Fórmula 1 falha em acordo para impedir que corridas terminem sob safety-car

O GP da Itália no último domingo (11) ficou marcado por um grande antí-climax após a corrida terminar com o safety-car na pista. O final melancólico levantou debates sobre a possibilidade de uma mudança de regras da Fórmula 1 para evitar este cenário. Andreas Seidl, chefe da McLaren, revelou que esta não é uma discussão nova: as equipes chegaram a conversar sobre o assunto após o polêmico GP de Abu Dhabi.

“Depois do que aconteceu no ano passado em Abu Dhabi, houve muitas discussões entre FIA, Fórmula 1 e todas as equipes envolvidas para ver como as regras poderiam ser modificadas para garantir que as corridas nunca terminassem com o safety-car”, disse Andreas depois da corrida em Monza.

Na ocasião, Max Verstappen venceu o campeonato mundial após a direção de prova não seguir as regras para evitar que a prova terminasse com o safety-car. Seidl contou que os times debateram possíveis soluções, mas não conseguiram encontrar nenhuma forma nova que agradece à todos. No fim das contas, optaram por manter o regulamento, o que abre brecha para finais como o do GP da Itália.

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“Mas, apesar da FIA e da Fórmula 1 realmente nos pressionarem para encontrar soluções, dependia de nós como equipes, e praticamente todas as equipes não concordaram com nenhuma mudança, porque não conseguimos concordar com nenhuma solução, o que também é ainda uma solução justa em termos de resultado esportivo. É por isso que nós simplesmente temos que aceitar que, infelizmente, situações como essa podem acontecer”, explicou o chefe da McLaren.

“Queremos uma solução que também seja justa do lado esportivo e que não acabe subitamente trazendo riscos. E é por isso que não conseguimos concordar com nada melhor do que o que temos em vigor. No final, nós votamos que as regras deveriam se manter como estavam. Pelo que me lembro, todos os times votaram a favor. Portanto, acho que este é um assunto encerrado”, afirmou Seidl.

Uma possível solução para evitar um final como o de Monza seria estabelecer que as corridas recebam bandeira vermelha caso seja necessária a entrada do safety-car com um determinado número de voltas restantes. Se Andreas parece estar contente com o formato atual, Alan Permane, diretor-esportivo da Alpine, acredita que esta possa ser uma boa resolução, ainda que espere uma melhora de velocidade e agilidade no procedimento padrão do carro de segurança

“Já aconteceu antes, fizemos em Baku no ano passado e foi bom. Eu acho que você pode escrever isso nas regras. Não parece loucura. Tenho certeza de que haverá algo de que não gostamos, mas no final, estamos aqui para dar um show. E [o final em Monza] claramente não foi aceitável. Não é o final ideal, ninguém quer terminar com o safety-car. É miserável, realmente miserável para os fãs. Nós não mostramos o nosso melhor, com certeza”, lamentou o dirigente ao site Autosport.

“Mas talvez não precisemos ser tão intransigentes de dizer que, quando o safety-car entra com 50 quilômetros para o final, ou algo assim, tem que ser bandeira vermelha. Talvez só precisemos ter certeza de que os procedimentos do safety-car estejam corretos, e estamos trabalhando para torná-los mais rápidos. O problema com safety-cars no final da corrida são os retardatários. Tivemos discussões intermináveis sobre como melhorar essa situação e definitivamente há muitas consequências não intencionais de mudar esse procedimento”, concluiu Permane.

A Fórmula 1 retorna agora no dia 2 de outubro para a 17ª etapa da temporada de 2022, o GP de Singapura.

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