Hamilton retorna em momento importante para Fórmula 1 e confirma força midiática

Lewis Hamilton rompeu o silêncio que durava desde o GP de Abu Dhabi do ano passado e, no instante em que fez o post, as redes sociais foram tomadas de assalto. “Estou de volta”, escreveu. O inglês retoma seus perfis em um momento dos mais importantes para o esporte, diante da investigação sobre as ações do diretor Michael Masi

“Fui. Agora estou de volta”. Foi assim, com uma frase curta, que Lewis Hamilton balançou as redes sociais neste sábado (5), aparecendo rapidamente no topo dos assuntos mais comentados do dia. O sete vezes campeão do mundo estava em silêncio desde o dia 12 de dezembro de 2021, quando perdeu o campeonato para Max Verstappen em uma das decisões mais dramáticas e polêmicas da história da Fórmula 1.

Hamilton falou apenas uma vez depois da bandeirada em Yas Marina – e somente obedecendo aos protocolos do esporte. A Jenson Button, ainda no parque fechado, o piloto da Mercedes reconheceu a conquista do rival holandês e destacou a excelência da garagem da estrela. “Primeiramente, parabéns ao Max e à equipe dele. Mas acho que nós também fizemos um trabalho incrível em 2021. Minha equipe, o pessoal da fábrica. Todos os homens e mulheres do time que trabalharam tão duro para a gente chegar até aqui. Foi uma temporada muito difícil, muito orgulhoso de todos”, disse Lewis, que não mencionou a confusão da direção de prova – ainda que tenha falado sobre manipulação, no calor do momento, enquanto voltava aos boxes.

Após a celebração do pódio, Hamilton deixou o circuito e foi visto oficialmente dias mais tarde, na Inglaterra, quando recebeu do Príncipe Charles, o título de Cavaleiro da Rainha, em cerimônia no Castelo de Windsor. O britânico sequer fez menção à nomeação em suas redes sociais e também não compareceu à festa de premiação da Federação Internacional de Automobilismo.

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Muito ativo em seus perfis, Hamilton decidiu se afastar completamente. E o silêncio do multicampeão foi sentido em todas as partes. E usado pela Mercedes como uma forma de protesto e cobrança contra as decisões atrapalhadas da chefia de prova do GP de Abu Dhabi. “Seria uma acusação para toda a Fórmula 1 se o melhor piloto decidir se aposentar por conta de decisões ultrajantes”, afirmou Toto Wolff, o chefe da esquadra alemã.

“Lewis, eu e toda a equipe estamos desiludidos. Nós amamos este esporte porque é honesto. O cronômetro nunca mente. Mas se quebrarmos esse princípio fundamental de justiça e se o cronômetro não for mais relevante, então você passa a duvidar do esporte. Que todo o seu trabalho, sangue, suor e lágrimas possam ser tirados de você. Vai levar muito tempo para digerir”, insistiu Wolff em outro momento.

O fim da corrida foi marcado pela indecisão sobre se os retardatários poderiam ou não recuperar a volta durante a presença do safety-car e, depois disso, a permissão apenas para aqueles que estavam entre Hamilton e Verstappen. A peculiar interpretação do regulamento feita pelo diretor de prova Michael Masi ganhou os holofotes, foi alvo de críticas e enfureceu a Mercedes.

Diante de tamanha repercussão, a FIA decidiu investigar as ações da parte final da etapa que decidiu o título mundial. Masi está no olho do furacão neste momento, bem como em alternativas para evitar que episódios como os da temporada 2021 se repitam. A entidade detalhou o processo que deseja conduzir e já começou a ouvir equipes, além de revisar as regras quanto aos protocolos do safety-car. E dentro desse planejamento, está marcada também uma reunião com os pilotos, que deve acontecer no começo deste mês ainda.

A dramática última volta do GP de Abu Dhabi de F1 (Vídeo: TSN)

O encontro com todos os competidores visa entender as decisões tomadas não só em Abu Dhabi, mas também no restante do campeonato. Nomes como Charles Leclerc, Carlos Sainz, Pierre Gasly, Daniel Ricciardo e Lando Norris descreveram como confusa a conduta da direção de prova e dos comissários em diversos momentos.

Outro ponto que reforça esse interessante cenário é o fato de que a FIA já abre a possibilidade de o australiano ser dispensado do cargo. Quem revelou foi Peter Bayer, agora diretor-executivo de monopostos, antes função do próprio Masi. “Michael fez um grande trabalho de diferentes maneiras, nós falamos para ele. Mas há, também, a possibilidade de termos um novo diretor de provas.”

Na verdade, pouco antes disso, o Conselho Mundial da FIA já havia removido o nome de Masi dos documentos oficiais no site.

O dirigente acredita que é preciso dividir as funções na Fórmula 1 para não sobrecarregar ninguém. “Estamos estudando dividir as várias atividades com o diretor de provas, que também é diretor-esportivo, de segurança e delegado da pista”, revelou Peter.

Michael Masi é o diretor de prova da F1 (Foto: Reprodução/F1)

“Era simplesmente demais. As funções precisam ser divididas entre várias pessoas, isso reduz o fardo nas costas do diretor de prova. No futuro, a pessoa será capaz de se concentrar nas suas responsabilidades, sem distrações”, seguiu.

Entende-se que tanto a Mercedes quanto Hamilton esperam uma ação significativa da FIA sobre o caso de Abu Dhabi – uma conclusão só será conhecida às vésperas do início da nova temporada, em meados de março. A multicampeã, inclusive, desistiu de apelar da decisão da direção de prova em uma corte superior, acreditando no reestabelecimento da confiança nos homens que comandam o esporte. E é claro que a FIA tem total interesse em manter o conjunto Hamilton-Wolff no grid, principalmente em uma fase de novos regulamentos e na iminente vinda de novas fábricas.

Portanto, essa primeira manifestação de Hamilton parece surgir em momento certeiro, uma hora decisiva não só para a F1, mas principalmente para a FIA. E no que ela deseja se transformar.

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