Stroll defende Fórmula 1 após colocar GP da Rússia em xeque: “É um momento sombrio”

A F1 suspendeu o contrato com o GP da Rússia por conta dos conflitos do país com a Ucrânia. Na coletiva em Barcelona, durante a pré-temporada, os pilotos concordaram com a decisão tomada pela categoria

COMO FOI O SEGUNDO DIA DA PRÉ-TEMPORADA DA FÓRMULA 1 2022 EM BARCELONA | Briefing

A sexta-feira (25) começou movimentada no paddock da Fórmula 1 após a categoria anunciar que não possui condições de realizar o GP da Rússia nas atuais circunstâncias, colocando em xeque a etapa programada para 25 de setembro. Nesta semana, o país invadiu a vizinha Ucrânia com ataques terrestres e aéreos, aumentando a tensão no leste europeu.

Na coletiva durante a pré-temporada, em Barcelona, os pilotos foram questionados sobre a decisão da F1 de deixar aberta a possibilidade de não haver corrida em Sóchi neste ano. Lance Stroll, da Aston Martin, foi um dos que comentou sobre o comunicado enviado pela categoria e a situação em território ucraniano.

“É horrível o que está acontecendo no mundo neste momento, com pessoas inocentes perdendo a vida. Nessas horas, precisamos colocar tudo de lado”, afirmou.

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Sóchi recebe a F1 desde 2014 e faz sua última aparição em 2022 (Foto: Scuderia Ferrari)

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“É um momento sombrio e precisamos apesar rezar para as coisas ficarem bem. Mas é difícil de acompanhar, e acho que a F1 tomou a decisão correta”, prosseguiu o canadense.

Valtteri Bottas, da Alfa Romeo, também analisou o delicado momento e a invasão russa ao território ucraniano nas últimas 48 horas, com diversos ataques a militares e civis do país vizinho. “Definitivamente, vivemos em um mundo louco. É muito, muito triste ver o que está acontecendo, com inocentes perdendo vidas e seus lares”, lamentou o finlandês.

Presente na coletiva, Mick Schumacher também foi questionado sobre o assunto. O alemão corre pela Haas, que usa desde o ano passado as cores da bandeira da Rússia na pintura do carro e possui apoio financeiro da Uralkali, multinacional russa comandada pelo pai do piloto Nikita Mazepin, Dmitri Mazepin.

Nesta sexta-feira (25), a equipe não usou as cores e nem o patrocínio nos testes, correndo com um carro todo branco. Perguntado sobre a situação financeira do time e dos impactos que o conflito pode causar internamente, Mick optou por desconversar.

“Pessoalmente, fico muito triste [com a invasão]. Em termos de efeitos na equipe, não sou a pessoa certa para responder essa pergunta”, disse Schumacher.

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Mick Schumacher no primeiro dia de testes em Barcelona (Foto: Haas)

Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia:

Na segunda-feira (21), o presidente russo Vladimir Putin reconheceu, em decreto, a independência das províncias separatistas de Donetsk e Luhansk. O movimento gerou sanções da União Europeia e dos Estados Unidos ao governo e a empresas do país, aumentando também o medo de um confronto na região.

Nesta quinta-feira (24), a tensão escalou de vez no leste europeu, já que a Rússia atacou a Ucrânia em um movimento classificado por Kiev como uma “invasão total”. Às 5h45 [23h45 de quarta-feira, no horário de Brasília], Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou em um pronunciamento uma “operação militar especial” para “proteger a população do Donbass”, uma área de maioria étnica russa no leste ucraniano.

O comando militar russo alega que “armas de precisão estão degradando a infraestrutura militar, bases aéreas e aviação das Forças Armadas da Ucrânia”. De acordo com a rede britânica BBC, há relatos de tropas cruzando diversos pontos da fronteira e explosões perto das principais cidades do país ― não só em Donbass, onde grupos separatistas foram reconhecidos pela Rússia.

Na TV, Putin afirmou que a Rússia não planeja uma ocupação da Ucrânia, mas ameaçou com uma resposta “imediata” qualquer um que tente interromper a operação atual. O mandatário russo recomendou que os soldados ucranianos se rendam e voltem para casa. “Do contrário, a própria Ucrânia seria culpada pelo derramamento de sangue”, considerou Putin.

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky decretou lei marcial em todo o país, instaurando regime de guerra e convocando grande parte dos reservistas das forças armadas – inclusive impedindo que qualquer homem entre 18 e 60 anos de idade saiam do país nos próximos 30 dias. Nas últimas horas, os relatos são de que as forças russas conseguiram invadir a capital Kiev pela borda norte.

Segundo autoridades ucranianas, o primeiro dia de conflito terminou com a morte de mais de 300 pessoas. É a mais grave crise militar da Europa envolvendo uma potência nuclear e uma das maiores desde a Segunda Guerra Mundial.

Nesta quinta-feira, o cerco à capital Kiev se intensificou e, segundo o jornal norte-americano The New York Times, soldados da Rússia já estão na cidade. O desespero tomou conta da população, que foi orientada pelo próprio governo a lançar coquetéis molotov na direção dos soldados da Rússia. A imprensa local, inclusive, tem ensinado a população a fazer o artefato.

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