GUIA 2022: Novo regulamento vira prato cheio para chance de ouro de veteranos do grid da F1
Sebastian Vettel, Fernando Alonso, Daniel Ricciardo e Valtteri Bottas têm experiência como trunfo para obter sucesso na nova era da categoria
A Fórmula 1 parte para uma nova era em 2022, com carros totalmente remodelados com a volta do efeito solo, conceito aerodinâmico que foi introduzido no Mundial pela primeira vez no fim dos anos de 1970. E todas as alterações previstas pelas regras se mostraram um desafio para as equipes, para a criatividade dos projetistas e para a performance. Portanto, a experiência dos pilotos será fundamental para o desenvolvimento dos carros e a adaptação ao novo regulamento. O que é uma oportunidade de ouro para que os veteranos do grid brilhem a partir deste fim de semana, no Bahrein.
Os campeões Fernando Alonso e Sebastian Vettel aparecem na ponta da lista dos mais experientes, porque são aqueles que devem liderar o trabalho de compreensão dos novos carros em suas equipes. Ambos perseguem o objetivo de voltar a vencer. O espanhol, por exemplo, decidiu retornar à F1 por causa da mudança nas regras. Já o piloto da Aston Martin busca ainda a redenção. Além deles, há outros nomes, pilotos que conhecem o caminho da vitória e que não pretendem desperdiçar a possibilidade de um recomeço.
Duas vezes campeão do mundo, Alonso é o piloto com mais tempo de grid e, nesta temporada, tem a chance de quebrar o recorde de Kimi Räikkönen de mais corridas na Fórmula 1. O espanhol tem 336 GPs disputados, contra 353 do finlandês, mas, com 22 provas no calendário, deve assumir a dianteira do ranking. A experiência é uma grande vantagem na cabeça do piloto da Alpine.
GUIA FÓRMULA 1 2022
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Mas o Príncipe das Astúrias não voltou ao grid para acumular números de corridas: Alonso mirava justamente a mudança de regulamento e um campeonato mais competitivo, no qual possa brigar por mais pódios, como o conquistado no Catar no final de 2021. A expectativa para a Alpine não é de brigar na frente, mas um resultado pior do que o quinto lugar do ano passado seria extremamente frustrante.
Além da mudança nos carros, o espanhol também mostrou empolgação com o teto de gastos, que busca igualar as equipes no âmbito financeiro. Para Fernando, a temporada de 2022 será a realização do desejo de participar de uma Fórmula 1 mais igualitária, e, aos 40 anos, parece que competir se tornou mais importante do que necessariamente vencer.
Assim como a Alpine, a Aston Martin também tem um plano de brigar no topo dentro de cinco anos. E também conta com seu próprio veterano para ajudar na missão. O ano de 2021 não foi o melhor para a equipe inglesa e para o alemão, que se mostrou decepcionado em seu primeiro ano no time, ainda que tenha conquistado um pódio em Baku. Mesmo aos 34 anos, Vettel não perdeu a vontade de vencer e brigar na frente, e, com o novo regulamento, sabe que sonhar não faz mal a ninguém.
Por mais que tenha grandes ambições, o ex-piloto de Ferrari e Red Bull sabe que a realidade deve ser outra. A motivação de Vettel em 2022 é ajudar a Aston Martin a continuar progredindo, colaborar com os grandes planos da equipe de Lawrence Stroll e, quem sabe, beliscar uma vitória semelhante à de Daniel Ricciardo em Monza.
Falando da McLaren, o australiano teve dificuldades por boa parte de 2021, é verdade, mas o triunfo com direito a dobradinha na Itália serviu para comprovar que, mesmo aos 32 anos, Ricciardo continua sendo um dos pilotos mais talentosos do grid. A vitória, que ele mesmo elegeu como seu maior momento na carreira, é o maior exemplo da habilidade e da velocidade do homem de Perth.
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Tanto que o triunfo aconteceu no ano mais difícil da carreira, mas que depositou confiança na McLaren, que vem em uma linha crescente no grid. No entanto, a discrepância em relação ao companheiro de equipe, o jovem Lando Norris, com certeza abalou Daniel. Foram 45 pontos de diferença entre os dois, algo que Ricciardo tem de mudar em 2022, se quiser permanecer na posição que está dentro da equipe britânica.
Com um novo regulamento, a adaptação não deve fazer tanta diferença, mas perder a pré-temporada no Bahrein por conta da Covid-19 com certeza deixa o ex-piloto da Red Bull um passo atrás de Norris. Caso o time de Woking consiga manter a curva de crescimento na Fórmula 1, a expectativa é que Daniel sofra menos e consiga brigar por pódios ao lado de seu companheiro de garagem.
O pior panorama dentre os trintões da Fórmula 1 é o de Valtteri Bottas. Depois de cinco temporadas com a Mercedes, o finlandês teve de deixar a multicampeã e acertou com a Alfa Romeo, o que representou um choque de realidade. A equipe italiana teve muitos problemas durante a pré-temporada e é bem plausível que brigue nas últimas posições do grid.
Ainda assim, Bottas está animado com o novo desafio e a responsabilidade de liderar uma equipe pela primeira vez. Não ter a sombra de Lewis Hamilton com certeza ajudará, e o piloto de 32 anos acredita que poderá mostrar sua melhor versão na nova equipe.
Valtteri também terá o papel de ajudar o único novato do grid em 2022, o chinês Guanyu Zhou, que já revelou que vê o finlandês como uma inspiração. A temporada será importante não apenas para confirmar sua experiência fora das pistas, mas também para mostrar que Bottas ainda pode entregar bons resultados dentro dela.
Em realidades e equipes distintas, os quatro veteranos são alguns dos grandes personagens da nova era da Fórmula 1, que começa no próximo domingo (20) com o GP do Bahrein.
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