Hamilton fatura empolgante GP de Portugal e vira maior vencedor da história da F1
Marcado por uma primeira volta memorável, o animado GP de Portugal representou a coroação do maior vencedor da Fórmula 1 em todos os tempos: Lewis Hamilton superou Michael Schumacher para triunfar pela 92ª vez no Mundial
Lewis Hamilton é o maior vencedor em todos os tempos na Fórmula 1. Com 262 GPs disputados na carreira, o hexacampeão do mundo superou o recorde que compartilhava com Michael Schumacher e alcançou sua 92ª vitória no Mundial ao triunfar no ótimo GP de Portugal, 12ª etapa da temporada 2020. A corrida disputada na tarde deste domingo (25) no circuito de Portimão foi marcada por uma grande primeira volta e pela incerteza sobre a chuva que, no fim das contas, não apareceu.
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Hamilton largou na pole, chegou a ser superado por Valtteri Bottas e até por Carlos Sainz, que incrivelmente liderou a prova por algumas voltas no começo. Mas, na sequência da disputa, valeu a melhor performance daquele que é um dos maiores da história.
Bottas viu Hamilton abrir enorme vantagem ao longo da prova e teve de se conformar com o segundo lugar na corrida, enquanto Max Verstappen completou o pódio no habitual top-3 da Fórmula 1 em 2020. Charles Leclerc coroou um belo fim de semana com a Ferrari para cruzar a linha de chegada em quarto.
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Destaque também para Pierre Gasly, um dos grandes nomes da corrida. O francês da AlphaTauri concluiu o GP de Portugal em quinto depois de vencer uma dura batalha com Sergio Pérez nas voltas finais. O mexicano, que caiu para último após disputa com Verstappen na primeira volta, acabou terminando em sétimo depois de ter sido ultrapassado também pela McLaren de Carlos Sainz.
Esteban Ocon, em uma das suas melhores jornadas no ano, foi o oitavo com a Renault, sendo seguido pelo seu companheiro de equipe, Daniel Ricciardo. E Sebastian Vettel somou o ponto que restou depois de terminar a corrida em Portimão em décimo.
Assista aqui ao BRIEFING pós-corrida do GP de Portugal na GPTV, o canal do GRANDE PRÊMIO no YouTube. A próxima etapa da temporada 2020 da Fórmula 1 acontece já no próximo domingo, o GP da Emília-Romanha, que marca o regresso de Ímola ao calendário depois de 14 anos.
Saiba como foi o GP de Portugal de Fórmula 1
Com muito vento e céu bastante nublado, o primeiro GP de Portugal do século começou sob a ameaça da chuva. Pierre Gasly e Carlos Sainz, por exemplo, notaram até algumas gotas na volta de apresentação.
A primeira volta em Portimão foi simplesmente espetacular. Lewis Hamilton largou na frente, enquanto Max Verstappen e Sergio Pérez se chocaram, com o mexicano levando a pior e caindo para último. Kimi Räikkönen, incrível, ganhou 11 posições e pulou para a quinta posição. Em seguida, Valtteri Bottas fez a ultrapassagem sobre Hamilton, que caiu para segundo, mas não por muito tempo.
Sainz, que largou em sétimo, aproveitou a melhor performance dos pneus macios no começo da corrida, ganhou muitas posições e subiu para segundo depois de passar Hamilton. Em seguida, o espanhol surpreendeu de novo e, na segunda volta, assumiu a liderança depois de superar Bottas. Lando Norris, com a outra McLaren, vinha em quarto, seguido por Verstappen e pelo surpreendente Räikkönen.
A realidade da ordem de forças da Fórmula 1 não demorou muito a ser restabelecida, porém. Na volta 6, Bottas reassumiu a liderança, enquanto Hamilton perseguia Sainz para buscar a segunda colocação. Verstappen era o quarto depois de deixar Norris para trás e respirava aliviado depois que a direção de prova decidiu não aplicar nenhuma punição após o incidente entre o holandês e Pérez. Pouco depois, Max passou Sainz e se colocou no top-3 da corrida.
Aos poucos, com a queda de performance dos pneus macios, a corrida entrou num ritmo mais normal. Charles Leclerc, com os médios, ultrapassou Räikkönen e Norris e assumiu o quinto lugar para depois deixar Sainz para trás com outra boa manobra.
Pierre Gasly aparecia em sexto depois de superar a McLaren de Norris, enquanto Lance Stroll deixou a Renault de Daniel Ricciardo para trás. Já Räikkönen, um dos grandes nomes do início da prova, foi aos boxes para trocar os pneus macios pelos médios.
Bottas tinha pouco menos de 2s de frente para Hamilton, e o hexacampeão do mundo tratou de apertar o ritmo para se aproximar do finlandês antes da parada para troca de pneus. E depois de uma disputa entre Stroll e Norris, em que o canadense colocou por fora para passar o piloto da McLaren na curva 1, Lance ficou com o carro danificado, mas também acabou com a corrida de Norris, na prática.
Com 19 voltas percorridas, Hamilton chegou de vez em Bottas. O finlandês tentou se defender, mas foi impossível com o hexacampeão acionando a asa móvel na entrada da reta. Lewis assumia assim a liderança da corrida.
Naquele momento, com 22 voltas percorridas, Sainz, então em sexto lugar depois de Gasly fazer a ultrapassagem sobre o carro da McLaren, reportava novamente a presença de chuva em alguns trechos da pista. Lá na frente, Hamilton controlava melhor o desgaste dos pneus médios para manter a dianteira contra Bottas.
Outro grande destaque era George Russell, que aparecia em nono com a Williams após conquistar cinco posições. O inglês estava atrás de Sebastian Vettel, que tentava se recuperar antes de fazer seu pit-stop, e à frente de Pérez, que de último já surgia em décimo lugar. Em contrapartida, Stroll foi punido em 5s por conta do incidente com Norris na curva 1. Depois, o canadense amargou outra punição de 5s, mas por ter excedido novamente os limites de pista. Tarde desastrosa para o filho do dono da Racing Point.
Hamilton e Bottas esticaram ao máximo o stint com pneus médios e vinham em primeiro e segundo, com o hexacampeão elevando a vantagem para quase 8s perante o finlandês. Leclerc aparecia na terceira posição, seguido por Verstappen, mas os dois ainda tinham trocas de pneus a fazer. Ocon, também sem ainda ter feito sua parada, era o quinto e Pérez vinha em sexto. Russell, na sua maior chance de pontuar na Fórmula 1, aparecia na ótima sétima posição. Sainz, depois do pit-stop, tinha de lutar contra Räikkönen em grande forma por um lugar no top-10.
A Fórmula 1 viu um belo duelo roda a roda na volta 34. Pérez coroava uma grande recuperação depois de lutar por posição com Ocon. O francês jogou duro, mas de forma leal, e vendeu caro a colocação para o mexicano, que aproveitou a melhor performance da Racing Point para assumir a quinta posição, relembrando as batalhas entre os dois nos tempos de Force India.
Já Leclerc, em quarto, ia para o pit-lane para fazer a troca dos pneus médios pelos duros para o stint final da corrida. A parada do monegasco fez com que Verstappen reassumisse sua posição original de largada.
Confortável na frente, Hamilton foi o primeiro dentre os pilotos da Mercedes a fazer seu pit-stop e trocou os médios pelos compostos duros na volta 31. Bottas momentaneamente assumiu a dianteira, mas também tinha de parar para trocar pneus. O finlandês até queria uma estratégia diferente, mas a Mercedes optou pela mesma combinação: pneus duros para o restante da corrida.
Na luta por bons pontos, Ricciardo teve de lidar com a forte pressão de Gasly enquanto defendia o sétimo lugar. O australiano tentava driblar o adversário, que buscava o vácuo na reta dos boxes, mas o francês, em uma bela jornada nesta tarde, conseguiu fazer a ultrapassagem. Pérez caiu para sexto depois de fazer seu segundo pit-stop e partiu para o tudo ou nada com pneus macios no seu stint. Essa foi a estratégia adotada pela Red Bull, que fez um pit-stop de apenas 1s8 para Alexander Albon, sumido em 12º lugar. O anglo-tailandês, que corria bastante pressionado, não tinha nada a perder. Russell também teve de parar para trocar os pneus e caiu para 14º.
Com 54 voltas, a corrida teve seu primeiro abandono: Stroll recolheu para os boxes e encerrou sua participação neste domingo. Quem também foi ao pit-lane foi Ocon, que concluiu um stint de 54 voltas com os pneus médios e partiu para a fase final da corrida com os compostos macios. Daniil Kvyat, outro piloto quase inexistente na corrida, foi punido em 5s por ignorar bandeiras azuis e por acumular advertências por exceder os limites da pista, enquanto Norris também recebeu uma bandeira preta e branca por conta da infração.
Nas voltas finais, porém, Pérez começou a sofrer com o desgaste acentuado dos pneus macios, sobretudo os dianteiros. Foi o que permitiu a aproximação de Gasly, que trazia consigo a McLaren de Sainz. O mexicano vendeu muito caro a posição, inclusive com uma fechada no fim da reta dos boxes, o que quase causou um choque entre os dois. Mas na abertura da penúltima volta, Pierre conseguiu deixar o mexicano para trás para ganhar o quinto posto. ‘Checo’ acabou sendo superado também por Sainz e caiu para sétimo.
Depois de 66 voltas de uma grande corrida, Hamilton confirmou o triunfo 92 da carreira e tornou-se o maior vencedor da história da Fórmula 1.
F1 2020, GP de Portugal, Portimão, Resultado Final:
1 | L HAMILTON | Mercedes | 66 voltas | ||
2 | V BOTTAS | Mercedes | +25.592 | ||
3 | M VERSTAPPEN | Red Bull Honda | +34.508 | ||
4 | C LECLERC | Ferrari | +1:05.312 | ||
5 | P GASLY | AlphaTauri Honda | +1 volta | ||
6 | C SAINZ JR | McLaren Renault | +1 volta | ||
7 | S PÉREZ | Racing Point Mercedes | +1 volta | ||
8 | E OCON | Renault | +1 volta | ||
9 | D RICCIARDO | Renault | +1 volta | ||
10 | S VETTEL | Ferrari | +1 volta | ||
11 | K RÄIKKÖNEN | Alfa Romeo Ferrari | +1 volta | ||
12 | A ALBON | Red Bull Honda | +1 volta | ||
13 | L NORRIS | McLaren Renault | +1 volta | ||
14 | G RUSSELL | Williams Mercedes | +1 volta | ||
15 | A GIOVINAZZI | Alfa Romeo Ferrari | +1 volta | ||
16 | R GROSJEAN | Haas Ferrari | +1 volta | ||
17 | K MAGNUSSEN | Haas Ferrari | +1 volta | ||
18 | N LATIFI | Williams Mercedes | +2 voltas | ||
19 | D KVYAT | AlphaTauri Honda | +2 voltas | ||
20 | L STROLL | Racing Point Mercedes | +13 voltas | NC | |
VMR | L HAMILTON | Mercedes | 1:18.750 | volta 63 |