Globo coloca Felipe Giaffone como substituto de Reginaldo Leme na F1

Comentarista do Grupo Globo desde o começo do ano, Felipe Giaffone irá migrar das transmissões de Fórmula 1 do SporTV para as da Globo. A escolha de Giaffone define como a Globo irá lidar com o fim da Era Reginaldo Leme na emissora

Está definido quem será o substituto de Reginaldo Leme nas transmissões de Fórmula 1 na Globo, já a partir do GP de Abu Dhabi deste fim de semana: é Felipe Giaffone. O GRANDE PRÊMIO apurou a informação que o ex-piloto, que chegou ao Grupo Globo no começo de 2019, assume a vaga que pertenceu a Leme nos últimos 41 anos. Os dois comentaristas dividiram a cabine da transmissão em Goiânia na rodada dupla da Stock Car há uma semana. Luís Roberto vai ser o responsável pela narração da prova derradeira da temporada, configurando assim uma raríssima transmissão da F1 sem a presença de Reginaldo ou de Galvão Bueno na cabine da Globo.

Galvão, aliás, recebeu alta no começo desta semana na clínica Anglo Americana, em Lima, onde estava internado desde a quinta-feira da passada depois de ter sofrido um infarto às vésperas da final da Copa Libertadores entre Flamengo x River Plate. O narrador foi o grande parceiro de Reginaldo Leme nas transmissões da F1 pela Rede Globo ao longo de mais de 500 GPs.

 
Giaffone passou pelo Grupo Bandeirantes, onde fez comentários da Indy por mais de dez anos. No fim de 2018, foi contratado para ser o titular dos comentários do SporTV, ao lado do narrador Sérgio Máurício. Com a saída de Leme, porém, o caminho natural foi promover Giaffone, que passa a comentar as corridas na Globo ao lado de Luciano Burti.
Reginaldo Leme será substituído por Felipe Giaffone nas transmissões da F1 na Globo (Foto: Reprodução)
A saída de Reginaldo Leme do Grupo Globo foi confirmada na última quarta-feira, após o jornalista enviar um e-mail de agradecimento e lamentação para a redação de esportes da emissora. Leme chegou a negar o envio do e-mail após a notícia inicialmente dada ao Yahoo Esportes, mas o GRANDE PRÊMIO confirmou posteriormente. Horas depois, a Globo confirmou o desligamento do profissional por meio de comunicado oficial.
 
O GP apurou que Reginaldo estava descontente com as mudanças de caráter trabalhista que o Grupo Globo tem aplicado a seus funcionários. O primeiro contrato do jornalista era com registro e carteira assinada (CLT); depois, foi modificado para PJ, em que o profissional emite uma nota fiscal para recebimento dos provimentos sem ter todos os benefícios; de uns tempos para cá, a emissora resolveu retornar ao regime CLT. Leme era um dos únicos que não havia aceitado a mudança.
Reginaldo Leme na Stock Car (Foto: Instagram/Reginaldo Leme)
A TRAJETÓRIA DE REGINALDO LEME NA TV
 
Reginaldo foi parceiro de Galvão Bueno por muitos anos e, mesmo na ausência do narrador, seguia como titular das transmissões ao lado de Luciano Burti e, na Stock Car, com Sergio Maurício e Felipe Giaffone.
 
A trajetória de Leme na cobertura de F1 começa ainda na década de 1970. Mais precisamente em 1972, quando cobriu um Grande Prêmio pela primeira vez, trabalhando para o ‘Estado de São Paulo’. A passagem pela TV Globo, por sua vez, começou seis anos depois, em 1978. Foi através da emissora carioca que o jornalista se consolidou como grande referência na cobertura de automobilismo no Brasil.
 
A chegada do narrador Galvão Bueno às transmissões de F1 da Globo, em 1981, formou uma dupla das mais icônicas. Os dois, lado a lado, cobriram títulos de Nelson Piquet e Ayrton Senna, nos anos dourados do Brasil no automobilismo mundial.
 
Os mais de 40 anos de envolvimento com a F1 colocaram Leme em uma posição privilegiada. O jornalista já cobriu mais de 500 GPs, sendo recentemente homenagem pela própria categoria. Reginaldo, entretanto, teve o azar de não participar da cobertura do 1000º GP, o da China de 2019, por conta de problemas de saúde.
 
O ‘furo’ do ‘Singapuragate’, escândalo em que Nelsinho Piquet bateu de propósito no GP de Singapura de 2008 para atender pedido da Renault, pode ser considerado o ponto alto da carreira de Leme. O jornalista foi o primeiro a divulgar que o brasileiro agiu de má fé, abrindo investigações daquele que se consolidaria como um dos maiores escândalos da história da F1. 
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