Russell volta a criticar gestão de Ben Sulayem e cobra: “Não sabemos o objetivo da FIA”

Declaração de George Russell vem na sequência de mudança na FIA, que deu mais poder e autonomia a Mohammed Ben Sulayem

George Russell, que também é presidente da Associação de Pilotos da F1 [GPDA], pediu clareza a Mohammed Ben Sulayem, presidente da Federação Internacional de Automobilismo [FIA]. O representante da Mercedes apontou que não está claro qual é o objetivo da atual gestão na principal entidade que rege o automobilismo.

Ben Sulayem soma alguns conflitos com a F1 e seus participantes desde que assumiu o cargo de presidente da FIA, em dezembro de 2021. Nos últimos meses, os pilotos parecem ser o principal alvo do mandatário. O confronto teve estopim com a ideia de punir os competidores que falassem palavrões, o que gerou muitas críticas, sobretudo pelo fato dos rádios serem públicos durante todos os momentos das atividades.

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Max Verstappen foi punido por ter falado palavrão durante a coletiva do GP de Singapura, e precisou cumprir serviços comunitários em Ruanda. Lewis Hamilton foi um dos que saiu em defesa do neerlandês e declarou que não pagaria a pena se fosse com ele.

A GPDA, liderada por Russell, enviou uma carta aberta com relação à mordaça dos palavrões, pedindo transparência e que os pilotos fossem tratados como adultos. Na ocasião, Ben Sulayem disse que “não é da conta deles” como ele gere a FIA.

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Mohammed Ben Sulayem é o presidente da FIA (Foto: AFP)

Durante essa troca de farpas públicas, a FIA também demitiu Niels Wittich do cargo de diretor de provas da Fórmula 1 e colocou Rui Marques no posto. Desde então, as punições se tornaram mais pesadas dentro da pista — o stop & go de 10s que Lando Norris recebeu por não reduzir a velocidade sob bandeiras amarelas no GP do Catar gerou diversas reações pelo paddock. A movimentação foi vista como uma espécie de vingança do mandatário aos pilotos.

Agora, os microfones se voltaram para Russell e o presidente da GPDA quer mais clareza da FIA, que recentemente aprovou em assembleia geral mudanças no estatuto do órgão, aumentando os poderes de Ben Sulayem e do presidente do senado, Carmelo Sanz de Barros. A alteração limita as formas com que a administração pode ser responsabilizada e dá mais autonomia para lidar com investigações internas.

A partir de agora, o comitê de ética da FIA realizará apenas uma avaliação inicial para determinar se uma investigação mais aprofundada é necessária. Ben Sulayem e Sanz de Barros terão o poder de decidir se tomarão medidas adicionais sobre quaisquer reclamações éticas. Já o comitê de auditoria perdeu o poder de investigar, de forma independente, questões financeiras da Federação.

“Não sei o que está passando pela cabeça dele [Ben Sulayem], mas da última vez que tivemos uma discussão sobre isso, perguntei a ele qual seria o próximo passo. Só não esperava que, duas semanas depois, isso se tornasse algo muito sério”, disse Russell.

George Russell (Foto: Rodrigo Berton/Warm Up)

“Não sei realmente o que significa toda esta mudança de governança. Nem sequer sei exatamente o que é, mas parece ser uma coisa muito importante. Seria ótimo para todos nós sabermos qual é a meta da FIA”, prosseguiu.

“Seria ótimo se o presidente nos pudesse dizer qual é o objetivo da FIA e, assim, vermos sob sua perspectiva. Talvez, teríamos melhor compreensão”, encerrou Russell.

Fórmula 1 agora está oficialmente de férias e dá adeus a 2024. A próxima atividade é exatamente a sessão única de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, nos dias 14-16 de março.

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