Hamilton revela que, em reunião, Rosberg admitiu ter batido de propósito para “provar que tinha razão”

Lewis Hamilton saiu de reunião com Nico Rosberg e dirigentes da Mercedes dizendo que o alemão admitiu ter provocado o acidente da segunda volta do GP da Bélgica de forma intencional

A reunião realizada pela Mercedes para discutir o que aconteceu na segunda volta do GP da Bélgica, aparentemente, não serviu para acalmar a situação. Não foi assim que Lewis Hamilton deixou o motorhome do time. O inglês revelou que, durante a conversa, Nico Rosberg admitiu que provocou intencionalmente o acidente que terminou com o pneu traseiro esquerdo do carro #44 furado e a asa dianteira do #6 danificada.

“Acabamos de ter uma reunião e ele basicamente disse que bateu de propósito. Ele disse que poderia ter evitado, mas que não quis. Ele disse: ‘Fiz para provar que tinha razão'. Basicamente disse um ‘fiz para provar que tinha razão’”, descreveu Hamilton, sem esclarecer o motivo do ‘revide’ de Rosberg — o que deixa no ar a dúvida de que é alguma pendência mal resolvida do GP da Hungria. "Vocês vão ter que perguntar para ele."

“E vocês não precisam apenas confiar em mim, vão e perguntem para Toto, Paddy e todos os caras, que não estão felizes com ele também”, continuou.

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O toque entre Hamilton e Rosberg na Bélgica se deu na segunda volta (Foto: AP)

“É interessante, pois tivemos aquela reunião na quinta-feira e Nico expressou como estava furioso. Eu estava pensando ‘passaram três semanas e você ficou se lamentando?’ Ele expressou como estava furioso, literalmente sentou lá e disse que estava furioso com Toto e Paddy. Mas eu pensei que ficaria tudo bem depois daquilo, e esse é o resultado. É interessante”, acrescentou.

Hamilton ainda disse que ficou “amedrontado” enquanto ouvia à reunião. Alegou que Rosberg já chegou à sala afirmando que a culpa era toda do inglês.

“Vocês sabem, e podem perguntar para Fernando e para todos os pilotos, quando menos da metade do carro está ao lado e você está por dentro, a linha é sua. Não é sua obrigação se esforçar para sair do caminho para dar espaço extra. E não era uma daquelas curvas onde há um muro ou algo, vejam Sebastian na volta 1. Ele estava mais à frente, sabia que não ia passar”, citou, referindo-se à parecidíssima disputa em que se envolveu com Vettel após a largada.

“Não posso imaginar o que o time vai fazer agora. Viemos para este fim de semana com um pensamento realmente positivo. Eu estava realmente empolgado… Temos oito corridas e estamos próximos, há só 11 pontos de diferença, e pensei que seria bom para todos nós. Uma boa corrida, achei que seria uma pista que faria a disputa animada”, comentou.

Como resultado do toque deste domingo (24), Rosberg teve de trocar o aerofólio em seu primeiro pit-stop, perdendo não apenas tempo durante a parada, mas também saindo da estratégia que considerava a ideal. No final, ele acabou em segundo lugar, atrás de Daniel Ricciardo, da Red Bull, que venceu pela terceira vez em 2014.

Já Hamilton tentou seguir na prova para se recuperar, contudo, danos extensos no assoalho de seu carro não o permitiam sequer acompanhar o ritmo da Lotus de Romain Grosjean. Por causa disso, ele abandonou a seis voltas do final.

Com sete GPs restando no calendário deste ano, a diferença entre os dois postulantes ao título é de 29 pontos

Essa não foi a primeira disputa de posição intensa protagonizada pela dupla da Mercedes no ano. Brigas acirradas aconteceram no GP do Bahrein, durante quase toda a prova, na Espanha, em Mônaco e, mais recentemente, no GP da Hungria.

Nessa última corrida, a equipe ordenou para que Hamilton cedesse passagem para o colega, que estava em uma estratégia diferente e teria de fazer uma parada extra nos boxes. Entretanto, Rosberg não chegou a efetivamente se aproximar de Lewis, que também não se preocupou em levantar o pé. No fim da prova, eles ainda se encontraram novamente e duelaram roda a roda pelo degrau mais baixo do pódio, sendo que o britânico foi capaz de segurar o terceiro lugar. Depois da prova de Budapeste, houve uma reunião dentro da Mercedes, e o time avaliou que escolheu as palavras erradas para lidar com a situação. Embora Toto Wolff tenha dito que a atitude de Hamilton custou a vitória em Hungaroring, nenhum dos dois foi condenado. Ainda assim, as arestas não pareceram devidamente aparadas.

Desde o GP do Bahrein, o primeiro em que a briga foi realmente próxima entre os dois pilotos do time, a Mercedes vinha falando abertamente que, eventualmente até o fim do campeonato, um toque ocorreria.

O que deixou Toto Wolff, diretor-esportivo, e Niki Lauda, presidente não-executivo, mais insatisfeitos após a prova foi o fato de que o contato se deu ainda na segunda volta. “Por que na segunda volta?”, questionou Lauda. “Alguém tem que me explicar. Porque se eles brigassem durante toda a corrida e essas coisas acontecessem, pode acontecer, mas não na segunda volta.” Wolff descreveu o incidente como inaceitável.

A versão oficial

No comunicado oficial enviado pela Mercedes, as declarações, como de costume, foram mais polidas.

"Lamento que Lewis e eu tenhamos tocado, mas vejo como um incidente de corrida, assim como os comissários viram. Sentamos rapidamente após a corrida, mas teremos mais reuniões para evitar corridas como a de hoje", falou Rosberg.

"O que acontece agora não é minha decisão, é uma que os chefes vão tomar. Mas eu estou quase 30 pontos atrás no Mundial, então essa é a principal coisa na cabeça. É uma grande diferença e vai ser difícil me recuperar daqui. É difícil de engolir, mas, no final das contas, foi mais um daqueles dias", declarou Hamilton.

"Ver esse tipo de toque tão logo na corrida é um nível de risco inaceitável de se encarar nesta pista. Não pode e não vai acontecer de novo", asseverou Wolff.

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Veja o incidente na volta 2 do GP da Bélgica

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