GP turco caótico expõe fragilidade extrema de Latifi. E futuro da Williams preocupa

Ninguém esperava muita coisa de Nicholas Latifi na Fórmula 1, mas o rendimento do canadense no GP da Turquia foi assustador, no pior dos sentidos da palavra. Completamente fora do ritmo, lembrou os pilotos mais lentos da categoria e mostrou que a Williams deve se preocupar seriamente com os próximos anos

Assinar com um piloto pagante é uma eterna via de mão dupla. Ao mesmo tempo em que o alívio financeiro é imediato, estabelece-se uma relação de dependência e, naturalmente, o nível técnico não costuma ser dos melhores, o que prejudica a equipe na parte técnica e na busca por recursos através de bons resultados. Ainda assim, há casos e casos de pagantes e, até aqui, Nicholas Latifi vai se encaixando em uma categoria preocupante, o que é péssimo sinal para a combalida Williams.

Nos números frios, a temporada de Latifi nem parece assim tão ruim, afinal, o canadense vem na frente do companheiro promissor George Russell, por ter ficado em 11º mais vezes. Só que, em uma análise mais profunda, fica claro que Nicholas não tem nível para estar na F1 e isso é demonstrado nas classificações, em corridas como o GP da Bélgica, mas foi evidenciado de vez em um pífio GP da Turquia.

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Se o piloto novato até vinha conseguindo se esconder das maiores críticas pela também falta de pontos de Russell, apresentou um nível indefensável na Turquia. Em uma pista sem nenhuma aderência e que ficou ainda mais complicada com a chuva que caiu, era uma corrida especial para ver quem é quem de verdade. E aí, enquanto George andou próximo do top-10 mesmo tendo largado dos boxes após bater na volta de instalação, Latifi foi engolido desde os primeiros metros.

Nicholas Latifi abandonou GP da Turquia quando estava muito, muito atrás (Foto: Williams)

O canadense virou retardatário cedo, tomou a segunda volta antes mesmo que algum rival tomasse a primeira e caminhava firmemente para uma espécie de recorde de voltas atrás dos líderes sem que nada de muito anormal tivesse acontecido. Quando a Williams recolheu o carro de Latifi, o piloto vinha três giros atrasado, atrás até de Kevin Magnussen, que havia perdido quase duas voltas parado nos boxes. De longe, de muito longe, a exibição menos competitiva de alguém na temporada.

Em linhas gerais, nas condições extremas apresentadas pela desafiadora pista turca, Latifi teve uma performance do nível dos piores pilotos que passaram pela F1 recentemente, parecia estar em uma liga diferente em relação ao restante do grid. E, por mais que isso não deva se repetir com a mesma intensidade sempre, é algo que certamente preocupa muito a Williams.

Ainda que Nicholas não tenha tido tantos desempenhos horrorosos, também não pontuou ainda, perdeu para Russell em todas as posições de largada até aqui e, em ao menos duas corridas, teria ido ao top-10 fosse um pouquinho melhor. E esse tipo de coisa pesa muito na briga do fundo do grid. Com Alfa Romeo e Haas tão pouco competitivas em 2020, a Williams finalmente parece ter condições de bater rivais e ganhar um importante respiro com o bônus financeiro. Mas isso só vai mesmo rolar se for com Russell.

Nicholas Latifi segue zerado (Foto: Williams)

No fim das contas, Latifi não é do pior dos tipos de pilotos pagantes porque é tranquilo de lidar, não causa grandes problemas, mas tecnicamente está muito aquém do nível exigido pela F1. Nicholas é bem pior, por exemplo, do que Lance Stroll, mas ao menos não se comporta de forma mimada como Nikita Mazepin, que tem tudo para estar na Haas em 2021.

De todo modo, em um ano em que a concorrência enfim deu alguma brecha, a Williams parece de mãos atadas. Se Russell tem muito potencial, mas convive com os primeiros pontos encalhados e lidando com uma pressão enorme, Latifi só vai conseguir um top-10 em um acaso extremo. De resto, é tentar, em 2020 e nos próximos anos, não danificar muito o carro e, assim, causar mais gastos para uma equipe que tem sofrido tanto para seguir na F1.

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