muitas autoridades públicas e outras federações esportivas.
A confidencialidade dos termos do acordo é garantida pelo Artigo 4 (vi) das Regras Judiciais e Disciplinares.
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