Massa nega mágoa, mas diz que era “impossível ser feliz” com Alonso na Ferrari: “Saí no momento certo”

Felipe Massa fez novamente uma análise de seu período como piloto da Ferrari, entre 2006 e 2013. O brasileiro disse que não tem nenhum arrependimento ou mágoa, mas que, na fase em que teve Fernando Alonso como companheiro de equipe, foi impossível ser feliz em Maranello

Felipe Massa revelou que não sente qualquer arrependimento sobre os anos em que defendeu a Ferrari na F1. O brasileiro deixou a mais tradicional equipe do grid no fim de 2013, depois de oito temporadas em Maranello. O melhor resultado com os italianos foi em 2008, quando disputou o título com Lewis Hamilton até a última etapa, em Interlagos. E foi também a bordo do carro vermelho que Massa sofreu o pior acidente de sua carreira, em 2009. Nos últimos anos, Felipe enfrentou ainda dificuldades para impor um desempenho mais consistente, especialmente na disputa com o então companheiro Fernando Alonso, quando virou alvo constante dos críticos até ser substituído por Kimi Räikkönen. Ainda assim, o piloto de 34 anos não guarda mágoa. 
 
Após a Ferrari, Massa se juntou à Williams em 2014 e vem acumulando melhores performances e pódios nas duas temporadas recentes. "Vamos apenas dizer que eu fiz a coisa certa no momento certo", afirmou Felipe em entrevista ao jornal italiano 'La Repubblica'. "Era hora de mudar", completou o piloto, que recentemente teve o vínculo renovado por mais uma temporada com a esquadra inglesa.
 
"Minha história com a Ferrari foi linda, intensa, honesta. E uma prova disso foram os aplausos da torcida no pódio em Monza", disse o brasileiro, que terminou o GP da Itália, realizado há quase duas semanas, na terceira posição.
Massa foi ao pódio do GP da Itália neste ano (Foto: AP)
Ainda falando sobre os tempos de Ferrari, Massa reconheceu que sua posição caiu dentro da equipe com a chegada de Alonso em 2010. "No começo, eu era importante", contou. "Então, as coisas mudaram quando Alonso veio. Olhei ao meu redor e vi que de repente eu não tinha mais poder sobre as coisas, sobre os detalhes. E o nosso esporte é feito de detalhes."
 
"E você só pode alterá-los se tiver poder sobre eles. É tudo sobre poder e eu tinha perdido o meu. O sintoma mais óbvio era que eu não me sentia mais importante", explicou o piloto. "E isso ficava claro apenas olhando para as pessoas que estavam à minha volta. Era impossível ser feliz", acrescentou.
 
Massa ainda revelou que a posição tomada pela Ferrari com relação a Alonso foi errada, mas admitiu também que chegou a questionar a si mesmo no período em que dividiu os boxes com o espanhol. "Em diversas vezes, eu pensei que deveria ser menos amável com as pessoas. Que deveria ser mais duro e egoísta. Mas aí você olha para si mesmo e começa a colocar tudo na balança", explicou.
 
"Muitas coisas aconteceram comigo. Eu tinha como amigo uma lenda como Michael Schumacher e um menino de ouro como Jules Bianchi. Eu passei por duas ou três eras no esporte, eu vivi a injustiça, sujeira e o pior momento da minha vida, quando fui forçado a deixar o meu companheiro de equipe passar por mim, mas também ganhei muita coisa e, acima de tudo, eu curti os momentos bons", reconheceu.
 
"Eu caí muitas vezes, mas sempre me levantei. E não, não mudaria nada. Sempre fui eu mesmo, Felipe, e se isso me causou alguma dificuldade, então minha força me permitiu vencer, e isso me tornou um homem e um pai melhor", completou.
 
Por fim, questionado se teria alguma resposta para os críticos, Felipe disse: "Não, porque antes e depois eles também escreveram coisas agradáveis. O problema deles é a consistência."
 
"Se eu fosse dizer algo ruim para todos eles que mudaram de opinião, então não teria tempo de pilotar", brincou Massa.
 
Com o pódio em Monza, Massa pulou para o quarto lugar no Mundial de Pilotos e agora soma 97 pontos. A próxima etapa da F1 acontece neste fim de semana, nas ruas de Marina Bay, em Cingapura.
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