Guia da F1 2018: Dupla da Red Bull e inconstante Bottas surgem como possíveis novos ‘players’ em 2018. Alonso é incógnita

Lewis Hamilton e Sebastian Vettel despontam novamente como os grandes protagonistas da temporada que está para começar. Mas há muita gente boa com potencial para também entrar nessa briga. Se tiverem carro à altura do enorme talento, o ‘menino de ouro’ Max Verstappen e o sempre constante Daniel Ricciardo têm tudo para brilhar. Valtteri Bottas, no seu segundo ano pela Mercedes, tem em Nico Rosberg o exemplo para bater Hamilton. E Fernando Alonso? Só a Austrália vai poder responder

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Nos números e nos títulos, Lewis Hamilton e Sebastian Vettel são os dois grandes nomes da F1 na década de 2010, a ponto de apenas um piloto quebrar a hegemonia da dupla ao longo de oito temporadas, quando Nico Rosberg viveu o melhor ano da sua carreira e faturou sua maior glória no esporte. A temporada que está para começar aponta para mais um duelo entre Hamilton e Vettel, como foi durante boa parte de 2017, mas sempre há a expectativa sobre quem pode correr por fora e incomodar os tetracampeões. 

 
Três nomes surgem com maior potencial, ao menos no campo teórico, para fazer frente a Lewis e Seb: Valtteri Bottas, Max Verstappen e Daniel Ricciardo, a dupla da Red Bull. Fernando Alonso é um enorme ponto de interrogação, assim como o piloto mais veterano do grid, Kimi Räikkönen. 
 
Por mais que Hamilton seja o primeiro piloto, a Mercedes prima pela filosofia de entregar aos seus dois competidores oportunidades iguais, e aí priorizar quem estiver em melhores condições lá na frente. Portanto, Valtteri Bottas tem o destino em suas mãos. Claro que seu companheiro de equipe é muito melhor, mas caso o finlandês tenha um ano tão iluminado quanto teve Rosberg em 2016, então seu nome não pode ser descartado.
Valtteri Bottas ainda precisa provar que é capaz de ser um real postulante ao título (Foto: Mercedes)
A seu favor, Bottas tem o respaldo da Mercedes, que lhe deu mais um ano de contrato para mostrar do que é capaz. “Eu já tenho cinco temporadas na F1 e esse será o meu segundo ano com a equipe. Eu ganhei corridas, então eu sei do que sou capaz. Neste ano, toda a minha energia está em focar na minha performance e tentar ser rápido em classificação e corrida”, disse o finlandês em coletiva também acompanhada pelo GRANDE PRÊMIO na Catalunha, durante a pré-temporada.
 
Sua primeira temporada pelo time de Brackley foi cheia de altos e baixos, com três vitórias (Rússia, Áustria e Abu Dhabi), mas alguma desconfiança acabou ficando no ar. O #77 alternou performances irrepreensíveis com outras pra lá de opacas, como no Brasil, onde largou na pole, foi superado por Vettel na largada e não conseguiu alcançá-lo, mesmo tendo um carro melhor.
 
O próprio Toto Wolff, pouco depois do GP do Brasil, pediu a Bottas um instinto mais matador, avisando que o finlandês não poderia ser tão passivo. O recado foi compreendido na corrida seguinte, em Yas Marina, mas ainda paira alguma interrogação sobre a temporada que está por vir. Para Valtteri, é tudo ou nada neste ano. Sua missão é, além de se mostrar competitivo e tão fundamental para a Mercedes como foi Rosberg no seu ciclo na equipe, também é evitar o que mostra ser o caminho natural das coisas: que a equipe prateada promova o ótimo Esteban Ocon como titular em 2019.
 
Para se garantir na equipe, Bottas se espelha justamente em Rosberg como exemplo de que é possível bater Hamilton e ser campeão do mundo. “Nico trabalhou duro para vencer. E levou três anos de sua vida para bater Lewis, mas ele conseguiu e mostrou que é possível se você trabalhar muito. Então, é por isso que acredito que é possível superá-lo”, afirmou.
 
Por outro lado, Bottas não esconde a admiração que tem por Hamilton, o que trouxe um ar de muita tranquilidade aos boxes da Mercedes, uma harmonia que não existiu em nenhuma das quatro temporadas em que Lewis dividiu os boxes com Rosberg. “Lewis é um grande piloto e nunca devo ficar chateado se ele for mais rápido que eu”, afirmou Valtteri, numa fala talvez pouco afeita a quem se propõe a ser um dia campeão do mundo.
 
Mas a Mercedes, por mais que tenha sofrido com a tensão nos bastidores no auge da rivalidade Hamilton-Rosberg, não quer mais saber do clima ‘paz e amor’ e entende que uma nova batalha entre seus pilotos é o que vai impulsionar a equipe a ser ainda melhor em 2018. Para o chefão do time prateado, não há espaço para uma ‘Família Toto Wolff’.
 
“Não queremos formar uma nova família. Queremos ser a equipe mais efetiva, e uma equipe efetiva no automobilismo precisa de estresse, precisa de tensão, precisa de ruptura, bem como precisa de calma e uma mentalidade e atitude positiva. Mas, como em tudo na vida, você quer ter a combinação dos dois. E, provavelmente, essa é a receita do sucesso”, avisou o austríaco.
Com bom trabalho em Barcelona, a Red Bull fez Daniel Ricciardo sorrir ainda mais (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
Por um título que não vem há cinco anos
 
Se a lógica e a estabilidade nas regras indicam que Bottas vai continuar a ter nas mãos o melhor carro do grid, a mesma lógica sugere que a Red Bull chega a 2018 como a terceira força do grid. Algo que obviamente só vai ser possível responder a partir do fim de semana do GP da Austrália, mas ao menos os testes de inverno mostrou que os novos RB14 estão mais próximos de Mercedes e Ferrari. E se tal perspectiva for realmente confirmada, então Verstappen poderá esfregar as mãos e Ricciardo vai ter ainda mais motivos para sorrir.
 
É bem verdade que os testes de pré-temporada trazem sempre conclusões imprecisas, de modo que a tabela de tempos não é a principal referência às vésperas do campeonato. Mas a Red Bull causou boa impressão até para o olhar clínico de Hamilton. “A Red Bull pode realmente se tornar um desafio para nós neste ano. O carro deles parece muito bom. Com certeza, eles vão estar perto”, alertou o tetracampeão.
 
As palavras proferidas por Lewis foram endossadas por Ricciardo. O otimismo do australiano durante a sessão de testes foi evidente. "Estamos certamente mais prontos do que no ano passado e, muito provavelmente, do que em anos anteriores desde que estou na equipe. Nós fizemos muitas voltas hoje e acho que o carro não tem um ritmo ruim, mas ainda há pontos em que podemos melhorar", salientou o australiano, também ouvido pelo GP em Barcelona.
 
Max, por sua vez, tem um discurso mais ‘pés no chão’ e coloca a Mercedes num patamar acima, ao menos em volta rápida. “Acima de tudo, precisamos nos aproximar. Uma vez que você está 0s3 ou 0s4 atrás na classificação, pelo menos você garante chances de briga na corrida, quando normalmente acaba sendo mais parelho. Definitivamente estamos mirando esses 0s3”, pontuou.
Max Verstappen é apontado até por Lewis Hamilton como potencial campeão do mundo (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
Caso o time de Milton Keynes corresponda às expectativas de Ricciardo e entregue um carro rápido o bastante, então dá para esperar um embate bem mais próximo e emocionante. Daniel e Verstappen formam atualmente a dupla mais equilibrada da F1, com o jovem holandês destacando-se pelo seu brilhantismo e arrojo, enquanto Ricciardo é mais cerebral e constante.
 
Os dois, contudo, vivem momentos distintos dentro da equipe. Ricciardo ainda não renovou seu contrato, talvez de olho em uma vaga na Mercedes ou Ferrari — Bottas e Räikkönen têm seus vínculos a se encerrar no fim do ano. Teoricamente, o prestígio maior na equipe acaba sendo para Verstappen, que apostou na continuidade e renovou seu contrato até 2020.
 
Depois de Vettel, Verstappen é a grande aposta de Christian Horner e Helmut Marko para o futuro da Red Bull. Visto até por Hamilton como campeão do mundo em potencial, o holandês de apenas 20 anos já provou que, se tiver um grande equipamento à altura do seu talento, não vai deixar pedra sobre pedra. 
 
É meio chavão dizer que esse ou aquele piloto vai ter pela frente um ano decisivo, mas a máxima pode ser aplicada a Ricciardo. A Red Bull já avisou que não vai esperar o tempo todo por uma decisão do australiano, e para isso tem sua carta na manga, que atende pelo nome de Carlos Sainz Jr. Assim, é fundamental ao sorridente Daniel mostrar serviço desde a primeira prova do ano, assim como fez bem nas últimas temporadas e nos testes de inverno. Seja para chamar a atenção de Mercedes e Ferrari, seja para garantir um ótimo contrato e seguir defendendo a Red Bull.
 
 
As grandes interrogações: Alonso e Räikkönen
 
Fernando Alonso quase deixou a F1 ao fim do ano passado. Cansado e triste pela falta de performance e de resultados que não condizem com seu potencial e currículo, o espanhol ficou muito perto de dar adeus ao Mundial. Mas continuou para não se sentir “arrependido pelo resto da vida”. O fôlego maior dessa motivação renovada de Alonso para 2018 é o motor Renault, que agora empurra os carros da McLaren no lugar dos (outrora) problemáticos Honda.
 
Fato é que, ainda que a McLaren tenha sido a equipe que mais apresentou ganhos na pré-temporada em relação aos tempos aferidos em 2017, há muitas interrogações sobre o que o novo MCL33 todo laranja, com detalhes em azul, vai poder fazer para ajudar o bicampeão do mundo a viver seus tempos de glória na F1.
Mesmo com capacidade inquestionável, nada sugere que Alonso vai brigar pelo topo em 2018 (Foto: LLuis Gene/AFP)
Curiosamente, enquanto a Toro Rosso, nova equipe a contar com as unidades de potência da Honda, quase não apresentou problemas, a McLaren teve de lidar com falhas no turbo e também vazamento de motor, o que levou a equipe a ser a que menos andou em Barcelona, com apenas 599 voltas, ou 2.788 km — a título de comparação, a Mercedes, com um pacote bem mais sólido, andou quase o dobro: 1040 voltas, ou 4.841 km.
 
No momento, a análise de Éric Boullier sobre a nova McLaren é otimista, mas ao mesmo tempo cautelosa. Questionado pelo GRANDE PRÊMIO, o diretor de corridas vê o grupo do meio “mais compacto e acho que estaremos no meio disso tudo. Acho, sim, que seremos competitivos na Austrália”. Contudo, o engenheiro francês não vê a McLaren no mesmo patamar de Mercedes, Ferrari e Red Bull. Na sua visão, a briga é um pouco mais atrás, com Renault e, surpresa, a Haas.
 
Caso as previsões do dirigente se confirmem, é possível esperar a McLaren somando pontos com alguma frequência nesta temporada e, com alguma sorte, indo ao pódio. Mesmo que Alonso tire toda a diferença no braço e no talento, nada sugere que vai ser neste ano que o asturiano vai voltar a brigar pelo título mundial.
 

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Já o ‘Homem de Gelo’ também converte-se em outra incógnita, mas porém de prognóstico mais fácil. A razão é simples: Kimi só vai poder ser um ‘player’ de verdade se for muito melhor que Vettel. Diferente do que acontece na Mercedes, a Ferrari sempre teve tradição de beneficiar aquele que considera seu melhor piloto. Ano passado, tal cenário foi visto de forma mais clara em duas corridas, especificamente: em Mônaco e na Hungria. 

 
Räikkönen, que neste ano vem com uma postura um diferente fora das pistas, mais aberto às redes sociais, mostrando uma faceta divertida e até então desconhecida — registrou boas marcas nos testes em Barcelona, ainda que tenha sido o segundo piloto que completou menos voltas, 286, ficando somente à frente de Alonso — que completou 263. Mas a baixa quilometragem do finlandês se deve muito mais à chuva e neve que atingiram Barcelona na semana de testes, com Kimi sendo bem mais prejudicado que Vettel.

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