GP de Singapura exige perfeição e se desenha em quente duelo McLaren x Ferrari
A sexta-feira do GP de Singapura deixou claro que a Fórmula 1 deve acompanhar uma nova edição de uma batalha que vem se tornando habitual entre McLaren e Ferrari. Desta vez, a equipe inglesa saiu na frente, mas as margens são pífias. Os detalhes serão fundamentais na manhosa Marina Bay. Enquanto isso, a Red Bull tenta curar os ferimentos, para colocar Max Verstappen ao menos em condição de chegar à fase decisiva da classificação
O primeiro dia de treinos livres em Singapura deixou claro que a Fórmula 1 vive um novo e delicioso capítulo de uma temporada surpreendentemente equilibrada. Agora, é a vez de um duelo dos mais interessantes: McLaren x Ferrari. Desde o GP da Itália, as duas equipes trocam sopapos, mas nunca com tamanha paridade como a que as ruas da cidade-estado registraram nesta sexta-feira (20). Lando Norris terminou o dia com apenas 0s058 de vantagem sobre Charles Leclerc — que liderou a sessão que abriu as atividades em Marina Bay por diferença de 0s076. E mais: no geral, os dois carros ainda partilham forças iguais, o que abre a porta para uma das disputas de pole mais parelhas do ano.
De fato, a natureza do iluminado circuito asiático coloca em evidência os pontos fortes dos carros de McLaren e Ferrari. Por exemplo, o MCL38 tem como fator determinante o excelente rendimento em curvas de baixa, além da enorme tração — algo que também foi crucial na performance do modelo laranja nas ruas de Baku há uma semana. O carro britânico também vai muito bem em reta. Daí, uma combinação mais do que necessária, mesmo que o traçado urbano não tenha a alta velocidade como característica principal. O caso é que a escuderia vermelha também se preparou muito bem para Singapura, onde venceu de maneira categórica em 2023.
Os engenheiros de Maranello pensaram em uma asa dianteira que vai atender bem não só a etapa deste fim de semana, como será possivelmente mais importante no futuro. Mas a SF-24 também gosta de trechos de baixa velocidade e não perde muito em reta. É um equilíbrio já visto no Azerbaijão. Portanto, com quase as mesmas armas, a decisão será quente e nos detalhes.
Tanto é verdade que as duas equipes partiram para programas técnicos diferentes. A McLaren dividiu os trabalhos entre Norris e Oscar Piastri. Enquanto o vencedor do GP do Azerbaijão focou em uma simulação de corrida mais convencional, em cima dos pneus médios (C4), o líder do dia colocou uma pulga atrás da orelha dos rivais. Lando optou por um stint em condição de corrida com os compostos macios (C5) — a ideia foi compartilhada por Fernando Alonso, inclusive. Interessante entender que há, sim, uma possibilidade de uso dos vermelhos no domingo. Acontece que, de acordo com a Pirelli, não houve qualquer relato de desgaste ou granulação deste composto, talvez devido ao tratamento dado ao asfalto de Singapura.
“Pelo que vimos hoje, não houve granulação, nem mesmo no macio, o que pode abrir a porta para seu eventual uso no domingo”, afirmou Mario Isola, chefe da Pirelli. “O traçado provou ser consideravelmente mais rápido do que no ano passado, a ponto de o tempo da pole de 2023 já ter sido batido. Além da melhoria inevitável no desempenho dos carros de um ano para o outro, também pode ser devido ao fato de que a pista, pelo menos na trajetória, foi limpa com lavadoras a jato de alta pressão, o que significa que a superfície oferece agora melhor rendimento e está muito mais limpa”, completou.
Diante disso, não seria uma surpresa imaginar a McLaren em um primeiro trecho de corrida com os macios, tentando ampliar o ritmo para disparar na frente, sendo a dona da estratégia. A média de voltas de Norris ficou na casa de 1min37s3 — naturalmente, a melhor entre todos devido aos pneus, mas é sempre importante considerar o mapeamento de motor, carga de combustível e configuração aerodinâmica. Ainda assim, também é relevante dizer que Piastri imprimiu o melhor desempenho na simulação com os médios: algo em torno de 37s6. Portanto, os papaias têm uma carta importante na manga para a noite de domingo em Marina Bay.
A Ferrari também trabalhou em cima dos compostos amarelos com os dois carros. E aqui causa espanto e preocupação para Frédéric Vasseur, mas os carros italianos andaram no mesmo ritmo das Flechas de Prata da Mercedes — que sofreu ao longo do dia com ritmo de classificação. Mesmo assim, os quatro pilotos se viram separados por milésimos, entre 37s8 e 37s9. Há algum trabalho aí a ser feito pelos italianos, sem dúvida. Curioso também foi notar a performance da Red Bull.
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Embora os taurinos tenham enfrentaram novas dificuldades na configuração do RB20 — a aderência e os solavancos do circuito cobraram um preço alto —, Max Verstappen foi capaz de se aproximar de Ferrari e Mercedes, mas com os pneus duros. O tricampeão andou na casa de 1min37s8, o que pode indicar uma opção mais extrema para o domingo. E é também motivo de atenção dos rivais.
“Temos algumas coisas para analisar. As zebras são um problema menor, para ser honesto. Não sofri tanto com as ondulações e com as zebras, foi mais sobre a aderência dos pneus em geral. Precisamos encontrar um equilíbrio”, disse o líder do campeonato, que emendou: “O Q3 definitivamente é o objetivo, mas não vou dizer que consigo a pole-position. Meu fim de semana será um sucesso se conseguir estender a vantagem no campeonato.”
De fato, em classificação, o cenário realmente parece se resumir aos ingleses de Woking e aos italianos. A diferença entre as duas equipes é de apenas 0s04. De novo, os detalhes serão fundamentais em Singapura. Basta perceber que os companheiros de Norris e Leclerc deram trabalho e fecharam o dia distantes dos colegas. Carlos Sainz foi o terceiro na tabela, mas com 0s6 de desvantagem. O espanhol enfrentou um sério problema de freio durante as duas sessões desta sexta, e isso limitou o desempenho. Já Oscar encontrou mais dificuldades com as paredes do circuito urbano. Ao menos dois toques no muro lhe empurraram para longe das primeiras colocações.
Só que o GP de Singapura vai demandar força total, então Sainz e Piastri precisam figurar na briga das primeiras posições e afastar os invasores, como Mercedes, Red Bull e até mesmo RB e Williams — que brilharam nesta sexta. Todo o cuidado é pouco, especialmente quando não se pode errar.
O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP de Singapura de Fórmula 1 e transmite classificação e corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após treinos livres e classificação, além de antes e depois da corrida. No sábado (21), o TL3 abre o dia às 6h30 (de Brasília, GMT-3), ao passo que a classificação será às 10h. Por fim, no domingo (2), os pilotos disputam a corrida em Marina Bay a partir das 9h.
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