GUIA 2023: F1 dá volta ao mundo com calendário extenso e logística maluca
23 etapas. A Fórmula 1 2023 terá o maior calendário da história. E, além de extenso, também conta com uma logística maluca: a categoria passa por quase todos os continentes, sem uma ordem lógica — começando no dia 5 de março e se encerrando em 26 de novembro
A Fórmula 1 será recordista em número de corridas em 2023. Na teoria, o calendário seria de 24 etapas, mas, com o cancelamento do GP da China, o cronograma diminui para 23. A temporada começa no dia 5 de março e se encerra no dia 26 de novembro. Alguns GPs voltam, outros saem e há ainda uma novidade: Las Vegas. Ou seja: três provas nos Estados Unidos.
Antes de destrinchar as etapas, é importante dizer que a F1 parece ter como meta aumentar cada vez mais o número de corridas. Christian Horner, chefe da Red Bull, chegou a dizer que a categoria não veria problema em chegar a 30 etapas — e foi algo que o chefão, Stefano Domenicali, já apontou como possibilidade.
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“Eu diria que há potencial para chegar a 30, em termos de interesse que vemos ao redor do mundo. Cabe a nós tentar achar o equilíbrio correto, considerando quais são as sedes que gostariam de estar na F1, quais são os valores históricos que precisamos ver no calendário”, disse Domenicali.
No entanto, o atual Pacto da Concórdia prevê o máximo de 24 corridas por temporada até 2025. A Comissão da F1, inclusive, aprovou um reajuste no teto de gastos, aumentando para US$ 1,8 milhão (R$ 9,3 milhões) o valor adicional a cada nova corrida adicionada ao calendário após o número de 21. O limite orçamentário em 2023 é de US$ 135 milhões (R$ 702 mi).

O campeonato, como de costume, começa com o GP do Bahrein. Depois, vai para a Arábia Saudita, pela terceira vez na história, no circuito rápido de Jedá. O GP da Austrália é o seguinte a compor o calendário.
A partir daí, começa a logística maluca. A sequência até as férias de verão é Europa-América-Europa-América-Europa. A F1 vai para seu segundo ano na pista de Miami e depois para a primeira perna europeia da temporada: Ímola, Mônaco e Espanha, pistas já bastante conhecidas – Barcelona, inclusive, vai ter a chicane do último setor, que foi colocada há alguns anos, retirada. O circuito volta ao seu formato original.
Após isso, a F1 dá um pulo no Canadá e volta ao Velho Continente para a disputa dos GPs da Áustria, Inglaterra e Hungria antes das férias. Um resumão da primeira parte da temporada: é muito parecida com os últimos anos e importantíssima para a sequência do campeonato. Já na quarta ou quinta corrida as equipes começam a levar atualizações, então é sempre bom guardar alguns pontos para não ter um segundo semestre apertado. Isso, claro, na teoria.
A categoria volta com uma tríade europeia: Bélgica, Países Baixos e Itália. Depois, Singapura, Japão e Catar – esse último retorna ao calendário, já que fez sua estreia na temporada de 2021 e ficou de fora em 2022 pela Copa do Mundo. A F1, então, volta para a América: Austin, México, Brasil e Las Vegas. A Sin City vai novamente receber uma corrida da F1. Isso porque, em 1981 e 1982, sediou as provas no estacionamento do hotel e cassino Caesars Palace. Agora, a avenida principal, Las Vegas Strip, vai ser fechada para dar lugar à prova.

E, sem novidade alguma, Abu Dhabi encerra as atividades da categoria no dia 26 de novembro.
Dá para notar, portanto, o calendário maluco que pilotos e equipes terão de enfrentar em 2023. Isso sem contar nas corridas sprint, que vão dobrar neste ano: serão seis. Mais trabalho, mais cansaço e menos tempo em casa. Desde as fábricas ao time completo do paddock.
Ano passado, Steve Nielsen, que agora é diretor-esportivo da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), havia dito que tinha como objetivo um calendário perfeito, estudando uma regionalização das corridas. Isso vai ao encontro com a meta da F1 em ser mais sustentável — afinal, agrupar os eventos faz mais sentido para que o cronograma atenda às credenciais de redução da emissão de carbono com menos movimentação de carga e das viagens das equipes.
“Temos uma ideia futura, não vou dizer em qual ano, mas que apresentará um calendário futuro que, gradualmente, elevará nossa estratégia de ir para uma resolução perfeita. A que temos agora não é a ideal e não estamos satisfeitos. É um processo”, disse Nielsen.
Obviamente, 2023 não entrou na conta. E é por isso que o chefe da Mercedes, Toto Wolff, por exemplo, disse que vai perder algumas etapas. “Não é sustentável para ninguém realizar 24 corridas. Os pilotos precisam [estar em todas], mas nós trabalhamos no escritório desde a segunda-feira até o fim da semana”, afirmou.
É, no entanto, um luxo que nem todos os funcionários podem contar. E assim a categoria segue com a meta de expandir seu cronograma, em lugares bastante questionáveis pelos mais diversos motivos.
Quanto mais, melhor? Talvez. Mas a que custo? Só o futuro do esporte poderá responder.
A Fórmula 1 volta já na próxima semana com a primeira corrida da temporada 2023. O GP do Bahrein tem cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.

