Hexa consolida vitória do estilo de vida de Hamilton, a um passo de Schumacher

Muito se falou sobre Lewis Hamilton ser extravagante demais e forçar a barra como questões como veganismo e aquecimento global. Por mais que se possa ter opinião distinta, é fato que nada disso o impede de ser um piloto cada vez melhor

Lewis Hamilton é, com relativa frequência, alvo de críticas. Não pela pilotagem, que só parece melhorar conforme os anos passam. É que o britânico, de um jeito ou de outro, sempre consegue cultivar comentários a respeito do estilo de vida. Antes, por se extravagante e aproveitar o tempo livre com festas e eventos de luxo. Depois, por optar pelo veganismo e apoiar a conscientização das pessoas a respeito das mudanças climáticas. Os comentários negativos têm origens e motivações distintas, mas todos caem por terra por um simples fato: como dizer que o piloto que domina a Fórmula 1 nos últimos seis anos está fazendo algo de errado?

 
Não que Hamilton seja um piloto de ética inabalável somente por ser muito bom em pilotar carros. Ainda é possível achar que Hamilton força a barra quando fala sobre aquecimento global no Instagram. Acontece que comentários sobre não ter a cabeça no lugar, sobre ter uma dieta que não é boa para atletas não fazem o menor sentido. Lewis não precisou abrir mão das coisas que gosta, como desenvolver uma linha de roupas ou sentir prazer com uma dieta especial, apenas porque a F1 demanda isso. É uma vantagem de ser um atleta especial: mesmo que alguma dessas coisas fosse prejudicial – não são –, Lewis ainda venceria corridas com frequência.
Lewis Hamilton segue provando que não há nada de errado com seu estilo de vida (Foto: Beto Issa)

Foi sendo do jeito que é que Hamilton alcançou um novo nível de desempenho. São cinco títulos em seis anos, tendo como único revés na era híbrida a temporada de 2016, quando Nico Rosberg precisou de um ano mágico para superar o britânico. Foi com um estilo de vida mais extrovertido que o recorde absoluto de títulos da F1, os sete de Michael Schumacher, deixou de ser algo inalcançável para virar algo completamente possível.

 
E aí surge uma oposição entre os dois maiores campeões da história da F1. Schumacher sempre teve estilo de vida reservado e, apesar de ainda gostar de aproveitar a vida, nunca se expôs aos holofotes da mesma forma que Hamilton. O alemão privilegiou um estilo mais ‘pai de família’, que talvez tenha virado modelo para uma geração inteira – afinal, até poucos anos atrás, ser alguém extrovertido era sinal de falta de comprometimento. Foi só a nova geração, com as galhofas de gente como Lando Norris, que ajudou a mudar essa percepção.
 
Hamilton, mesmo sendo mais velho e não sendo necessariamente um fruto da geração Instagram, é a grande cara dessa transformação. Quem via Schumacher como exemplo único de sucesso agora se depara com uma oposição. E não é como se houvesse um vencedor nesse embate. No fim das contas, não há receita para alcançar o sucesso. Comprometimento sempre será necessário, mas aqueles que são realmente especiais ganham flexibilidade a respeito de como querem lidar com suas respectivas vidas. Parabéns, Lewis. Você certamente tem esse direito.

 


 
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