Verstappen triunfa em rivalidade contra nêmesis de uma vida apenas aos 24 anos

A carreira de Max Verstappen na Fórmula 1 tem tudo para ainda ser muito longa, mas o encontro com o algoz da vida aconteceu bastante cedo

F1 EM ABU DHABI: VERSTAPPEN PASSA HAMILTON NO FIM E É CAMPEÃO | Briefing

É verdade que Max Verstappen tem apenas 24 anos apesar de estar na sétima temporada como piloto de Fórmula 1. A carreira tende a ser muito longa, talvez historicamente extensa por ter estreado como o piloto mais jovem de todos os tempos no Mundial. Mas tudo isso não afeta em nada a seguinte declaração: o grande nêmesis da carreira é Lewis Hamilton, independente do quanto a história durar.

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Hamilton é um heptacampeão mundial e o maior vencedor da F1, o piloto mais popular de seus tempos e muito possivelmente o mais habilidoso. “Muito possivelmente” porque avaliar habilidade, talento, é entrar na zona do subjetivo, mas tal visão é justificada, evidente. Será difícil encontrar outra figura deste tamanho para se colocar em oposição ao longo da próxima década.

Sim, é possível que Verstappen encontre seu Nico Rosberg em algum momento. Uma rivalidade longa e dolorida com um contemporâneo. Talvez companheiro de equipe, até. Claro que no futuro haverá a discussão sobre qual a maior rivalidade de Verstappen, e pode até ser que tenha algum fundamento. Mas fato é que começar a brigar por títulos numa situação de tamanha ferocidade com o maior vencedor de todos é algo ímpar. É uma situação que não se repetirá pelo simples fato de que não tem como se repetir.

O fato de que Verstappen encarou a situação de frente e venceu é uma demonstração de que tipo de talento se trata: um unicórnio. Max não apenas passou o ano num nível altíssimo e quase sem erros – a classificação na Arábia Saudita foi o grande porém -, mas as nuances de um campeonato que nunca aceitou mostrar de verdade do que era feito.

Lewis Hamilton e Max Verstappen travaram uma das grandes brigas por título da F1 (Foto: AFP)

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A Red Bull começou o ano com melhor carro, mas perdeu e viu a Mercedes abrir com a caça de Hamilton a Max na Espanha como cereja do bolo. Na chegada às provas de rua em Mônaco e no Azerbaijão, tudo mudou: Verstappen tinha o melhor carro e passou a vencer e abrir. Para Inglaterra e Hungria, últimas duas provas antes do recesso de verão europeu, a Mercedes respondeu. E, sim, Verstappen ficou fora da briga em Silverstone por conta do acidente com Hamilton e teve um carro capenga em Hungaroring por conta do boliche de Valtteri Bottas, mas era a rival alemã quem mostrava ter melhor carro.

Na segunda parte do ano, a Mercedes ainda começou com tudo equilibrado, mas não demorou muito até a Red Bull abrir. Com quatro voltas para o fim do Mundial, os rubro-taurinos tinham o melhor carro, um piloto que não cometia erros e 19 pontos de vantagem. O título parecia questão de tempo. Aí, Brasil e uma remontada da Mercedes que foi digna das grandes campeãs da F1: carro melhor e três vitórias consecutivas, carregando tudo empatado em Abu Dhabi.

Agora, imagine: depois das batidas com Hamilton na Inglaterra e na Itália e mais um encontrão na Arábia Saudita, as intermináveis provocações e acusações entre os chefes de equipe e a perda de uma vantagem relevante perto do fim do Mundial para ir à decisão empatado com o maior piloto da história, como você reagiria aos 24 anos de idade?

A cabeça dos atletas de alto rendimento, sobretudo daquele no topo do esporte, é algo muito particular e que funciona de forma invejável sob pressão. Mesmo assim, a concentração e capacidade de reagrupar forças de Verstappen é praticamente um superpoder. E era apenas assim, como uma força além do comum, que seria possível superar Hamilton e a Mercedes em 2021, mesmo com carro melhor por boa parte do ano. Foi precisamente o que aconteceu.

Em meio ao tiroteio de Helmut Marko/Christian Horner contra Toto Wolff e vice-versa, as muitas teorias das conspiração, as acusações e provocações, Verstappen consegui manter a cabeça no lugar e somar todas as forças que tinha para superar o nêmesis mais poderoso que dá para imaginar. No desfecho, um épico instantâneo em Abu Dhabi, soube explorar o momento e reagir ao safety-car de última hora para passar nas duas últimas voltas. Um gigante que é não apenas Hamilton, o maior, mas também a Mercedes e sua operação próxima ao infalível.

Verstappen soube fazer falhar. É um feito para ficar na memória.

A última volta do GP de Abu Dhabi (Vídeo: TSN)
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