Grupo rebelde Houthi reivindica autoria de ataque em Jedá. F1 analisa situação

Refinaria da Aramco foi atacada em Jedá durante o primeiro treino livre da Fórmula 1 na Arábia Saudita, e grupo terrorista reivindicou autoria. F1 analisa o cenário, mas ainda não tomou novas decisões

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Um porta-voz dos terroristas Houthi — que lutam pelo controle político do Iêmen desde 2014 — reivindicou a autoria do ataque à refinaria da Aramco em Jedá, na Arábia Saudita, mesmo local em que a Fórmula 1 realiza neste momento a segunda etapa da temporada de 2022 — com dois treinos livres programados para esta sexta-feira (25).

A Fórmula 1 não divulgou se tomará medidas em relação à tensão, na qual a Arábia Saudita se envolveu ao apoiar a coalizão sunita — inimiga dos Houthi, que se identificam como xiitas e são apoiados pelo Irã — na tentativa de tomar o controle do Iêmen.

“Realizamos diversos ataques com drones e mísseis balísticos na Arábia Saudita”, indicou um dos rebeldes Houthi. “Incluindo uma instalação da Aramco em Jedá e instalações vitais em Riade”, completou.

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Uma refinaria da Aramco em Jedá foi atacada pelos rebeldes, que deixaram um rastro de destruição, fogo e fumaça no céu árabe. O primeiro treino livre da Fórmula 1, no entanto, transcorreu livremente enquanto cidadãos relatavam o cheiro de fogo e o forte barulho proveniente do impacto — que aconteceu a aproximadamente 10 km do circuito.

A tensão na área continua, pois os ataques aéreos são caracterizados por duas fases: o primeiro nos rebeldes ou em instalações do inimigo e o segundo nas forças de resgate. Assim, segue a indefinição sobre possíveis novos ataques, mas a Fórmula 1 não indicou pensar em mudanças. “Estamos todos aqui, nos sentimos seguros, então tudo continuará normalmente”, disse Stefano Domenicali, CEO da categoria.

Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem já se reuniu com Domenicali e o promotor do circuito, Martin Whitaker, para avaliar as opções. Vale destacar que os Emirados Árabes Unidos, país natal de Sulayem, também está envolvido no conflito ao apoiar os sunitas em conjunto com a Arábia Saudita.

A crise humanitária do Iêmen é a mais pesada do mundo, de acordo com a ONU. A organização prevê que 19 milhões de habitantes do país vão ficar sem alimentos nos próximos meses — em áreas como Taiz e Marib, cinco milhões de pessoas não têm o que comer, quatro milhões não possuem mais moradia e mais de dois terços da população necessita de ajuda humanitária apenas para sobreviver.

Imagem do TL1 de Jedá mostra densa fumaça ao fundo (Foto: Reprodução/Twitter)

A ONU ainda estima que até o final do ano passado, mais de 377 mil pessoas morreram devido ao conflito. Ao menos 60% dessas vítimas, no entanto, estariam mortas devido a fatores indiretos da guerra como fome, falta de tratamento de água e condições sanitárias — que desencadeou o maior surto de cólera já registrado, com mais de 2,5 milhões de casos e 4 mil mortes registradas desde 2016.

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