‘Mar Laranja’ lota autódromos, e Verstappen coloca Holanda novamente no mapa da F1

Max Verstappen arrasta multidões por onde passa na F1. A torcida laranja comparece em peso aos finais de semana de prova, com direito a uniforme, sinalizador e muita bagunça - e isso é ótimo para o esporte

É muito fácil identificar um fã de Max Verstappen. Não só por estar devidamente trajado de laranja da cabeça aos pés, mas por sempre estar acompanhado de muitas outras peças exatamente iguais a essa nos autódromos, principalmente da Europa. O 'Mar Laranja', como é conhecida a multidão que segue o holandês pelas corridas, começa a fazer a diferença não apenas na torcida, mas na significativa lotação dos GPs, nos últimos três anos.
 
Com ares de estádio de futebol, as arquibancadas tomadas pelos fãs ganham bandeiras, placas e até sinalizadores para incentivar um dos pilotos mais jovens do grid. Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull, também concorda, desde o início de Verstappen com a Red Bull, que o movimento iniciado pela torcida holandesa está trazendo público para as provas e que a massa laranja está, cada vez mais, ganhando volume.
 
“Eu não vejo nada assim desde os tempos de Schumacher, ou Alonso na Espanha, ou Nigel Mansell em Silverstone. Isso realmente teve um efeito enorme e esperamos ver isso em mais locais em corridas futuras”, afirmou depois do primeiro GP da Bélgica de Verstappen com a Red Bull, em 2016, apenas seu segundo ano como piloto. 
Uniformizados, os fãs de Verstappen tomam os autódromos (Foto: Twitter/Reprodução)
A rápida evolução do gigante “Mar Laranja” tomou as mesmas proporções da carreira de Verstappen. Quanto mais ele avançava, mais holandeses iam em busca de um ingresso para acompanhar o piloto e exibir os trajes inconfundíveis nas arquibancadas. Com a veloz ascensão do #33 – subida para o time titular no segundo ano de F1, vitórias e boas posições no campeonato –  a Holanda identificou no garoto um novo ídolo nacional e se prontificou a elevar o status do jovem de 20 anos. E, como não poderia deixar de ser, o piloto nota o barulho e a torcida mesmo de dentro do cockpit, na pista.
 
“Foi incrível ver tanto laranja [no GP da Áustria]. E aí, vencer a corrida e ver todos os fãs fazendo fila lá, é incrível. E isso é na Áustria, que ainda está a dez ou 11 horas da Holanda. É incrível que todos tenham vindo. Eu pude ver um pouco de fumaça laranja, eu pude vê-los torcendo, então acho que é isso é muito bom”, declarou depois da vitória no Red Bull Ring. 
 
Em meio aos altos gastos e questões financeiras enfrentadas pela F1 nos últimos anos, principalmente antes da chegada do Liberty Media ao controle da categoria, era bastante comum observar a ausência de pessoas em setores inteiros de vários autódromos. O próprio GP da Alemanha – que hoje recebe uma das maiores torcidas de Verstappen – sofreu com os problemas e viu a baixa na venda de ingressos como problema para liquidar os custos.
 
No entanto, esses espaços vêm sendo preenchidos ano após ano durante os finais de semana. Na Áustria, casa da Red Bull, o número bateu 20 mil fãs presentes em julho deste ano, segundo site australiano ‘GrandPrix’. Nenhum outro piloto atualmente possui torcida parecida e o movimento laranja pode ser comparado, no contexto desta temporada, apenas aos tifosi – fãs da Ferrari – e a festa na Itália. Ainda assim, é difícil não se impressionar com os poucos anos necessários para que Verstappen arrastasse uma multidão para as provas na Europa. 
Max Verstappen carrega torcida nos GPs da Europa (Foto: Twitter/Reprodução)
Sem previsões para sediar uma prova na casa dos holandeses, Charlie Whiting, diretor de provas da F1, reconhece que há um grande apelo para que a categoria retorne ao país, ainda mais com a garantia de um público fervoroso e fiel, que certamente lotaria as arquibancadas. Lee Van Dam, CEO do circuito de Assen, afirmou que teve uma reunião com a FIA, durante o GP da Alemanha, e que uma inspeção seria feita “nas próximas semanas”, indicando que a prova poderia entrar no calendário a partir de 2020 ou 2021.
 
“Tivemos uma boa reunião. Foi tudo muito positivo. Daqui a duas ou três semanas, eles virão a Assen para dar uma olhada na pista. Nós não temos certeza, mas se eles não vissem algo na coisa toda, eles não se incomodariam em vir”, declarou, na época, em entrevista para o ‘Autosport’.
 
O quanto a Holanda está no mapa da F1? Para voltar a sediar uma corrida, ainda é difícil saber, mas no suporte ao piloto da casa já se mostrou digna de entrar para a história. A 'onda laranja' que invade as pistas trouxe, além de cor, uma atmosfera única e que tem sido muito benéfica para o esporte em vários aspectos. 
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