FIA defende “punição severa” a Norris no Catar e explica falta de VSC com retrovisor na pista

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) explicou que não acionou o safety-car virtual para a retirada do retrovisor de Alexander Albon da pista porque se tratava de um detrito "pequeno e fora do traçado de corrida". A bandeira amarela dupla foi colocada no local e Lando Norris acabou acelerando além do permitido, o que foi considerado uma "infração séria"

Conforme prometido, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) emitiu nesta segunda-feira (2) uma explicação detalhada sobre a razão de não ter acionado ao menos o safety-car virtual para remover o retrovisor que se soltou do carro de Alexander Albon durante o GP do Catar e que mudou a história da corrida. A entidade argumentou que se tratava de uma “pequena quantidade de detritos e fora do traçado de corrida”, portanto seguiu o recomendado pelo regulamento.

Foram prestadas explicações também sobre os incidentes envolvendo a falha nas luzes do safety-car, que causou confusão em uma das relargadas, e também o polêmico stop and go aplicado a Lando Norris — a segunda maior punição prevista pelo regulamento — por ter acelerado sob dupla bandeira amarela, acionadas justamente por causa do espelho no asfalto.

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A direção de prova do GP do Catar ficou a cargo de Rui Marques, então responsável pela função na Fórmula 2. Ele ocupou o posto de Niels Wittich, dispensado logo depois do GP de Las Vegas, mas as inúmeras punições aplicadas durante a prova foram bastante criticadas por pilotos e também chefes de equipe. Toto Wolff, por exemplo, chegou a reconhecer que o stop and go a Norris foi “brutal”.

E toda a confusão começou por conta do retrovisor que ficou no meio da pista até Valtteri Bottas atropelá-lo e espalhar destroços por toda a parte. Como consequência, Lewis Hamilton e Carlos Sainz sofreram furos nos pneus.

Lewis Hamilton e Carlos Sainz sofreram furos de pneu por causa de detritos na pista (Vídeo: Reprodução)

Só nesse momento que o carro de segurança entrou em ação. “A prática padrão é que o safety-car não seja acionado se houver uma pequena quantidade de detritos e fora do traçado de corrida. O aumento dos detritos depois que um dos carros acertou o retrovisor e os furos que ocorreram logo em seguida forçaram a decisão pelo safety-car”, diz o texto.

“O VSC (safety-car virtual) não teria sido uma solução, já que os carros continuam afastados e não há tempo suficiente para o fiscal limpar os detritos”, continuou. O órgão regulador, todavia, admitiu que os eventos do Catar serão analisados detalhadamente.

“A FIA revisa constantemente métodos e processos e analisará mais detalhadamente o cenário específico e discutirá com as equipes, a fim de ver se, no futuro, uma ação diferente precisa ser tomada”, salientou.

Sobre a falha nas luzes do carro de segurança, a FIA se defendeu e disse que “todas as equipes foram avisadas verbalmente de que o safety-car entraria [no pit-lane], então a relargada ocorreu normalmente. Embora o motivo do mau funcionamento tenha sido identificado e corrigido, por precaução, o safety-car foi trocado a tempo da terceira intervenção”, acrescentou.

Por fim, sobre a sanção a Norris, que ignorou a dupla bandeira amarela agitada de início pelos fiscais quando o retrovisor foi parar no meio da pista, a FIA disse que o stop and go “estava de acordo com as diretrizes de punições enviadas para as equipes em 19 de fevereiro de 2024”.

“Uma infração em bandeira amarela dupla é considerada um sério comprometimento à segurança, razão pela qual tais infrações acarretam em uma punição tão severa”, encerrou.

A prova foi vencida por Max Verstappen, com Charles Leclerc e Oscar Piastri completando o pódio. Sainz, Norris e Hamilton, os principais afetados por todo o caos em Lusail, completaram em sexto, décimo e 12º, respectivamente.

Fórmula 1 retorna já neste fim de semana, entre os dias 6 e 8 de dezembro, com o GP de Abu Dhabi. Será a 24ª e última etapa da temporada 2024.

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