Gasly impressiona e conquista melhor resultado no retorno da Honda à F1. Mas Hartley decepciona no Bahrein

Após um péssimo começo, a Toro Rosso deu uma resposta no GP do Bahrein. Pierre Gasly foi impressionante por todo o fim de semana e terminou no quarto lugar, melhor posição dos motores Honda desde que a montadora japonesa regressou ao Mundial. Se Gasly impressiona, Brendon Hartley começa a preocupar

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A primeira impressão deixada na Austrália foi das piores possíveis. No fim do pelotão, com rendimento de time nanico e vendo a McLaren ir bem na estreia sem a Honda, a Toro Rosso teve duas semanas para se preparar para a segunda chance de mostrar alguma coisa. O que mostrou em Sakhir é um alento não apenas para a equipe, mas para a Honda, que vê um desempenho orgânico do motor surpreender e apresentar o melhor resultado no retorno à F1.

 
Nas ruas de Melbourne, Pierre Gasly ia mal e logo abandonou, enquanto Brendon Hartley foi o último colocado entre aqueles que terminaram a corrida – leia-se, a Williams de Lance Stroll e a Sauber do novato Charles Leclerc foram melhores. Poderia ser a ventilação de uma tragédia de desempenho, mas a atuação no Bahrein tratou de acalmar os ânimos.
 
Gasly sempre andou melhor, desde os primeiros treinos livres, mas Hartley tratou de responder e avançou ao Q2 no treino de classificação. Acabou se classificando até bem, em 11º, enquanto o jovem francês avançou para o Q3 e espantou o mundo com a quinta colocação. 
 
A sensação com Gasly é clara: ele chegou. Nunca foi dúvida de que era um enorme talento, embora tenha chegado ao segundo ano na então GP2 com um grande selo de interrogação por ganhar poucas corridas. Ao que respondeu, venceu bastante e terminou campeão. Como tem se tornado regra, precisou esperar muito para ter uma chance, ainda que fosse conhecimento comum de que logo assumiria uma das vagas da Toro Rosso, provavelmente a do cada vez mais queimado Daniil Kvyat. Chegou ao lado do russo quando Carlos Sainz foi recrutado pela Renault. 
Pierre Gasly (Foto: Getty Images/RedBull Content Pool)

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Em 2017, no que restou da temporada após ingressar no grid, passou por sofrimento. O motor Renault se desmanchava em confiabilidade e a Toro Rosso passou a embolsar punições hercúleas a cada etapa. Faltava uma chance real de brilhar, que veio no último fim de semana, já no segundo ano.

 
Gasly não se fez de rogado em mergulhar para a quarta colocação após a largada e sem ter mais a ameaça das duas Red Bull, que abandonaram quase que em conjunto após míseras duas voltas. A conversa de Gasly era com o topo do meio do pelotão, a prova real do que ele próprio, o motor da Honda e o conjunto de Faenza conseguiam.
 
Cercado pela Haas com Kevin Magnussen, pela Renault com Nico Hülkenberg e pela McLaren com Fernando Alonso, todos nomes mais experientes em equipes vistas como superiores em 2018, Gasly manteve a compostura. Sem erros e com uma calma e habilidades impressionantes mostrou que o ano da Toro Rosso pode, sim, ser de alegrias. 
 
O feito para a Honda pode ser excepcional, mas chegamos e ela num instante. É importante não perder de vista que o quarto lugar de Gasly é o melhor resultado da Toro Rosso desde que Sebastian Vettel venceu o GP da Itália de 2008. De lá para cá, o proprio Vettel (no GP do Brasil de 2008), Max Verstappen (nos GPs da Hungria e Estados Unidos de 2015), Sainz (no GP de Singapura de 2017) e agora Gasly conseguiram se montar em P4s. 

“A ficha está demorando a cair, estou súper feliz. O carro foi fantástico durante todo o fim de semana, agradeço demais a equipe. Eu realmente não sei o que dizer. O começo foi ótimo, superei Daniel (Ricciardo) na primeira curva. Depois, Kevin (Magnussen) estava atrás de mim e, por conta do DRS, ele conseguiu me passar. Sabia que tinha de ultrapassá-lo de volta, caso contrário, minha corrida seria muito mais difícil. É possível continuar a manter esse desempenho em futuras corridas”, afirmou.

 
Hartley, por sua vez, foi uma escolha curiosa para a F1 que ainda não se pagou. O piloto da Nova Zelândia substituiu Kvyat duas corridas depois da chegada de Gasly. Também sofreu os malogros do motor Renault na reta final de 2017 e ganhou a chance de se provar. Sobretudo, verdade seja dita, pela falta de opções na linha de produção de pilotos que a marca austríaca desenvolveu há mais de uma década e que, pela primeira vez, sofre com falta de talentos.
Brendon Hartley (Foto: Getty Images/RedBull Content Pool)

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Quem diz isso é a própria equipe. “Só posso dizer que a Red Bull é diferente, então por que não ter um novato maduro? E nós não tínhamos nenhum dos nossos pilotos júnior prontos, então demos uma olhada ao redor. O fato é que Brendon parece alguém de 20 anos, talvez nós até possamos vendê-lo como um adolescente!”, comentou. “No entanto, sim, contratar Brendon foi fora da norma ― uma história diferente ― e estamos felizes com ele”, afirmou Helmut Marko, o cabeça do sistema de pilotos.

 
Aos 28 anos, longe da juventude com a qual a Toro Rosso se acostumou a lidar nestes anos de Red Bull, tenta aproveitar uma oportunidade na qual não acreditava mais. Hartley chegou a fazer parte do sistema da Red Bull, mas acabou descartado anos atrás, derrotado na comparação sobretudo com Jean-Éric Vergne, piloto alguns meses mais novo. 
 
O mundo deu voltas, Vergne guiou entre 2012 e 2014 na equipe, foi cortado e acabou indo ganhar a vida na Fórmula E e no WEC. Hartley não precisou viver a F1 para descobrir o WEC, foi para o endurance e se solidificou. Pela Porsche, tornou-se bicampeão mundial e ainda levou uma edição das 24 Horas de Le Mans. Era cotado para a Indy em 2018, na Ganassi, ao lado do compatriota e amigo Scott Dixon. Tinha uma carreira profissional de êxitos e era visto como um dos bons pilotos do cenário internacional. Não precisava se arriscar na F1, mas fez mesmo assim e por uma escuderia mediana.
 
A F1 é uma escada altíssima. Pense nela como a ponte do rio que cai, aquela das Olimpíadas do Faustão. Pode te levar à alturas ou distâncias inimagináveis, mas tem enormes armadilhas e não vai negociar antes de te arremesar contra a correnteza que observa. Hartley arriscou muito, apostou pesado no que tinha em sua mão e começa a temporada vendo seu par de três sendo superado por um full house do companheiro. É preciso que Brendon se recupere rápido para não atravessar uma temporada dolorosa em que viverá uma experiência nova: ser o 'punchline', a manchete de eventuais piadas.
Pierre Gasly esteve aqui (Foto: Getty images/Red Bull Content Pool)
Com o que fez antes na carreira, Hartley não vai se ver uma figura obscura se tudo der errado na F1. Vai seguir tendo oportunidade e provavelmente sucesso em outras áreas, mas a visão sobre ele será diferente. No Bahrein, deu mais um passo para cair no rio: não classificou mal, mas se envolveu num acidente desnecessário com Sergio Pérez na largada e caminhou para trás durante a prova, que terminou com o agravante de uma punição tola por não recuperar a posição orginal sob regime de safety-car.
Na Honda, festa. O resultado é expressivo. O quarto lugar de Gasly é o melhor resultado desde 2015, quando voltou à F1. Fernando Alonso foi capaz de dois quintos lugares em três anos, mas o jovem francês conseguiu ir além. No geral, é a melhor colocação da Honda desde o terceiro lugar de Rubens Barrichello no já longínquo GP da Inglaterra de 2008. Pierre tinha 12 anos naquela época.

“Não me atrevo a sonhar. Mas espero que esteja chegando uma nova era de sucesso para a Toro Rosso, Honda e Red Bull”, destacou o chefe da Toro Rosso, Franz Tost, em entrevista veiculada pela agência de notícias GMM.

 
O Bahrein apresentou um caminho para a Toro Rosso, a Honda e ao menos um dos pilotos. Agora é seguir no embalo positivo se forem capazes.

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