“Luta por sobrevivência” da Renault durante pandemia ameaça futuro na F1

Fora das pistas, a Renault negocia um empréstimo bilionário com o governo francês para não fechar as portas durante a pandemia do coronavírus. Drama financeiro é novo elemento que joga contra a permanência de longo prazo da escuderia na F1

Já é lugar comum falar sobre os impactos financeiros da pandemia do coronavírus. Algumas indústrias paralisaram quase por completo e vivem momento de reflexão sobre o futuro. Isso vale para a automotiva, que lida com queda drástica na demanda por novos carros. É nesse cenário que até mesmo a gigante Renault se vê com um problema grave: o futuro tanto da montadora quanto da escuderia de Fórmula 1 virou uma “luta pela sobrevivência”.
 
Essas são as palavras de Bruno Le Maire, ministro de finanças e economia da França, em entrevista ao jornal ‘Le Figaro’. Le Maire explicava a possibilidade de o governo local conceder um empréstimo de € 5 bilhões [R$ 30,1 bilhões], que virou a principal alternativa para evitar a falência da montadora. “Sim, a Renault pode desaparecer”, seguiu o ministro.
A pandemia do coronavírus deixa a Renault em situação delicada (Foto: Renault)
O objetivo do empréstimo, ainda não oficializado pelo governo, é deixar a Renault em posição de evitar demissões em massa e fechamento de fábricas. O objetivo é apoiar, mas pedindo algo em troca: de acordo com Le Maire, o acordo de empréstimo exige comprometimento com o desenvolvimento de carros elétricos e a realização de atividades de alta tecnologia em solo francês. Somando todos os planos de intervenção na França, Le Maire estima gasto de €  450 bilhões [R$ 2,7 trilhões].
 
A situação delicada da Renault fortalece a possibilidade de uma saída do grid da Fórmula 1, para onde voltou com equipe de fábrica em 2016. A possibilidade já era ventilada desde 2019, ficando mais forte em contexto de crise. A montadora precisou cortar salários de diversos funcionários durante a pandemia, incluindo Daniel Ricciardo. O australiano, aliás, já está confirmado como piloto da McLaren em 2021. O orçamento da escuderia em 2019 é estimado em US$ 272 milhões [R$ 1,5 bilhão].
 
A posição oficial da Renault, entretanto, é de comprometimento com a F1. A escuderia segue participando ativamente de negociações a respeito de mudanças no regulamento e no teto orçamentário, cada vez mais rígido. O chefe Cyril Abiteboul voltou a negar a possibilidade de deixar o grid, destacando que tais rumores “estão aí desde sempre”.
 

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