Bortoleto chega à Fórmula 1 2025 embalado por franco crescimento e consolidação na F2
Já na FRECA, Gabriel Bortoleto começou a dar sinais de que era, sim, um piloto digno de muita atenção. O título da Fórmula 3 e as performances graúdas na Fórmula 2 só concluíram a pavimentação de um caminho que tem muito potencial para ser bem-sucedido
O anúncio oficial de Gabriel Bortoleto na Sauber em 2025, feito nesta quarta-feira (6), sacramenta uma trajetória no automobilismo que começou com muito menos holofotes se comparada a nomes como Andrea Kimi Antonelli, mas que também colecionou pontos tão altos que tornaram praticamente obrigatória a presença do brasileiro no grid da Fórmula 1 a curto prazo. Diante da atual disputa pelo título da F2, aliás, passou a ser questão de tempo até isso se concretizar.
Natural de São Paulo, Gabriel iniciou a caminhada nos monopostos em 2020, na F4 Italiana, e em uma das equipes mais importantes das categorias de base, senão a mais: a Prema. Na ocasião, dividiu o time regularmente com Gabriele Minì, que terminou a temporada campeão, além de Dino Beganovic, terceiro colocado, e Sebastián Montoya. Bortoleto, todavia, soube conquistar o próprio espaço e finalizou o ano na quinta colocação, com uma vitória e outros quatro pódios.
No ano seguinte, subiu para a FRECA e ainda começou a parceria com Fernando Alonso, já que a estreia na categoria foi na FA Racing, time de propriedade do bicampeão. A temporada foi marcada por muitos altos e baixos, porém alcançou o segundo lugar na corrida 2 da rodada da Áustria. A etapa, aliás, funcionou como um divisor para Gabriel na temporada, que passou a pontuar com mais frequência e fechou como o melhor colocado da equipe na classificação.
2022 foi um ano decisivo na carreira do brasileiro. Ainda na FRECA, passou a defender a R-ace GP, campeã na temporada anterior, e teve a chance de brigar com mais regularidade por pódios e vitórias, e foi o que aconteceu. Em 20 corridas realizadas, foram apenas quatro sem pontuar, sendo duas por abandono. Ainda venceu duas vezes e foi ao pódio em outras três oportunidades, finalizando a competição em sexto.

LEIA TAMBÉM
▶️ Futura casa de Bortoleto na Fórmula 1, Audi chegou ao Brasil pelas mãos de Senna
▶️ Bortoleto se une à Sauber em 2025 e vira 33º brasileiro da história a correr na Fórmula 1
▶️ Bortoleto encerra jejum de 7 anos e faz Brasil voltar a ter piloto titular no grid da F1
O passo seguinte foi a Fórmula 3, agora com a Trident, e o cartão de visitas veio logo na primeira etapa, no Bahrein, sob os olhares atentos de Alonso — novamente unido a Bortoleto, agora como empresário. Na rodada disputada em Sakhir, teve o primeiro gostinho da famosa ‘sorte de campeão’ com a punição a Minì e venceu a corrida 2.
Na Austrália, no entanto, teve braço para segurar Grégoire Saucy em meio ao caos e vencer pela segunda vez para ampliar a vantagem na liderança — uma distância que acabou sendo suficiente para coroá-lo campeão ainda na classificação da última rodada, na Itália. Ao longo da temporada, apenas o nome de Bortoleto esteve no topo da classificação.
A Fórmula 2 surgiu de forma natural, sempre muito mais desafiadora e num ano de mudança de regulamento. A diferença de potência é uma coisa das mais sentidas, tanto que exige muito mais da parte física do piloto — e, claro, tempo de adaptação, já que tudo que envolve a dinâmica da corrida também é distinto. E Bortoleto logo mostrou que esta seria uma fase curta, já herdando a pole-position da primeira etapa, no Bahrein, e alcançando boa recuperação após pequeno erro no início da corrida 2.
Foram, no entanto, poucas corridas até Gabriel consolidar que a estadia na F2 não seria de um mero coadjuvante, pelo contrário. O primeiro pódio veio na quarta etapa; a primeira vitória, três rodadas depois, resultado que o colocou no top-3 da classificação.
Foi quando veio, então, a cereja do bolo, e da forma mais cinematográfica possível: largando de último, arrancou um suado meio ponto na sprint da Itália ao empatar na linha de chegada com Dennis Hauger. No dia seguinte, chegou ao apogeu ao ver aquela boa e velha ‘sorte de campeão’ lhe sorrir, não sem antes escalar posições rumo à zona de pontos.
Bortoleto é, sem dúvida, um dos melhores pilotos que passaram pela base nos últimos anos. Agora, com a chegada à F1, ainda que em uma equipe que não vive tão bem das pernas, certamente lutará com unhas e dentes para não deixar a chance escapar.
Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
LEIA TAMBÉM: Binotto diz que Sauber “não pode se dar ao luxo” de terminar F1 2024 em último

