Bortoleto se une à Sauber em 2025 e vira 33º brasileiro da história a correr na Fórmula 1

Gabriel Bortoleto acertou com a Sauber para a temporada 2025 da Fórmula 1 e será o 33º piloto brasileiro a largar para uma etapa da categoria desde a criação, em 1950. O Brasil é dono de oito títulos mundiais e mais de 100 vitórias no campeonato

O Brasil é um dos países com mais tradição na Fórmula 1. Desde a criação da categoria, em 1950, já conquistou oito títulos mundiais, 101 vitórias, 126 poles e 293 pódios. A partir de 2025, Gabriel Bortoleto vai estar no grid da categoria com a Sauber/Audi e retomar uma tradição que está apagada desde o fim de 2017: ter um piloto titular e em período integral.

Nesta quarta-feira (6), Bortoleto foi confirmado pela equipe para ser piloto ao lado de Nico Hülkenberg a partir da temporada 2025. Com isso, o Brasil volta a ter um piloto disputando provas na F1, o 33º da história.

A presença brasileira no grid da Fórmula 1 começou em 1951, com Chico Landi correndo o GP da Itália com carro da Ferrari e abandonando logo no início, com problemas de transmissão. Em 1952, fez mais duas etapas, assim como em 1953. O maior feito de Landi chegou em 1956, quando ficou com o quarto lugar no GP da Argentina e garantiu os únicos pontos da carreira.

Em 1952, Gino Bianco foi o segundo a se aventurar no campeonato. Nascido em Milão, na Itália, correu com a bandeira brasileira em quatro etapas daquela temporada. Terminou em 18º em Silverstone e abandonou as três seguintes.

Gabriel Bortoleto chega à F1 após sucessos nas categorias inferiores (Foto: Dutch Photo Agency)

LEIA TAMBÉM
▶️
 Futura casa de Bortoleto na Fórmula 1, Audi chegou ao Brasil pelas mãos de Senna
▶️ Bortoleto chega à Fórmula 1 2025 embalado por franco crescimento e consolidação na F2
▶️ Bortoleto encerra jejum de 7 anos e faz Brasil voltar a ter piloto titular no grid da F1

A década de 1950 ainda contou com mais dois nomes brasileiros no grid da F1: Hermano da Silva Ramos, que chegou a pontuar com o quinto lugar no GP de Mônaco de 1956; e Fritz d’Orey, que fez apenas três etapas durante a temporada 1959.

O Brasil só voltou a figurar no grid da Fórmula 1 em 1970 e já com um nome vencedor. Emerson Fittipaldi foi contratado pela poderosa Lotus em 1970 e venceu logo no ano de estreia, em Watkins Glen. Com uma união forte, conseguiu o título mundial em 1972. Na McLaren, já em 1974, repetiu a dose. Ficou até 1980, conquistabdo dois campeonatos, 14 vitórias, 6 poles e 35 pódios.

O sucesso de Emerson criou um aumento de interesse pelo esporte. O irmão Wilson Fittipaldi chegou à categoria em 1972 e correu por duas equipes: Brabham e Copersucar-Fittipaldi, que foi criada pelos irmãos e abrigou nomes como Ingo Hoffmann e Alex Dias Ribeiro.

A década de 1970 ainda teve outro grande nome brasileiro no grid da F1: José Carlos Pace, que entre 1972 e 1977 correu por diversas equipes do grid, mas brilhou mesmo ao vencer o GP do Brasil de 1975 com um carro da Brabham. Pace Morreu em um acidente aéreo anos depois e hoje dá nome ao circuito de Interlagos. Outro que passou por lá foi Luiz Pereira Bueno, mas fez só uma etapa, em 1973.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

Ayrton Senna é o brasileiro com mais vitórias conquistadas na F1 (Foto: AFP)

O último nome brasileiro a estrear na década de 1970 foi Nelson Piquet. Com a Brabham, foi campeão mundial de 1981 e 1983. Depois, mudou para a Williams e levou o título em 1987, passando ainda por Lotus e Benetton e fechando a carreira com 204 largadas, 23 vitórias, 24 poles e 60 pódios.

Os anos 80 ainda viram mais brasileiros, como Chico Serra, Raul Boesel, Roberto Pupo Moreno e Maurício Gugelmin, todos com pouco destaque. Em 1984, porém, a Toleman abrigou Ayrton Senna, que mudou o esporte. Depois de passar pela Lotus entre 1985 e 1987, chegou no ano seguinte à McLaren e deu início a um das mais dominantes parcerias da história. Foi campeão mundial em 1988, 1990 e 1991, terminando a carreira com 41 vitórias, 65 poles e 80 pódios. Ayrton morreu em 1994, após acidente no GP de San Marino.

No embalo dos campeões mundiais, a Fórmula 1 seguiu abraçando pilotos brasileiros nas décadas seguintes, como Christian Fittipaldi, Pedro Paulo Diniz, Tarso Marques, Ricardo Rosset, Luciano Burti, Ricardo Zonta, Enrique Bernoldi, Cristiano da Matta, Antônio Pizzonia, Nelsinho Piquet, Bruno Senna, Lucas di Grassi, Felipe Nasr e Pietro Fittipaldi — este último apenas por duas etapas, substituindo o lesionado Romain Grosjean no fim da temporada 2020.

Luiz Razia e Felipe Drugovich também já participaram de finais de semana da F1, no passado, mas disputaram apenas treinos livres e não chegaram a largar para etapas.

Rubens Barrichello conquistou a primeira vitória na Fórmula 1 em 2000 (Foto: AFP)

Ainda houve, porém, destaque para uma dupla. Um deles foi Rubens Barrichello, que chegou à F1 em 1993, mas só foi brilhar para valer mesmo quando foi contratado pela Ferrari, em 2000. Na escuderia italiana conseguiu 11 vitórias e foi vice-campeão mundial duas vezes, em 2002 e 2004. Ainda correu por Jordan, Stewart, Honda, Brawn e Williams.

Quando saiu da Ferrari, Barrichello deu lugar a Felipe Massa, que corria na Sauber. O brasileiro ficou no time italiano de 2006 a 2013, conquistou 11 vitórias, 16 poles e 41 pódios, além do dolorido vice-campeonato em 2008 — quando acabou superado por Lewis Hamilton por apenas 1 ponto. Ainda passou pela Williams e foi lá que deixou a F1, no fim de 2017, sendo o último brasileiro a disputar uma temporada completa da categoria até a chegada de Bortoleto.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.