Grande história do ano, Alonso atrai atenções do mundo para Indianápolis e se encontra na “experiência da vida”

Fernando Alonso, a McLaren e a Honda pegaram todo mundo de surpresa ao anunciarem em abril que, menos de dois meses depois, o bicampeão mundial estrearia nas 500 Milhas de Indianápolis às custas do GP de Mônaco. O que aconteceu daí em diante foi uma das grandes histórias recentes do esporte a motor. E uma história de amor que nasceu em frente aos nossos olhos

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A história surgiu como um meteoro na manhã do dia 12 de abril. Antes, ninguém sabia de absolutamente nada. Não havia boato, não havia furo de grande jornalista ou blog obscuro, nada. Ninguém, absolutamente ninguém na imprensa, sabia. A notícia apareceu já como confirmação da McLaren: Fernando Alonso estava fora do GP de Mônaco para correr as 500 Milhas de Indianápolis pela primeira vez na carreira numa parceria entre McLaren-Andretti-Honda. A intenção: a Tríplice Coroa do automobilismo.

 
Óbvio que se tratava da maior notícia do esporte a motor no ano. Sem qualquer condição de fazer um papel minimamente aceitável na F1 com um carro pior que capenga da McLaren com o bisonho motor Honda, a equipe, liderada pelo criativo diretor-executivo Zak Brown, fechou o acordo com Michael Andretti para alegrar um pouco o ano e a passagem do bicampeão mundial por Woking.
 
"A Indy 500 é uma das mais famosas corridas do calendário do esporte a motor no mundo, rivalizando apenas com as 24 Horas de Le Mans e com o GP de Mônaco. Nunca andei em um carro da Indy antes, e nunca também pilotei em um superoval antes, mas estou confiante de que vou conseguir me adaptar rapidamente", disse Alonso, em nota da McLaren. "Eu assisto a muitas corridas da Indy pela TV e online, e é claro que uma grande precisão será necessária para a estreia com carros que ultrapassam os 300 km/h", acrescentou.
 
Era uma celebração também para a própria McLaren que esteve em Indianápolis para vencer nos anos 1970. “Como um americano, ainda que eu seja um apaixonado pela F1 desde muito jovem, sempre considerei a Indy 500 como uma corrida fantástica. Por esta razão, estou particularmente feliz por conseguir levar à McLaren de volta à Indianápolis no meu primeiro ano como diretor-executivo da McLaren", disse Zak Brown na ocasião.
Fernando Alonso (Foto: Beto Issa)

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Tinha um problema, porém: como a corrida estava marcada para o dia 28 de maio, Alonso tinha menos de dois meses para aprender a andar em pistas ovais, algo que jamais havia feito na carreira, além do carro da Indy e de tudo que envolve Indianápolis. Um desafio hercúleo – e ele sabia disso. A preparação seria complexa. Para ajudar, então, a Honda chamou Gil de Ferran, vencedor da corrida e campeão da Indy, para ser uma espécie de 'coach'.

 
"Eu conheço o pessoal da McLaren e mandei, assim que eles anunciaram, uma notinha parabenizando pela iniciativa – porque eu achei um negócio súper legal", disse De Ferran em entrevista exclusiva ao GRANDE PREMIUM. "Dois dias depois, eles me ligaram e disseram: ‘Escuta, você não quer ajudar o Fernando na corrida de Indianápolis?’. Eu respondi: ‘Ajudo, claro’. E devo dizer que essa é uma iniciativa muito legal em diversos sentidos."
 
Tudo certo então? Com um carro laranja de tom forte e #29, Alonso tomou a pista pela primeira vez no dia 3 de maio, na semana seguinte a disputar o GP da Rússia da F1.
 
De cara, Alonso foi competitivo. E a Indy resolveu capitalizar ao entender o tamanho do espanhol e dar a ele a atenção e o estrelato que o resto do mundo reserva. Como muita gente julgava que faltou um grande nome internacional na 100º edição das 500 Milhas de Indianápolis, Fernando chegava com um ano de atraso para suprir a expectativa. O ROP – Programa de Orientação de Novatos, na sigla em inglês -, teve mais de 2 milhões de telespectadores na transmissão oficial via internet organizada pela categoria. 
Fernando Alonso liderou em Indianápolis (Foto: Beto Issa)
Quanto mais participava, mais Alonso se animava. Testava, saía do carro e era entrevistado, ovacionado, querido, amado. Visitou a primeira corrida no Alabama. Amou. Estava claramente mais leve do que aquele sujeito carrancudo dos tempos mais áureos da F1 ou o reclamão das dificuldades da McLaren. Se redescobriu.
 
Velocidade de cara para o vento, no vácuo, com pouco e muita gente na pista. Alonso estava pronto. Passou ao Fast Nine e o Pole Day na briga pela primeira fila. Anotou um honestíssimo quinto lugar para a prova da semana seguinte. Ótimo, certo? Mas Alonso namorou a pole-position.
 
"Tive um problema com a sobrecarga na saída da última curva na segunda volta e foi como frear. Baixei uma marcha e comecei a aumentar a velocidade de novo", contou após o treino classificatório. "Cruzei a linha de chegada e pensei que estava a 362 km/h ou algo assim. Quase voltei ao pit-lane porque pensei 'esta classificação terminou com esse problema'", seguiu.
 
"Mas felizmente fiquei surpreso com o tempo final. Hoje o carro rendeu melhor que ontem e éramos muito, muito competitivos. Desta forma, provavelmente ficamos muito perto da pole-position", afirmou.
Fernando Alonso bebeu um leite (Foto: Reprodução)
No domingo, ainda pela manhã norte-americana, ligou para Jenson Button instantes antes da largada do GP de Mônaco. Os dois brincaram, e o campeão mundial substituto foi quem brilhou ao ameaçar Fernando: “Vou urinar no seu banco”. Não fez isso – ao menos que saibamos -, mas bateu o carro.
 
Alonso largou em Indy, ficou entre os primeiros e liderou. Foi bem quando precisou parar nos boxes, não se meteu em confusão e seguiu controlando a corrida. Não venceu. Se aproximava dos primeiros colocadas nas últimas voltas e, se não dá para dizer que tinha certamente mais ritmo que os três ponteiros, certamente tinha o suficiente para incomodá-los. O motor Honda, porém, seu suplício anual há três anos, estourou. Era o fim da briga para ganhar, mas só o começo da história de amor dele com a Indy.
 
"Foi a melhor experiência da minha vida", afirmou após a corrida. "Sem dúvida voltarei. Se eu me sentir competitivo, então será mais fácil do que essa vez. Foi divertido demais. Não posso garantir uma data, mas sei que quando voltar terei mais experiência e será muito mais fácil. Quero agradecer a Indy, aos fãs. Foi uma das melhores experiências da minha vida", declarou o novato do ano da Indy 500 de 2017.
 
Dias depois, com a F1 no Canadá e a Indy no Texas, Alonso mostrou que o coração estava na categoria dos Estados Unidos. Ligou deliberadamente para a transmissão da rede de TV NBC. À vontade para falar com o narrador Kevin Lee e o comentarista e ex-piloto Paul Tracy, teve uma rápida, mas divertida participação que não durou mais de 3 minutos. Na última pergunta que Lee fez, a questão foi clara: “Fernando, você consideraria ser piloto na temporada toda em 2018?”. A resposta não foi hesitante: “Por que não?”
 
Uma hora ele certamente voltará.
PADDOCK GP #91 RECEBE TUKA ROCHA

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