Hamilton vence sem sustos GP da Espanha. Verstappen derrota Bottas e é segundo
Lewis Hamilton largou na pole-position e em momento algum foi ameaçado neste domingo em Barcelona. O hexacampeão se recuperou do revés da semana passada em Silverstone para alcançar sua vitória 88 na F1. Max Verstappen teve outra boa atuação e terminou à frente de Valtteri Bottas
Uma semana depois do revés sofrido em casa ao terminar o GP dos 70 Anos da F1 atrás de Max Verstappen, Lewis Hamilton voltou a trilhar o caminho das vitórias. Inabalável do início ao fim, o hexacampeão triunfou no GP da Espanha, sexta etapa da temporada, disputado neste domingo (16) em Barcelona. Foi a 88ª vitória do piloto da Mercedes na carreira, ficando assim a apenas três de igualar o recorde histórico que hoje pertence a Michael Schumacher. Mas coube a Hamilton outra marca única: com o triunfo na Catalunha, Hamilton somou seu 156º pódio em sua laureada carreira na F1.
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Max Verstappen nem de longe representou uma ameaça, mas conseguiu o feito de terminar outra corrida à frente da Mercedes de Valtteri Bottas. O piloto da Red Bull superou o finlandês na largada e jamais foi batido depois disso. Coube ao dono do carro #77 se conformar com o último degrau do pódio na Catalunha. Restou a Bottas o consolo do ponto extra pela volta mais rápida no fim da corrida.
Sergio Pérez terminou a corrida em quarto, mas só na pista. O mexicano sofreu uma punição de 5s por ignorar a sinalização de bandeiras azuis e perdeu a posição para o companheiro de equipe Lance Stroll. ‘Checo’ fechou assim a disputa em quinto, seguido pela McLaren de Carlos Sainz, dono da casa.
Sebastian Vettel, que travou discussão com seu engenheiro de pista e arriscou na estratégia com somente uma parada, terminou em um valente sétimo com a única Ferrari que concluiu a prova, já que Charles Leclerc abandonou após sofrer problemas elétricos. O tetracampeão foi eleito o Piloto do Dia pelos fãs da F1. Por sua vez, Alexander Albon foi mal: largou em sexto e concluiu a corrida em oitavo, sofreu com um erro de estratégia da Red Bull, mas sequer ameaçou Vettel na luta pelo sétimo posto.
Em contrapartida, Pierre Gasly, com a AlphaTauri, andou bem e marcou outros 2 pontos com o nono lugar, enquanto Lando Norris, com a outra McLaren, fechou o top-10.
A Fórmula 1 volta a acelerar dentro de duas semanas na disputa do GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps, sétima etapa da temporada 2020. O GRANDE PRÊMIO cobre tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.
Saiba como foi o GP da Espanha de F1
Dentre os 20 pilotos do grid, somente Sebastian Vettel, Daniel Ricciardo, Kimi Räikkönen, Esteban Ocon, Romain Grosjean, Nicholas Latifi e Antonio Giovinazzi largaram com os pneus médios. Os demais iniciaram a prova com os compostos macios. A disputa teve início com 30ºC de temperatura ambiente e 48,7ºC na pista.
Lewis Hamilton manteve a dianteira no apagar das luzes vermelhas, enquanto Max Verstappen subiu para segundo. Quem surpreendeu foi Lance Stroll, que saiu de quinto e pulou para terceiro na esteira de uma má largada de Valtteri Bottas, que caiu de segundo para quarto. Sergio Pérez também perdeu uma posição e desceu para quinto.
Pouco mais atrás, Pierre Gasly superou a Ferrari de Charles Leclerc e avançou para nono, enquanto Lando Norris perdeu duas colocações e ficou em décimo com a McLaren, logo à frente de Vettel.
A presença de Stroll no top-3 não durou muito, já que Bottas fez valer o melhor carro da atualidade, mas usou a asa móvel para superar o canadense, assumir a terceira posição e partir para cima de Verstappen na volta 5.
O holandês, que perseguia Hamilton, dizia que o hexacampeão andava “lento demais”. Já a Racing Point avisava Pérez, que vinha pressionado por Albon, que a gestão dos pneus era crucial, uma vez que os compostos esquentavam muito a cada volta. Desta forma, o entendimento era que Hamilton e também Verstappen seguravam o ritmo para poupar pneus. Mas Bottas não conseguia se aproximar dos dois.
Mas pouco antes de fazer seu primeiro pit-stop, Hamilton apertou o ritmo e chegou a fazer quatro vezes seguidas a volta mais rápida, cenário que o levou a abrir mais de 5s para Verstappen, que se queixava da performance dos pneus traseiros.
Na volta 18, quem parou primeiro para seu pit-stop foi Albon, que trocou os pneus macios pelos duros para tentar ir até o fim da corrida sem outra parada. O anglo-tailandês perdeu dez posições e caiu para 16º. Também na parte final do grid, Kimi Räikkönen lutava com valentia contra um Esteban Ocon que lutava para sair do 15º lugar. O piloto da Renault conseguiu fazer a ultrapassagem sobre o ‘Homem de Gelo’ e trouxe a reboque a Red Bull de Albon.
Via rádio, Verstappen se mostrava irado com a equipe. “Os pneus estão mortos. Não vou repetir de novo”. A reclamação veio antes do pit-stop, com a Red Bull o chamando para a troca na volta 22. A operação durou somente 1s9. Max mudou dos pneus macios pelos médios, indicando uma nova parada.
Duas voltas depois, a Mercedes chamou Hamilton e Bottas ao mesmo tempo para os respectivos pit-stops. Com Lewis, a equipe hexacampeã perdeu mais tempo que o habitual, mas o britânico voltou na frente, com 4s2 de vantagem para Verstappen. Bottas manteve o terceiro lugar.
Verstappen seguiu irado no rádio e disparava contra a Red Bull: “Nós claramente não somos rápidos com os pneus macios na comparação com eles. Então, vamos focar na nossa corrida e deixar que eles façam o deles”, bradou.
Enquanto Hamilton fazia uma corrida segura rumo à vitória, a disputa era pra lá de animada no pelotão intermediário. Stroll se defendia dos ataques de Pérez após um duelo roda a roda, enquanto uma fila liderada por Gasly e que tinha também Ocon, Norris, Leclerc e Kvyat garantia o entretenimento já na metade final da corrida.
Um fator inesperado ameaçava dar as caras e até mudar a sorte da corrida: a chuva. A ponto de Vettel ter sido avisado de que a pista poderia ficar molhada a partir da volta 50. De fato, nuvens pesadas estavam cada vez mais próximas do circuito catalão.
Dono de uma ótima temporada, Leclerc enfrentou um problema elétrico na volta 38, o que provocou uma rodada na saída da chicane. O carro chegou a apagar, mas o monegasco conseguiu acionar novamente o motor, mas somente para voltar para os boxes e abandonar a corrida.
Depois de a Red Bull chamar Albon para outra parada e trocar os pneus duros pelos médios, na volta 42, Verstappen voltou para os boxes quando estava 10s atrás de Hamilton. O holandês partiu para mais um stint com outro jogo de pneus médios. O pit-stop permitiu que Bottas assumisse a segunda colocação. Lá na frente, Lewis partia firme para sua vitória 88 na F1, enquanto Vettel se colocava em quinto lugar com uma uma estratégia diferente de pneus: primeiro stint com os médios e o segundo com os macios.
Na volta 49, a Mercedes chamou Bottas para trocar pneus médios para compostos macios e ir até o fim da corrida e tentar tirar Verstappen do segundo lugar. Dois giros depois, a equipe adotou estratégia diferente com Hamilton, que trocou pneus para outro jogo de compostos médios. E Vettel, em quinto, travou discussão com seu engenheiro de corrida, Riccardo Adami, mostrando que queria arriscar com a estratégia e se manter na pista sem outro pit-stop. “O que você acha de seguir até o fim com esses pneus?”, perguntou o engenheiro. “Merda, já tinha perguntado isso antes. É isso que vou tentar, não tenho nada a perder”.
Já a direção de prova punia Pérez em 5s pelo fato de o mexicano ignorar o acionamento de bandeiras azuis para dar passagem a Hamilton. Kvyat, que estava em 12º, também sofreu a mesma sanção. Naquele momento, Vettel perdia a quinta posição ao ser ultrapassado por Stroll.
Com a punição imposta a Pérez, Stroll se aproximou e conseguiu descontar a diferença, o que levou o canadense a subir para quarto, já considerando os 5s a mais no tempo de prova do mexicano. No fim da corrida, Bottas foi aos boxes para fazer mais uma troca de pneus e tentar marcar a volta mais rápida da corrida. O que acabou dando certo no giro final da prova.
No fim das contas, após 66 voltas, deu a lógica: Hamilton venceu praticamente de ponta a ponta e pavimentou mais uma parte do caminho rumo ao recorde de vitórias na F1.
Fórmula 1 2020, GP da Espanha, Barcelona, Resultado Final:
1 | L HAMILTON | Mercedes | 66 voltas | ||
2 | M VERSTAPPEN | Red Bull Honda | +24.177 | ||
3 | V BOTTAS | Mercedes | +44.752 | ||
4 | L STROLL | Racing Point Mercedes | +1 volta | ||
5 | S PÉREZ | Racing Point Mercedes | +1 volta | +5s | |
6 | C SAINZ JR | McLaren Renault | +1 volta | ||
7 | S VETTEL | Ferrari | +1 volta | ||
8 | A ALBON | Red Bull Honda | +1 volta | ||
9 | P GASLY | AlphaTauri Honda | +1 volta | ||
10 | L NORRIS | McLaren Renault | +1 volta | ||
11 | D RICCIARDO | Renault | +1 volta | ||
12 | D KVYAT | AlphaTauri Honda | +1 volta | +5s | |
13 | E OCON | Renault | +1 volta | ||
14 | K RÄIKKÖNEN | Alfa Romeo Ferrari | +1 volta | ||
15 | K MAGNUSSEN | Haas Ferrari | +1 volta | ||
16 | A GIOVINAZZI | Alfa Romeo Ferrari | +1 volta | ||
17 | G RUSSELL | Williams Mercedes | +1 volta | ||
18 | N LATIFI | Williams Mercedes | +2 voltas | ||
19 | R GROSJEAN | Haas Ferrari | +2 voltas | ||
20 | C LECLERC | Ferrari | +28 voltas | NC | |
VMR | V BOTTAS | Mercedes | 1:19.750 | volta 63 |