GUIA 2020: Envolto em desconfiança, Vettel vive ano para definir legado na F1

Sebastian Vettel deixa a Ferrari ao final de 2020. E é provável que ele deixe a escuderia sem conquistar o sonhado título, objetivo declarado desde sua saída da Red Bull. O ano da despedida muito dirá sobre como a história recordará Seb

Sebastian Vettel foi tetracampeão do mundo com a Red Bull entre 2010 e 2013. No ano seguinte, foi quinto ainda na equipe do touro. E, desde 2015, foi buscar o declarado sonho de infância: ganhar um título mundial com a Ferrari. Cinco temporadas depois, o desejo segue sem ser realizado.

2020 será a última chance. Vettel foi duas vezes vice correndo de vermelho, em 2017 e 2018; foi, também, uma vez terceiro, além de quarto (em 2016). Mas o desastre veio na temporada mais recente: o quinto lugar no Mundial, atrás não só da dupla da Mercedes e de Max Verstappen, mas do nome que pode ser decisivo para seu futuro: Charles Leclerc.

O contrato de Vettel acaba ao final de 2020, por isso agora ‘ou vai, ou racha’. Já está definido que Charles Leclerc passa a ter Carlos Sainz como companheiro de equipe em 2021 na escuderia. É um ano para decidir um legado na Ferrari e, de forma mais ampla, na F1. Mais um ano atrás de Charles Leclerc seria doloroso. Mais um ano longe de Lewis Hamilton – o que, pelo que a Ferrari mostrou na pré-temporada e pelo discurso interno, é o provável – só reforçaria que os dois estão em patamares diferentes na história.

Sebastian Vettel tem 2020 para definir o legado na F1 (Foto: AFP)

Leclerc vem forte

O novo ano de rivalidade interna, como foi em 2019 – com a clássica cena da batida entre ambos no GP do Brasil -, não muda o fato de que Leclerc é o futuro da Ferrari. Aos 22 anos, o monegasco terminou à frente de Vettel no último ano, seu primeiro na Ferrari. Mas Leclerc vai saber lidar bem com um alemão que pode arriscar dar tiros para todos os lados, sem ter o que perder?

O objetivo de ambos para 2020 é ter uma relação produtiva. Ou seja, impedir que as brigas nas pistas sigam prejudicando os resultados da Ferrari. Só que, pensando no bem maior da equipe, alguém terá de ceder nos embates. O que joga a favor de Leclerc é a boa fase que vem desde o segundo semestre de 2019, isso enquanto Vettel segue errático há quase dois anos.

Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, os dois maiores vencedores do grid atual (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

Hamilton pode (deve) alcançar Schumacher

Não que eles sejam rivais, mas Hamilton e Vettel são os maiores campeões em atividade e claro que mostraram na pista as maiores disputas dos últimos anos. O problema, para o alemão, é que o britânico disparou na briga por títulos e pode se tornar o maior campeão da história, igualando Michael Schumacher, exatamente em 2020. É o favorito para isso, inclusive. 

Vettel, um dia, chegou a abrir 4 a 1 nessa disputa. Hoje, perde de 6 a 4, com baixíssimas expectativas de diminuição da desvantagem – pelo contrário. Se a Ferrari não vai brigar com quem ganha, por que continuar lá já na parte final da carreira?

2020 talvez não responda todas as questões. Mas durante o ano elas estarão abertas e cada pequeno indício de resposta pode dar dicas do que Vettel fará no ano que vem.

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