Hamilton descarta abandonar briga por sustentabilidade na F1 após aposentadoria

Lewis Hamilton disse que espera continuar alinhado com o presidente da Fórmula 1, Stefano Domenicali, na busca por uma Fórmula 1 mais sustentável mesmo depois que parar de correr. "Eu tenho voz e vou usá-la, quer as pessoas gostem ou não", frisou

Um dos papéis que Lewis Hamilton tem feito questão de assumir por onde passa é na defesa de causas ambientais e sociais. Voz ativa na Fórmula 1, muitos se perguntam quais serão os destinos de tais pautas no dia que o inglês se aposentar, mas Hamilton deixou claro que não pretende “abandonar” a categoria mesmo quando chegar a hora de pendurar o capacete, garantindo ainda que vai usar a posição que tem para cobrar dos responsáveis as mudanças prometidas, “as pessoas gostem ou não”.

O assunto veio à tona durante coletiva de imprensa realizada pela Petronas na quarta-feira (9), em São Paulo — a estatal petrolífera malaia que é a principal patrocinadora da Mercedes. E Hamilton não fugiu da resposta ao ser questionado sobre o papel da F1 nas tentativas de se tornar uma categoria mais sustentável. O mediador da coletiva até tentou evitar que o heptacampeão falasse sobre o tema e se concentrasse somente nas perguntas referentes à competição, mas o inglês pediu a palavra e deu sua opinião abertamente.

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Hamilton falou sobre o “pioneirismo” na luta por sustentabilidade na Fórmula 1 e pretende continuar trabalhando alinhado com Stefano Domenicali após aposentadoria (Foto: AFP)

Hamilton lembrou que quando começou a falar sobre sustentabilidade, o público em geral não estava completamente aberto à discussão. “Pessoas diziam: ‘não há lugar para política no esporte’. Mas direitos humanos não são política. É um direito natural que todos devem ter”, pontuou.

“Sustentabilidade estava na lista de coisas a se fazer para as empresas, mas não era uma prioridade. Estava no fim da lista. Lentamente, está cada vez mais subindo na ordem de prioridade para muitas das corporações mundo a fora. E tem que ser a prioridade #1, na minha opinião”, acrescentou o heptacampeão, ressaltando que se sente muito grato por trabalhar com pessoas que geram “um impacto positivo para o planeta”.

Em seguida, Hamilton falou sobre as mudanças específicas que a F1 promoveu, como a adoção do combustível E10, composto por 10% de etanol, e a meta de chegar ao combustível 100% sustentável a partir de 2026. “Há muitas coisas que temos de redescobrir para o futuro. Torço para deixarmos o planeta em um cenário melhor do que encontramos.”

“Não é fácil navegar por todas as causas sociais, não é fácil falar de todas elas, mas acho que você tem de seguir seu coração e ser real. As pessoas estão sofrendo ao redor do mundo, não é segredo. E temos que nos comprometer com muitas dessas causas, com muitas pessoas que tentam fazer o positivo. Por isso iniciei a Mission 44, em parceria com muitas dessas organizações. Meu propósito: eu tenho a voz e vou usá-la, quer as pessoas gostem ou não”, frisou.

Aos 37 anos, ainda que se veja na Fórmula 1 após os 40, Hamilton sabe que muitos se questionam sobre como será o futuro de tais pautas quando ele decidir deixar as pistas, mas o multicampeão afirmou que a intenção é continuar trabalhando em conjunto com Stefano Domenicali, chefão da categoria, em prol do esporte.

Lewis Hamilton garantiu que vai continuar usando a voz para falar de pautas ambientais e sociais na F1 (Foto: Miguel Schincariol/AFP)

“Não acho que no dia que me aposentar, vou ‘abandonar’ o esporte. Vou manter relações, continuar trabalhando com Stefano e sempre me assegurar de que estamos fazendo a coisa certa. Que o esporte se mantenha fiel e íntegro a valores que refletem nas pessoas ao redor do mundo”, disse Hamilton.

Por fim, ao ser questionado sobre quem poderia assumir a sua posição de voz dentro do esporte, Lewis reconheceu que é difícil saber, pois cada piloto possui sua própria jornada. E revelou ainda que não é fácil ser tão vocal quando não se tem apoio dentro da própria equipe.

“Não é fácil ser tão vocal. Muitos pilotos sofrem pressão de seus chefes. O meu [Toto Wolff, chefe da Mercedes] está comigo, é meu aliado, trabalhamos juntos — mas alguns não gostam disso. Tenho fé que vamos seguir no caminho certo e, no pior cenário, volto da aposentadoria para causar uns probleminhas”, concluiu aos risos.

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