Räikkönen fala em “nunca mais colocar os pés no paddock novamente” na Fórmula 1

Kimi Räikkönen comemorou por ter agora férias prolongadas e mais tempo ao lado da família. O recém-aposentado reiterou o fato de estar aliviado por encerrar a carreira: “Estou feliz que acabou”

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Com 42 anos, 18 vitórias, 46 voltas mais rápidas, 103 pódios e 350 GPs disputados ao longo de 19 temporadas, o campeão mundial Kimi Räikkönen saiu de cena da Fórmula 1 ciente do dever cumprido e feliz e aliviado por deixar o universo da categoria. O finlandês agora curte mais tempo de qualidade ao lado da família em sua casa, na Suíça, e declarou que não tem certeza ainda se voltará um dia a ver uma corrida ‘in loco’ do Mundial. Os planos do ‘Homem de Gelo’ são outros.

Em entrevista concedida à revista alemã Sport Bild, Räikkönen foi questionado se um dia vai sentir falta da Fórmula 1. “Só o tempo vai dizer. O que já sei: só gostei de pilotar. Posso nunca mais colocar os pés no paddock novamente”, avisou.

“A Fórmula 1 nunca foi minha vida. Sempre houve coisas que foram mais importantes para mim. Nada vai mudar sobre isso. Não parei porque não tinha forças, mas porque tenho coisas melhores para fazer do que sentar em aviões e ficar em hotéis”, reiterou Kimi.

Kimi Räikkönen só quer saber de curtir com a família (Foto: Alfa Romeo)

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Quando perguntado sobre os planos para sua aposentadoria das pistas, Räikkönen reforçou. “Não [tenho planos] e não quero pensar em nenhum. Meus filhos querem um cachorro, mas ainda não decidimos. Talvez seja suficiente para eles que agora eu passei mais tempo em casa novamente”, declarou o nórdico, feliz porque, de acorda em diante, as suas férias serão bem mais curtas do que esteve acostumado nos últimos anos.

“Essas férias são férias de novo. Antes, só tínhamos as férias de verão. São duas semanas e meia que você tem de continuar treinando e sempre tendo em mente que depois a loucura normal voltaria”, recordou.

Räikkönen estreou na Fórmula 1 com um carro da Sauber, em 2001, e se despediu pela Alfa Romeo, nome esportivo usado pela empresa suíça desde 2019. Ao ser perguntado se ter finalizado a carreira na mesma casa onde tudo começou representou um adeus perfeito, o finlandês ironizou. “O que é perfeito? Estou feliz que acabou. Mesmo o fato de não ter conseguido terminar a última corrida… Isso não importa”.

Último campeão mundial de Fórmula 1 com a Ferrari, em 2007, relativizou quando perguntado se aquele foi o ponto alto da carreira. “Não sei… Uma vitória é sempre uma vitória. Existem 25 pontos para isso. Algumas foram mais fáceis de pilotar, algumas mais difíceis. Talvez as de 2007 sejam um pouco mais importantes”.

Para muitos, Kimi é uma verdadeira lenda do esporte. Mas o próprio ex-piloto ressalta que não se importa com tal status. “Não estou interessado nisso. Eu sei quem eu sou. Eu sou Kimi”.

O tom lacônico deu lugar à crítica que Räikkönen fez à Fórmula 1. O recordista de largadas no Mundial reclamou que a categoria simplesmente ignora a voz dos pilotos, os grandes responsáveis pelo espetáculo nas corridas.

“Hoje os carros são muito mais confiáveis. Nos meus primeiros anos, toda corrida era como jogar no cassino. Você nunca sabia o que ganharia naquele dia e se chegaria mesmo a cruzar a linha de chegada. Mas não importa se você gosta do desenvolvimento [da categoria] ou não. Nós, pilotos, não tomamos as decisões sobre as regras ou sobre os lugares que pilotamos. Somos somente funcionários das equipes, assim como os mecânicos. A Fórmula 1 não está interessada na nossa opinião”, disparou.

O piloto trouxe um paralelo sobre o que era a Fórmula 1 no ano da sua estreia e 20 anos depois, na temporada que representou sua despedida da categoria.

“Ainda é sobre pilotar o carro em círculos o mais rápido possível, sim. Agora fazemos algumas corridas a mais por ano e também vamos a novos países, mas, no fim das contas, não se trata das coisas, mas de 20 pilotos em 20 carros. Muita coisa mudou nos últimos 20 anos. Principalmente nas redes sociais. Mas é assim no mundo todo e não apenas na Fórmula 1.  Os fãs agora podem ver quase tudo. Tende a ser demais. Só posso repetir: os pilotos são apenas funcionários”, pontuou.

Por fim, quando perguntado se haveria um outro piloto de sobrenome Räikkönen nas pistas, o veterano deu outra resposta, bem ao seu estilo. “Nenhuma ideia. Meu filho ou minha filha não precisa ir às corridas. Eles devem fazer apenas o que têm vontade de fazer. Assim como eu fiz”.

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