Léo Batista, 1932 – 2025

Léo Batista deixou o mundo do jornalismo esportivo de luto neste domingo (19). Com mais de 75 anos dedicados à comunicação, o lendário apresentador do Globo Esporte deixou um extenso legado na televisão brasileira

Léo Batista, figura histórica do jornalismo esportivo brasileiro, morreu neste domingo (19) aos 92 anos de idade em decorrência de um tumor no pâncreas. Mesmo com a idade avançada e mais de 75 anos de profissão, ainda estava ativo e fazia participações especiais e pontuais na televisão, especialmente no Globo Esporte, seu maior xodó.

No entanto, a jornada do comunicador começou muito antes de brilhar nas tardes esportivas da TV Globo. João Baptista Bellinaso Neto nasceu em Cordeirópolis, no interior de São Paulo, no dia 22 de julho de 1932, e começou a jornada na comunicação ainda cedo, no final da década de 1940. O primeiro emprego do jornalista foi na Rádio Birigui, ainda no interior paulista. Também trabalhou como setorista do XV de Piracicaba pela Rádio Difusora de Piracicaba

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No entanto, pouco depois, mudou-se para o Rio de Janeiro e se firmou na Cidade Maravilhosa. Em 1950, participou da cobertura da Copa do Mundo e esteve presente no Maracanã para o jogo decisivo entre Brasil e Uruguai, vencido pela seleção celeste por 2 a 1, episódio que ficou conhecido como Maracanaço.

Em 1952, tentou entrar na Rádio Clube do Brasil, mas acabou recebendo uma oportunidade na Rádio Globo, onde apresentou os programas ‘O Globo no Ar’ e ‘Parada de Sucessos’. Dois anos depois, entrou para a equipe de esportes da rádio e atuou como locutor, estreando em uma partida entre São Cristóvão e Bonsucesso

Léo Batista chegou à Globo em 1970 depois de mais de uma década no rádio (Foto: Acervo/Globo)

Foi neste momento da carreira que passou a ser chamado de Léo Batista e abandonou o nome de batismo por sugestão do chefe, Luiz Mendes, que não achava seu nome muito sonoro. 

Botafoguense declarado, Batista estava presente no primeiro jogo da carreira de Mané Garrincha, em 1953. Um ano depois, participou da cobertura da morte de Getúlio Vargas e foi o primeiro radialista a noticiar o suicídio do então presidente. 

Em 1955, no entanto, trocou o rádio pela televisão e partiu rumo à TV Rio. Por lá, ficou responsável pelo Jornal Pirelli, que apresentou e comandou por 13 anos. Em 1968, deixou a emissora e teve uma curta passagem pela TV Excelsior antes de chegar à Globo, em 1970.

Léo entrou na emissora carioca como freelancer para a cobertura da Copa do Mundo de 1970, mas criou raízes e permaneceu por lá. Além de ter de narrar uma partida entre Peru e Bulgária no improviso, ainda assumiu a responsabilidade de substituir Cid Moreira em uma edição extraordinária do Jornal Nacional. Com isso, impressionou e foi colocado no quadro regular de profissionais da Globo. 

Léo Batista foi um dos primeiros apresentadores do Jornal Hoje (Foto: Acervo/Globo)

Em 1971, o Jornal Hoje estreou na emissora e coube a Batista ser um dos primeiros apresentadores da atração. Além disso, ganhou espaço no Jornal Nacional aos sábados onde, eventualmente, ganhou um quadro de esportes. 

Apresentou também o Copa Brasil, programa que deu origem ao Esporte Espetacular em 1973. Pouco depois, em 1978, Léo participou da criação do Globo Esporte e assumiu como o primeiro apresentador da história do programa. 

Na Globo, participou de três coberturas in loco de Copa do Mundo: na Alemanha (1974), na Espanha (1982) e no México (1986). Nas demais edições, fez parte da equipe que comandou as transmissões do Rio de Janeiro. O jornalista também teve participações marcantes como narrador dos gols da rodada no Fantástico

Em 1994, Batista teve a dura tarefa de comandar o plantão esportivo que acompanhou o trágico acidente de Ayrton Senna no GP de San Marino, em Ímola. Diretamente dos estúdios da Globo, teve a responsabilidade de chamar o repórter Roberto Cabrini ao vivo para noticiar a morte do piloto diretamente de Bolonha, na Itália

Léo Batista foi um dos criadores do Globo Esporte, em 1978 (Foto: Acervo Globo)

Nos anos 2000, além de fazer parte das equipes do Fantástico e do Esporte Espetacular, Batista passou a comandar o Baú do Esporte, que era transmitido durante os intervalos das partidas de futebol.

Até 2014, permaneceu no revezamento da apresentação do Globo Esporte. A partir de 2015, participou apenas de quadros do programa, como o próprio ‘Baú do Esporte’, ‘Quem Foi?’ e o ‘Canal do Seu Léo’.

Em 2023, participou do programa especial de 50 anos do Fantástico. A última aparição em público aconteceu em outubro de 2024, quando foi ao velório do jornalista Cid Moreira, com quem dividiu os microfones da Globo e a bancada do Jornal Nacional por anos.

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