GP Recomenda: cinco bons motivos para não se perder o GP da Bélgica de F1

Depois de quase quatro semanas de férias, a F1 está de volta e vai iniciar, a partir deste fim de semana, a segunda metade da temporada 2015. E não há lugar melhor para isso do que Spa-Francorchamps, o icônico e reverenciado circuito belga.E O GRANDE PRÊMIO lista agora cinco motivos para não se perder a corrida nas Ardennes

1) SPA É SPA

O GP da Bélgica por si só já é motivo suficiente para ligar a TV no domingo pela manhã. Isso porque Spa-Francorchamps é, de longe, a pista mais espetacular de todo o calendário da F1. Dez em cada dez pilotos simplesmente adoram guiar por dentro do circuito que tem como cenário a linda Floresta da Ardennes e que acompanha as charmosas cidades de Francorchamps, Spa, Stavelot e Malmedy, todas na província belga de Liège.

Icônico e reverenciado, o veloz traçado belga tem tudo que uma boa pista deve ter: trechos em subida, descida, combinação de curvas rápidas, pontos de baixa velocidade, grandes retas. Enfim, tudo. E como se tudo isso não bastante, ainda tem a Eau Rouge. A mais sensacional das curvas do Mundial.

O início da veloz curva é feito em descida, exercendo aos pilotos uma força gravitacional de 1,7G antes de uma forte e rápida subida da reta Kemmel em direção à curva Les Combes, esta feita em velocidade reduzida.
 
A volta completa em Spa tem 7.004 m de extensão e é feita no sentido horário. A pista belga também tem a maior reta do campeonato, 2.015 m. E a velocidade média atual de um giro todo pelo circuito é de 220 km/h, sendo que a máxima pode chegar a 324 km/h. O recorde do circuito pertence a Sebastian Vettel, com 1min47s263, com a Red Bull de 2009.

A corrida é disputada em 44 voltas, somando um total de 308 km. A previsão é de dois pit-stops. E a Pirelli decidiu pelos compostos médios (de risca branca) e macios (de cor amarela) para este fim de semana. Uma escolha bastante condizente com as características da pista.

 
A etapa em Spa também tem outras idiossincrasias. E o clima é uma delas. O tempo é bastante instável naquela região – e sempre chove. Sempre. Simplesmente, não é possível traçar com exatidão a chance de chuva ou onde vai ocorrer, o que torna a vida de equipes e pilotos muito complicada. E só por isso já vale a audiência. 
O espetacular circuito de Spa-Francorchamps (Foto: Getty Images)
2) AGORA É COM O PILOTO
 
Com o objetivo de reduzir a ajuda vinda dos boxes aos pilotos durante as corridas, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) decidiu alterar os procedimentos de largada a partir do GP da Bélgica, que acontece neste fim de semana e que abre a segunda fase da temporada 2015 da F1. Agora, tudo vai ficar a cargo do piloto. 
 
A entidade máxima mudou o artigo 20.1 do regulamento esportivo, estabelecendo que “o piloto deve guiar seu carro sozinho e sem ajuda”. O diretor de provas da federação-mor, Charlie Whiting, disse ainda que a regra será aplicada de forma mais rigorosa para assegurar que “os pilotos sejam os únicos responsáveis pela preparação de suas largadas”, eliminando assim qualquer tipo de auxílio externo.
 
Outra mudança feita pela entidade diz respeito ao uso da embreagem e também de informações transmitidas via rádio. A nova ordem técnica, destacada como TD/017-15 e chamada de “Prática de largada e Procedimentos de largada”, rege que o ponto de embreagem não pode ser mais modificado depois que o carro sair da garagem, antes da corrida, até após o início da prova.
 
Quanto às orientações via rádio, a FIA também deixou claro que não vai tolerar quaisquer formas de auxílios ao piloto no momento da largada, sendo liberadas apenas troca de informações sobre questões de segurança ou assuntos esportivos.
Pelotão faz a primeira curva do GP da Bélgica após a largada (Foto: Mark Thompson/Getty Images)
3) O 900º GP DA FERRARI NA F1
 
A Ferrari vive uma temporada de redenção neste ano, depois dos últimos campeonatos de poucos resultados e muitas controvérsias. A equipe italiana passou por uma séria reestruturação interna entre 2014 e 2015, que incluiu a troca de comando da marca e da equipe, alterações no setor de engenharia, além da vinda do tetracampeão Sebastian Vettel para o lugar de Fernando Alonso. E tudo isso deu resultado mais rápido que o esperado. 
 
O alemão já venceu duas vezes neste Mundial, e o time de Maranello está agora na segunda colocação entre os Construtores. O desempenho, inclusive, serviu para acender a luz de alerta na líder Mercedes. A verdade é que a equipe está de novo em ascensão. 
 
Neste fim de semana, vinda de vitória na Hungria, antes da pausa de verão, a Ferrari vai disputar seu GP de número 900 — a segunda colocada na lista de presença em corridas na F1 é a McLaren, com 771 provas no Mundial. Uma vez mais, a icônica esquadra vermelha se firma como a mais longeva da F1 e uma das mais importantes da história do esporte a motor no planeta. 
 
Maior das vencedoras na principal categoria de monopostos do mundo, a Ferrari contabiliza 16 títulos no Mundial de Construtores e 15 no de Pilotos ao longo das 66 temporadas já disputadas. Também são 223 vitórias, 207 poles e 81 dobradinhas na história da marca na F1.
 
Pela escuderia fundada por Enzo Ferrari, também passaram nomes importantes do Mundial e que são reverenciados até hoje, como Alberto Ascari, Nino Farina, José-Froilán González, Juan Manuel Fangio, Niki Lauda, Gilles Villeneuve, Nigel Mansell, Alain Prost, Kimi Räikkönen, Fernando Alonso e Vettel, além dos brasileiros Felipe Massa e Rubens Barrichello. Mas nenhum marcou tanto a história da Ferrari quanto Michael Schumacher. A bordo do vermelho bólido, o alemão ganhou cinco de seus sete títulos e de forma consecutiva, impondo um domínio sem precedentes na F1. 
Celebração da Ferrari pelo heptacampeonato de Michael Schumacher em Spa (Foto: Ferrari)
4) A SEGUNDA FASE DOS FELIPES
 
A segunda fase da temporada 2015 da F1 é aguardada com entusiasmo pela Williams. Isso porque a maioria das pistas desta metade final do campeonato vai favorecer o carro inglês, que gosta mais de traçados velozes, curvas de alta velocidade e pouco downforce. E Spa-Francorchamps é tudo isso. 
 
Além da alta expectativa, a equipe inglesa também tem atualizações para essa parte final do campeonato. Mas também tem situações a resolver, como, por exemplo, as decisões quanto à estratégia. E quem fez o alerta foi Felipe Massa, titular do carro #19.
Felipe Massa mostrou preocupação com a Williams (Foto: AP)
Como de costume, a região da pista belga é marcada pela instabilidade do clima. E há sempre a chance de chuva, ainda mais no período de fim de verão. Também, como se sabe, o FW37 não tem grande predileção pelo asfalto molhado, então o time precisa realmente de um esforço extra para evitar a confusão do GP da Inglaterra, depois de um início forte de corrida.
 
“Spa é o meu circuito favorito”, disse Massa. “É sempre bom ter um resultado forte em circuitos em que você gosta de guiar. O clima às vezes pode surpreender, então temos de estar ligados no que diz respeito à tomada de decisões estratégicas”, disse Massa. “O layout é compatível com as características do nosso carro, então miramos começar a segunda parte da temporada em uma posição forte”, concluiu.
 
A Sauber também tem motivos para ter esperança em uma melhor metade de temporada. A equipe de Felipe Nasr e Marcus Ericsson terá, pela primeira vez no ano, um grande pacote de atualizações. O time suíço introduziu novas peças no C34 terá asas especificas para o veloz traçado belga. Além disso, a esquadra vai à disposição uma versão totalmente revisada e aprimorada do motor Ferrari. A ideia é acertar o carro de modo a conseguir eficiência aerodinâmica, além de potência nas saídas de curva.
 
Apesar da expectativa por uma melhor apresentação a partir da Bélgica, Nasr se mostrou cauteloso. "Nós temos algumas atualizações no motor, mas não andamos lá ainda, então não sabemos como vai ser. De qualquer forma, estão todos ansiosos por isso e espero que tudo isso nos beneficie", disse o brasileiro. 
Felipe Nasr foi o 14º nesta sexta-feira durante o TL2 na Hungria (Foto: AP)
5) A REAÇÃO PRATA
 
A Mercedes sofreu um duro revés na etapa da Hungria, disputada no mês passado e que encerrou a primeira parte da temporada. Após a dominante classificação de sábado, a expectativa era de uma vitória fácil dos alemães, muito possivelmente com Lewis Hamilton à frente de Nico Rosberg. E uma das Ferrari, provavelmente a de Sebastian Vettel, completando o pódio. Só que o roteiro parecia monótono demais, então Hungaroring acompanhou uma das melhores e mais divertidas provas do ano.
 
Na largada, o pole Hamilton e o segundo colocado Rosberg foram facilmente superados pelos dois carros da Ferrari, de Vettel e Räikkönen. O alemão abriu grande vantagem e chegou até mesmo a se preocupar com uma possível investida de piloto da Mercedes de uma intervenção do safety-car. Mas a sorte estava a seu lado, e o compatriota teve um pneu furado, depois de uma disputa com Daniel Ricciardo, e se viu fora da briga pela vitória e pelo pódio. 
 
A vida de Hamilton também não foi nada tranquila. Depois de perder a liderança no início, tomou um chega para lá do companheiro de equipe, foi na brita voltou, fez uma prova de recuperação marcada muitos erros e ainda acabou também se envolvendo em toques aqui e ali. Resultado: sexta colocação. Só não foi pior porque Rosberg terminou em oitavo.
 
Agora, com as baterias devidamente recarregadas depois das agitadas férias, o líder do campeonato prometeu voltar a velha forma, aproveitando o veloz traçado de Spa. Rosberg, por sua vez, também quer a redenção e fala em reação.
 
Vale lembrar aqui que, em 2014, foi lá na Bélgica que os dois protagonizaram o auge da briga pelo título, quando Nico tocou no carro de Hamilton na tentativa de ultrapassagem ainda na segunda volta da prova. 
Eis o toque da discórdia em Spa (Foto: Getty Images)

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