Massa vê Ferrari prejudicada por pressão de vencer, mas confia em melhora com “calmo” Binotto

A Ferrari, sem Mundial de Construtores desde 2008 e de Pilotos desde 2007, enfrenta a necessidade de acabar com um jejum já incômodo. Mas existe um problema: aos olhos de Felipe Massa, piloto de Maranello entre 2006 e 2013, o longo hiato significa uma pressão por vitórias que torna o trabalho mais difícil.

 

“Muitas coisas aconteceram do jeito difícil na Ferrari por causa de pressão”, disse Massa, entrevistado pela revista ‘Autosport’. “Eles sentem muito isso, sempre foi assim internamente. Já houve uma época em que eles sentiam menos porque tinham os resultados, isso na época do [chefe de equipe] Jean Todt. Jean era um cara com uma grande liderança em cada área da equipe. Ele fazia uma parte trabalhar com outra sem qualquer pressão. Depois disso, as coisas aconteceram de um jeito muito diferente. Agora a Ferrari está sempre sentindo pressão e obrigação de vencer, e esse é o problema”, apontou.

Após a saída de Todt, ao fim de 2007, a Ferrari embarcou em uma era de instabilidade na chefia. Stefano Domenicali, Marco Mattiacci e Maurizio Arrivabene ocuparam o posto ao longo da última década, com o último sendo trocado em janeiro por Mattia Binotto. Homem de longa trajetória na Ferrari, desde antes da chegada de Massa, Binotto é apontado como a pessoa certa para lidar com a pressão atual.

 

“Binotto é um cara calmo”, resumiu Massa. “Ele é um cara capaz de trabalhar com mais calma e talvez sentindo menos a pressão da Ferrari do que o Arrivabene sentiu. É um momento diferente para ele, que nunca foi chefe de equipe antes. Ainda precisamos ver como ele vai trabalhar porque estamos falando de uma mudança importante. Ele virou chefe, mas também vai estar na área técnica. Falando a verdade, isso pode ser bom. Desejo o melhor para ele porque o conheço desde que cheguei na Ferrari”, encerrou. 

 

A nova chance da Ferrari ser campeã da F1 começa em 17 de março, data do GP da Austrália, no Albert Park.