Briatore admite que procurou Renault para “comandar volta por cima” da Alpine
Estrutura da Alpine é a mesma dos tempos em que Flavio Briatore foi chefe de equipe da Benetton e Renault. "É o time que criei", disse o dirigente
Em junho de 2024, a Alpine anunciou Flavio Briatore como consultor-executivo, trazendo de volta o polêmico dirigente após 15 anos afastado da Fórmula 1. Nove meses depois da notícia, o italiano revelou que foi ele quem procurou Luca di Meo, CEO da Renault, para retornar à categoria. O motivo foi por acreditar que poderia virar o jogo da estrutura que fez ser campeã mundial.
O nome do cargo pode não deixar claro, mas Briatore é o mandachuva da Alpine. Uma estrutura que ele conhece muito bem: é a mesma que foi da Benetton e Renault nos tempos em que esses times foram campeões mundial. Michael Schumacher conquistou a F1 em 1994 e 1995 competindo pela equipe da marca de vestuário, enquanto Fernando Alonso foi bicampeão em 2005 e 2006 pela montadora francesa. Nessas ocasiões, o dirigente era o chefe de equipe.
Marcado por ter sido uma das cabeças pensantes do Singapuragate, quando Nelsinho Piquet bateu o carro de propósito no muro de Marina Bay, em 2008, para obrigar a entrada do safety-car e favorecer Alonso, Briatore chegou a ser banido da Fórmula 1. Reverteu o quadro em 2010, mas só voltou ao paddock de forma oficial em 2024.
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Também vale destacar que Briatore foi figura fundamental para a evolução da Benetton e Renault. Mesmo tanto tempo distante da F1, o dirigente confiou no retrospecto e procurou a chefia da montadora francesa acreditando que poderia fazer a Alpine se recuperar.
No momento em que Briatore assumiu o posto na Alpine, a equipe estava na oitava posição no Mundial de Construtores, brigando para não ficar nas últimas colocações. No fim de 2024, a equipe terminou em sexto, com 65 pontos e um duplo pódio no GP de São Paulo, com Esteban Ocon e Pierre Gasly finalizando em segundo e terceiro, respectivamente.
“Essa equipe é a mesma: é a Benetton, é a Renault, mas como Alpine. Troca-se a cor das camisetas, muda um pouco desempenho, mas é o mesmo time”, disse Briatore.
“Depois de 15 anos fora da F1, assisti a algumas corridas na TV. Um dia, liguei para o Luca [di Meo, CEO da Renault]. Disse que sentia em ver o time naquelas condições, pois era minha equipe — eu que a criei. Construí a fábrica onde ganharam os títulos”, prosseguiu.

“Queria fazer alguma coisa e nos falamos por telefone. Um dia nos encontramos em Paris. Andava ocupado com meus negócios de restaurantes, tinha 1200 funcionários e depois eram 600, pois vendi 50%. Fiquei com um pouco mais de tempo. Falei ao Luca que queria ver se era possível, se ainda tinha as condições de antes para montar essa equipe. Começamos a conversar, mas tinha uma condição: queria estar totalmente no comando”, completou.
À frente da Alpine, Briatore começou uma série de mudanças dentro das fábricas de Viry-Châtillon e Enstone. O dirigente mudou alguns parâmetros nas relações interpessoais e contratou diversos novos funcionários, mas destacou a chegada de Oliver Oakes ao posto de chefe de equipe como um dos fatores fundamentais para a recuperação do time ao longo de 2024.
A expectativa em torno da Alpine é maior do que nos últimos anos. Ainda não se fala em vitórias para 2025, mas Gasly indicou que espera que a equipe tenha chances de disputar a quinta colocação no Mundial de Construtores.
“Começamos um processo de ser transparente e justo com o pessoal. Bruno [Famin, ex-chefe de equipe] fez um ótimo trabalho em garantir David Sanchez [atual diretor-técnico executivo] antes da minha chegada à Alpine, mas precisava de um chefe de equipe, alguém do ramo”, destacou Briatore.
“A melhor opção para nós era Olly [Oliver Oakes]. É jovem, ambicioso e conhece do negócio. É um cara de grupo, uma ótima pessoa — mora a apenas 20 minutos da fábrica. Quando se constrói uma casa, é necessário ter o fundamento. Não faz sentido colocar a porra de um telhado depois que tudo desabou”, continuou.
“Essa foi a base. Depois, construímos tudo pouco a pouco. Contratamos mais pessoas e a equipe foi aumentando em credibilidade. É um projeto. Encontramos novos patrocinadores e fomos procurar pilotos. No fim das contas, voltei por acreditar que tenho a possibilidade de fazer o time dar a volta por cima”, encerrou Briatore.
A Fórmula 1 abre a temporada 2025 entre os dias 13 e 16 de março, no GP da Austrália, em Melbourne. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades AO VIVO E EM TEMPO REAL. O TL1 está marcado para a noite ainda da quinta-feira (13), a partir das 22h30. O TL2 começa já depois da 0h e, portanto, na madrugada da sexta-feira (14), às 2h. Depois, a situação se repete com o TL3 realizado às 22h30 da sexta-feira, enquanto a classificação define o grid de largada começando às 2h do sábado (15). Por fim, a largada está marcada para a 1h do domingo (16). Tanto classificação quanto corrida terão transmissão do GP em SEGUNDA TELA no YouTube, em parceria com a Voz do Esporte. O Briefing chega para comentar na GPTV após o fim de cada dia de atividades.
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