GUIA 2020: Verstappen se firma como rival de Hamilton e puxa Leclerc para briga
Perto da sexta temporada na F1 e aos 22 anos, Max Verstappen está mais do que pronto não só para se tornar o grande adversário de Lewis Hamilton, como também para tentar de fato o título mundial. Cabe a Red Bull proporcionar as condições. Mas no caminho ainda há um Charles Leclerc faminto para se intrometer na briga
Não se deixe enganar pelos 22 anos de Max Verstappen. A pouca idade apenas não condiz com o gigante que ele se tornou nas pistas. De promessa da F1, o abusado holandês não tem mais nada. Max é o presente e é o futuro da maior das categorias. Desde que estreou, em 2015, aos 17 anos, ficou claro que cedo ou tarde entraria na zona de elite e assim foi. É bem verdade que o filho de Jos é um rapaz que sorri pouco e que não possui o carisma de Lewis Hamilton ou Charles Leclerc, mas também é muito certo dizer que sabe como ninguém como conquistar os fãs com aquilo que mais encanta quem está nas arquibancadas: a extrema agressividade misturada com arrojo e uma alta dose de insolência. E esse combo acabou por criar algo ímpar na história e que pode mudar de vez a F1: nunca um só piloto havia arrastado multidões uniformizadas e barulhentas nos mais diversos circuitos do calendário – é apenas uma pena que, em 2020, os lugares nos autódromos vão estar vazios, mas isso, certamente, não vai diminuir a fome de vitórias do jovem. De qualquer maneira, esse exército laranja dá bem a dimensão do quanto Max transformou o esporte. E prestes a iniciar sua sexta temporada, está pronto para algo maior.
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Verstappen soube usar bem toda a estrutura da Red Bull, para criar um ambiente seguro e competitivo. Praticamente obrigou Daniel Ricciardo a deixar a equipe, depois de derrotar o australiano em 2018. No ano passado, sequer tomou conhecimento de Pierre Gasly e não deu chances a Alex Albon. Portanto, hoje é ele quem lidera a equipe e é quem detém toda a confiança de Christian Horner, Helmut Marko, Dietrich Mateschitz e da Honda. Tanto é assim que o holandês já teve o contrato ampliado. Quer dizer, os energéticos não quiseram correr nenhum risco de perder o piloto para a concorrência, o que também diz muito sobre o futuro da esquadra austríaca na F1.
Em 2019, Verstappen aproveitou as chances que teve para brilhar. Não só em disputas espetaculares de posição, mas também em vitórias importantes. Ainda tem, é claro, de controlar o ímpeto agressivo, que, por exemplo, lhe tirou a chance da pole no México – e certamente até de triunfo. Ainda assim, Max já erra com menos frequência, conhece muito o carro tem nas mãos e não teme a quantidade de taças que carrega o inglês da Mercedes.
Só que tudo, novamente, vai depender do que a Red Bull conseguir entregar. A Honda apresentou um salto importantíssimo de qualidade na temporada passada e agora é necessário o passo concreto. Investimento não falta de nenhum lado. Embora tenha vivido uma pré-temporada discreta, a equipe dos energéticos construiu um RB16 revolucionário e deixou Barcelona com a impressão de que escondeu o jogo.
É claro que Hamilton é o alvo de Max, mas a Ferrari pode muito bem surpreender e, neste cenário, quem deve aparecer é Leclerc. Faminto para se tornar de fato o dono da bola, o igualmente jovem piloto ferrarista pode ser o elemento da discórdia.
2019 deu uma bela amostra do que ambos são capazes e deixou a entender que a grande rivalidade da nova década será mesmo entre ambos, para delírio dos fãs. E aí, ao invés de um duelo, a F1 pode tirar a sorte grande e viver uma batalha tripla pelo título.