Insatisfeitas com estrutura e divisão de receitas, Force India e Sauber fazem queixa formal contra F1 na União Europeia

Force India e Sauber formalizaram uma queixa antitruste contra a F1 na Comissão de Competições da União Europeia. Equipes alegam que divisão desigual de receitas prejudica o esporte

Demorou, mas aconteceu. Meses após o ‘Financial Times’ noticiar que a F1 seria investigada por conta de uma reclamação formal contra a categoria, Force India e Sauber apresentaram uma reclamação oficial à Comissão de Competições da União Europeia em relação à governança e a estrutura de pagamentos do certame.
 
As equipes menores apontam uma predileção financeira da CVC Capital Partners, acionista majoritária da F1, pelos cinco grandes times do Mundial — Ferrari, Red Bull, Mercedes, McLaren e Williams.
Force India e Sauber apresentaram queixa formal contra F1 (Foto: Force India)

Em uma declaração dirigida à imprensa, a Force India confirmou a queixa, mas afirmou que não pode fazer comentários sobre o processo.

 
“A Force India é um dos dois times que registraram uma queixa na União Europeia questionando a governança da F1 e mostrando que o sistema de divisão de receitas e de criação de regras da F1 é injusto e ilegal”, disse a equipe. “Por conta das discussões legais em curso, seria inapropriado comentar mais neste momento”, completou.
 
 Após os problemas econômicos de Caterham e Marussia, o modelo financeiro da F1 chegou a ser questionado pela deputada Anneliese Dodds, que encaminhou sua preocupação à Comissária de Competições da União Europeia, Margrethe Vestager. Entretanto, a investigação não podia ser feita até o registro de uma queixa formal.
 
"Desde o colapso da Marussia e da Caterham no ano passado, eu venho tendo preocupações reais sobre o modo como as coisas andam na F1. Não significa apenas que duas equipes fecharam as portas, significa que centenas de trabalhadores altamente qualificados da minha circunscrição estão perdendo seus empregos. Foi por isso que levantei o assunto algumas vezes em Bruxelas, para ver se há um caso referente à competição aqui. A comissária deixou claro que não pode fazer nada até que os times submitam uma reclamação formal", afirmou Dodds na época. "Se é isso que as equipes sentem que é o certo a se fazer, é o que elas deveriam fazer", recomendou.
 
A principal queixa está relacionada à maneira como a F1 distribui suas receitas, onde os cinco maiores times receberam a verba adicional de US$ 249 milhões (cerca de R$ 1,02 bilhão) por conta de sua posição no Mundial de Construtores.
 
Esse repasse extra é tido como um pagamento ‘premium’, fruto de um acordo bilateral entre as cinco principais equipes em 2012, às vésperas do fim do Pacto da Concórdia.
 
Em 2014, por exemplo, a Ferrari recebeu um montante de US$ 97 milhões (aproximadamente R$ 398,6 milhões), R$ 123,2 milhões a mais do que receberam pela quarta colocação no Mundial de Construtores.
 
No documento entregue à União Europeia, a queixa apresentada por Force India e Sauber diz: “Esses injustos pagamentos paralelos colocam os times independentes em uma perpétua desvantagem esportiva e econômica e prejudicam diretamente o esporte”.
 
“Ao estabelecer uma vantagem permanente para alguns seletos times, o esporte foi gravemente prejudicado”, segue o texto. “Os beneficiários tem muito mais para gastar em tecnologia, desenvolvimento, pesquisa e equipamentos, criando uma lacuna de desempenho cada vez maior e, efetivamente, predeterminando o desfecho dos campeonatos mundiais”, aponta.
 
“Essas práticas ilegais prejudicam o esporte, seus participantes, e milhares de pessoas dentro e em torno da F1, e muitos milhões de fãs europeus”, completa a queixa.
 
 
“Acredito que em todos os negócios existem pessoas reclamando por algum motivo para a União Europeia. Mas posso afirmar que ninguém reclama aqui. Caso alguém faça, não deveriam ter assinado o contrato, mas o fizeram e sabiam disso”, disse Ecclestone. “Tenho certeza que se fosse para acontecer seria para deixar as coisas melhores para os fãs e participantes. Seria sobre ter mais igualdade na competição, pois é isso o que todos nós queremos. Nada mais, apenas o desejo de deixar o esporte saudável”, encerrou.
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