Fórmula 1 e FIA se desentendem sobre dinheiro das corridas sprint. O que acontece?

Após a negativa da FIA para o projeto de expansão das corridas sprint, tensão entre chefias da federação e da Fórmula 1 vira barreira

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Qual será o futuro das corridas sprint? Desde que o formato estreou, no ano passado, nunca houve tamanha dúvida sobre a sustentabilidade do projeto encampado pela Fórmula 1 e abraçado na origem pela FIA. Isso porque estas duas partes passaram recentemente a se estranharem nas conversas sobre o assunto por um motivo tradicional: dinheiro.

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Inicialmente, entre o fim do ano passado e começo desse ano, o entendimento geral era de que F1 e FIA estavam alinhadas para a expansão do projeto das corridas sprint e que somente algumas equipes representavam resistência para o prosseguimento do projeto. Como as conversas sobre passar o número de corridas sprint em 2022 de três para seis começou a acontecer muito próximo do novo calendário, oito das dez equipes tinham de concordar, algo que não aconteceu – também pela questão financeira.

Entretanto, para 2023, como havia tempo hábil para a aprovação da novidade sem que uma súper maioria fosse necessária – somente uma maioria comum, com seis das dez equipes se juntando à F1 e FIA – a sensação é que a aprovação era questão de tempo. Na reunião desta semana da Comissão da Fórmula 1, em Londres, entretanto, a coisa mudou de figura. As equipes estavam abertas à aprovação, mas foi a FIA quem travou a luz verde, citando situações logísticas que impunham dúvidas financeiras. Mesmo assim, a federação soltou um comunicado afirmando ser “a favor da extensão para seis corridas sprint” do formato “popular com fãs e acionistas”.

Mohammed Ben Sulayem preside a FIA desde o fim de 2021 (Foto: Reprodução/FIA)
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Nos bastidores do mundo da F1, porém, o que acontece está escancarado: há uma diferença grande entre a categoria e seus donos, o Liberty Media, em oposição à FIA e seu novo governo. O que também fica escancarado por outra parte do comunicado.

“Apesar de sermos a princípio favoráveis ao aumento no número de eventos sprint, a FIA ainda está avaliando o impacto da proposta para as operações de pista e pessoal, e irá entregar um feedback à Comissão”, afirmou.

O site francês Nextgen-Auto fez um compilado de informações das últimas 24 horas sobre a situação que eclodiu desde terça-feira. De acordo com o jornal holandês De Limburger, FIA e F1 estão em lados “diametricamente opostos” no que diz respeito à parte financeira do projeto das corridas sprint. Além disso, a FIA fez exigências novas e o presidente Mohammed Ben Sulayem quer uma quantia além da que estava estabelecida para organizar as corridas. A F1, por sua parte, acha que a pedida não é razoável.

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O jornal italiano Corriere della Sera vai além: é uma disputa sobre dinheiro que já cria uma rivalidade entre Ben Sulayem e o diretor-executivo da F1, Stefano Domenicali.

Nas discussões iniciais sobre as corridas sprint, a FIA ainda contava com Jean Todt como presidente. O francês deu todas as demonstrações de que estava alinhado com a ideia de expandir o formato, mas as discordâncias iniciais com as equipes permitiram que a eleição da FIA fosse organizada, em dezembro passado, sem que houvesse uma definição. Todt não podia concorrer, porque já atingira o limite de mandatos, e, então, Ben Sulayem foi eleito. Agora, sob nova direção, é também uma nova FIA.

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