Hamilton-Mercedes: por que acordo de 1 ano e o que significa para promessas do grid da F1?

Mercedes e Lewis Hamilton chegaram a um entendimento e vão continuar juntos, mas apenas por uma temporada, o que foi uma grande surpresa. Mas o que quer dizer isso? E o que significa para aqueles que querem assumir o lugar mais cobiçado do grid?

Lewis Hamilton comemorou o Ano-novo em uma condição incomum em sua longa e vitoriosa carreira na F1. Até janeiro, o inglês estava sem contrato algum, uma vez que o vínculo com a Mercedes havia sido encerrado em dezembro de 2020. Apesar da rara situação, tanto o inglês quanto a equipe insistiram em dizer que o cenário era apenas circunstancial. Não havia realmente um ‘se’. Trata-se apenas de uma questão de tempo. A ideia inicial, de acordo com o chefão Toto Wolff, era de que o novo acordo fosse fechado antes mesmo do fim da temporada passada, mas o teste positivo para Covid-19, após o GP do Bahrein, adiou as conversas. Depois do fim do campeonato, passou-se a falar em um desfecho até o Natal. De novo, nada aconteceu. Aí Wolff chegou a dizer que a renovação poderia acontecer apenas nas vésperas do início da pré-temporada. No fim das contas, o papel com as assinaturas surgiu antes disso. Mas o documento trouxe uma enorme surpresa: a duração de apenas um ano.

Surpreende se levar em conta que o último contrato, feito em 2018, celebrava um acordo de duas temporadas. Além disso, desde que a novela da renovação se fez as especulações apontavam para um vínculo mais longo, inclusive numa exigência do piloto. O salário, os compromissos financeiros e um suposto veto a companheiros equipes foram listados como pontos de um impasse para o novo vínculo. Nada disso, porém, foi confirmado. O contrato saiu com demandas bem diferentes, mas que dizem muito sobre o futuro da parceria Hamilton-Mercedes.

LEWIS HAMILTON; TOTO WOLFF; F1; GP DA TURQUIA;
A novela da renovação de contrato entre Hamilton e a Mercedes chegou a um final feliz (Foto: AFP)

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A ligação mais curta pode ser entendida como uma forma de liberdade para ambas as partes em um momento importante da carreira do inglês e da própria Fórmula 1. Em 2021, diante de um regulamento inalterado e do domínio acachapante da Mercedes, Hamilton tem a chance de conquistar o oitavo título do mundo, o que por si só já o coloca no topo da marca mais impressionante do esporte. Ou seja, o heptacampeão vai ter condições de seguir empilhando poles e vitórias, estabelecendo registros centenários. Lewis pode terminar o ano com todos os recordes mais significativos no currículo e encerrar uma era que será difícil de ser batida em um futuro próximo.

Terá feito muito mais do que todos os grandes nomes. Sairia com todas as honras e méritos, para se dedicar a outros interesses, até dentro da equipe alemã, cuja história se confunde com sua própria. Portanto, não é difícil de imaginar uma aposentadoria das pistas após o fim da temporada. Ou ainda, uma merecida espera do que pode acontecer em 2022 – o que também não é nada impossível.

Há ainda o lado da Mercedes. Wolff ampliou sua participação na equipe e seguirá chefiando os boxes alemães rumo a uma nova geração de carros, um regulamento menos complexo e um teto orçamentário que pode mudar a organização dos times. É claro que ninguém espera que a esquadra perca terreno nesta mudança, principalmente diante do capítulo de excelência que escreveu na Fórmula 1. Só que a pontos que precisam ser levados em consideração. “Estamos passando por tempos difíceis em termos humanos, de saúde e econômicos. Lewis está ciente dessa situação. Ele sempre mostrou lealdade e compreensão”, afirmou o dirigente austríaco após o anúncio desta segunda-feira (8).

Wolff citou ainda as mudanças para os próximos anos. “Vai haver um regulamento totalmente novo em 2022. O teto orçamentário também terá um grande papel. Além disso, esperamos tanto tempo com as negociações que não queríamos discutir se seria mais um ou dois anos.”

Duas vagas abertas em 2022?

O anúncio do contrato de um ano de Hamilton também coloca a Mercedes em uma posição curiosa. A partir de agora, a equipe alemã tem dois pilotos em que os acordos vencem no fim da temporada, o que deve abrir espaço para uma intensa discussão e especulações ao longo da temporada 2021. O time chefiado por Toto Wolff já tem um nome em vista, alguém que, inclusive, já mostrou que tem condições de entregar resultados.

Membro do programa de jovens da marca da estrela, George Russell não desperdiçou a chance que lhe foi dada no ano passado, quando substituiu o heptacampeão. É o piloto que está na mira e que deve, sim, desembarcar na esquadra em um futuro bem próximo. Mas se a Mercedes quer seguir com a supremacia inabalada vai precisar mais do que isso, especialmente se Hamilton realmente decidir que é hora de parar.

Então, quem se assusta é a Red Bull. De fato, um contrato tão curto do inglês representa uma notícia perigosa aos austríacos, uma vez que Max Verstappen também é um alvo em potencial dos alemães. E é a escolha mais lógica. Porque se a Mercedes deseja dominar uma nova era na F1, o holandês é o que o grid tem de melhor. A única questão é o acordo de Max, que vai até 2023. No entanto, como se sabe, contratos podem ser facilmente quebrados. Especialmente na Fórmula 1.

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