Verstappen trucida Pérez na estratégia e vence GP de Miami de Fórmula 1
Max Verstappen mostrou mais uma vez por que é o grande favorito ao tricampeonato da Fórmula 1 e fez uma corrida impecável em Miami neste domingo (7), chegando à sua vitória de número 38 na categoria
O GP de Miami foi decidido por aquele piloto que escolheu a melhor estratégia de pneus para as 57 voltas na corrida deste domingo (7). E se a classificação bagunçada pela bandeira vermelha causada por Charles Leclerc deixou no ar a expectativa de, no mínimo, uma nova vitória de Sergio Pérez — fator que mudaria a classificação —, eis que Max Verstappen tratou de mostrar por que é o grande favorito ao tri da Fórmula 1 em 2023.
Os pneus acabaram sendo o fator decisivo, e isso porque Verstappen, em nono no grid, optou pelos compostos duros para o primeiro stint. Era uma escolha óbvia, até, pois você retarda a parada o máximo possível para galgar quantas posições puder na pista. Só que calçado num RB19 nas mãos de Max, o que se viu foi mais um desempenho absurdo de um piloto merecidamente bicampeão da F1.
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Verstappen parou apenas na volta 45 de 57. No cronômetro, a troca de 3s1 da Red Bull o devolveu à pista atrás de Pérez, mas o próprio mexicano sabia que não seria possível fazer muita coisa. Ele lutou, é claro: deu o lado de fora ao final do retão, dividiu a curva 1 com muito arrojo, mas a verdade é que o #1 não teve dificuldades para chegar à sua 38ª vitória na carreira.
A Pérez, restou completar mais uma dobradinha da Red Bull, confirmando a superioridade dos taurinos comparado ao restante do grid. Fernando Alonso completou o pódio, seguido de um aguerrido George Russell em quarto.
Carlos Sainz, que protagonizou um bom duelo com o compatriota da Aston Martin pelo pódio por algumas voltas, acabou em quinto. Lewis Hamilton conquistou boas ultrapassagens nas voltas finais e ficou em sexto, à frente de um Charles Leclerc que passou boa parte da prova sofrendo para ultrapassar a Haas. Pierre Gasly, Esteban Ocon e Kevin Magnussen fecharam o top-10
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Confira como foi o GP de Miami:
O domingo em Miami começou com a chuva querendo roubar a cena, ainda que a possibilidade de precipitação para o momento da corrida fosse bastante remota. Contudo, o temporal que caiu sobre o circuito no entorno do Hard Rock Stadium foi suficiente para lavar a (pouca) borracha da pista e criar um fator a mais para a corrida.
Todo cuidado, portanto, era pouco, e os pneus mais uma vez teriam papel fundamental ao longo da corrida. Nas estratégias sugeridas pela Pirelli, médios e duros imperavam, com os macios aparecendo como opção apenas para uma perna final mais curta, numa tática de duas paradas.
O clima era mais um ponto preocupante, mas não pela remota possibilidade de chuva para o momento da prova. O vento forte que já havia atrapalhado alguns pilotos na classificação se intensificou no domingo, com rajadas podendo chegar a até 50 km/h.
Foi o vento, na visão de Christian Horner, a causa do erro de Verstappen no início do Q3 e que o jogou para nono no grid. Na pole-position, Pérez, que acabou levando sorte na bandeira vermelha causada pela batida de Leclerc a menos de dois minutos para o fim da classificação.
Alonso foi mais um que também viu o renascimento da Aston Martin em questão de minutos e alinhou ao lado do mexicano. A promessa, portanto, era de ataque total naquela que poderia ser, de fato, a grande chance de vitória da vida do bicampeão em uma temporada até o momento dominada por apenas um carro e, sim, um piloto.
Luzes apagadas, Alonso imediatamente forçou por dentro para manter a preferência no traçado na primeira curva, mas Pérez conseguiu se defender antes que o #14 tentasse qualquer manobra e contornou a curva 1 na liderança. Verstappen, por sua vez, levou um pequeno susto e chegou a perder uma posição, mas recuperou o posto antes mesmo do final do primeiro giro.
Magnussen foi quem partiu muito mal e viu o seu ótimo quarto lugar se transformar num sétimo em questão de instantes. No pelotão intermediário, Hamilton mantinha o 13º, à frente de Oscar Piastri, o piloto que mais conseguia posições ao saltar de 19º para 14º.
Na abertura da terceira volta, Pérez já colocava 1s6 sobre Alonso, que também conseguia manter Sainz numa distância que impossibilitaria a abertura da asa móvel. Enquanto isso, no giro seguinte, Verstappen continuava a sua escalada e deixava para trás de uma vez só Leclerc e Magnussen na reta principal, colocando-se no traçado certo no instante em que a dupla disputava posição. A ultrapassagem dupla deu ao #1 o sexto lugar.
A transmissão, então, mostrou a repetição da largada e alguns enroscos costumeiros, como o toque de Nyck De Vries em Lando Norris e o próprio Hamilton sinalizando pelo rádio que havia tocado em alguém, mas ouvindo do engenheiro que não havia motivos para preocupação, uma vez que o carro parecia ok.
Volta 6, e a melhor marca da pista já era de Verstappen: 1min32s753, e detalhe: com pneus duros. Russell já fazia uma linha defensiva à frente do piloto da Red Bull para retardar ao máximo a ultrapassagem que seria questão de tempo. A sorte para o inglês era que ele estava a 0s4 de Gasly, mas nada pôde fazer ao final do retão de Miami: Max colocou por dentro na curva 17, uma posição que foi decidida totalmente na superioridade do RB19 frente ao W14, já que os dois estavam com o DRS ativo.
A tentativa sobre Gasly foi no mesmo ponto, e novamente Verstappen prevaleceu. Russell veio no embalo e também tomou o posto, jogando o #10 da Alpine para sexto.
Enquanto isso, Hamilton se via numa briga pelo décimo lugar contra Alexander Albon, Nico Hülkenberg e Valtteri Bottas, com as diferenças entre os quatro variando entre 0s4 e 0s6 — o famoso trenzinho do DRS, onde geralmente ninguém passa ninguém. Na frente, Pérez fechava o 12º com o melhor tempo, mas foi superado imediatamente pelo companheiro de equipe, já a 1s1 de distância para brigar pelo pódio.
Na 13 de 57 voltas, Leclerc buscava de todas as formas algum espaço para buscar a ultrapassagem sobre Magnussen, enquanto Ocon já surgia na cola do monegasco. Verstappen também já mudava o traçado para cima de Sainz e precisou apenas esperar o melhor ponto para deixar a SF-23 para trás. E mais uma vez, o local escolhido foi o final da longa reta do circuito de Miami. Alonso, sabendo que não teria nenhuma chance para oferecer resistência, apenas cuidou de não causar nenhum acidente para lutar por mais um pódio.
A janela de pit-stops começou para valer no giro 15, com Magnussen calçando a borracha mais dura. Gasly e Bottas também entraram na sequência e colocaram o mesmo composto. Na pista, Pérez comunicava ao engenheiro que os pneus dianteiros já davam sinais de desgaste, mas seguiu na corrida.
Volta 18, Russell e Leclerc realizaram suas trocas e também colocaram pneus duros. Sainz, por sua vez, tentava a todo custo resolver a disputa com Alonso antes da parada, mas teve de entrar nos pits fritando pneus a torto e a direito para não exceder o limite de velocidade. No cronômetro, novamente a Ferrari dava aula com uma troca de 2s2, a mais rápida do GP até então.
O #55 voltou à pista atrás de Hamilton, e já que o heptacampeão não conseguia superar Hülkenberg, o melhor a ser feito foi não atrapalhar a briga do piloto da Ferrari pelo pódio.
No giro 21, a Red Bull chamou Pérez para a troca de pneus, e a vantagem para Verstappen era de pouco mais de 1s5. O mexicano retornou à corrida em quarto, logo à frente de Sainz, que recebia o aviso de uma possível infração nos boxes com a parada. E, de fato, a freada no limite não foi o bastante: 5s de punição por exceder a velocidade máxima permitida.
Volta 24, e Verstappen seguia na liderança, com quase 5s de vantagem para Alonso, que esticava a primeira perna com os compostos médios além do esperado. A distância para Sainz era de 18s4, o que poderia manter o asturiano à frente do piloto da Ferrari na pista após a parada.
Fernando, então, foi chamado aos pits, mas o trabalho de 2s7 da equipe de Silverstone fez o #14 voltar atrás do compatriota da Ferrari. Dos cinco primeiros, apenas Verstappen e Ocon — ambos com pneus duros para o primeiro stint — ainda permaneciam na corrida sem pit-stop.
Mais três giros, no entanto, Alonso buscou o vácuo ao final da reta e deixou Sainz para trás, recuperando o que seria o terceiro posto quando as posições fossem restabelecidas. O bicampeão, aliás, nem quis esperar pela parada de Ocon para já aparecer em terceiro. Carlos também não perdeu tempo e, depois de superar o representante da Alpine, voltou ao seu duelo particular de espanhóis em Miami.
Nesse meio tempo, Pérez pedia à equipe para informá-lo sobre o ritmo de Verstappen. “31s8”, ouviu do engenheiro, e a diferença de pista, com cerca de 30 voltas completadas, era de 16s1 — em teoria, insuficiente para o holandês parar e voltar ainda na liderança, mas o bastante para deixar a disputa pela vitória completamente aberta.
Giro 36, e ainda com os mesmos pneus, Verstappen cravava 1min31s225, buscando deixar a desvantagem na pista para Pérez em torno dos 16s. Ao mesmo tempo, Leclerc seguia seu calvário contra Magnussen numa briga que valeria o pontinho final da corrida. A disputa até que rendeu boas trocas de posições entre a dupla, mas a falta de rendimento da Ferrari contra a Haas era de assustar.
Na volta 39, a distância entre Verstappen e Pérez subia para 17s3, o que já permitiria ao #1 até voltar à frente, caso a Red Bull fosse impecável na troca. Mais um giro, e o holandês ganhava 0s3 de vantagem, aumentando a distância para 17s6.
Na volta 42, a distância já era de 18s1. A vitória de Max começou a ficar ainda mais madura, uma vez que ainda teria a vantagem de, no confronto direto, ter pneus médios em condições muito melhores. E foi exatamente o que aconteceu.
Verstappen enfim fez a sua parada no 45º giro da corrida. A troca de 3s1 foi insuficiente para devolver o holandês à frente de Pérez, mas isso definitivamente não seria preciso. Sergio lutou muito, é verdade: impediu o ataque natural no final do retão, dividiu curva e tudo mais, mas foi apenas um exercício de paciência até confirmar o primeiro posto.
O GP de Miami ainda viu algumas boas trocas de posições entre Leclerc, Hamilton e Gasly nas voltas finais, com o piloto da Mercedes prevalecendo e ficando com o sexto posto. Porém, nada do que aconteceu foi o bastante para ofuscar mais uma performance incontestável de Max na Fórmula 1.
F1 2023, Miami, Corrida, Resultado Final:
1 | M VERSTAPPEN | Red Bull RBPT | 57 voltas |
2 | S PÉREZ | Red Bull RBPT | + 5.384 |
3 | F ALONSO | Aston Martin Mercedes | + 26.305 |
4 | G RUSSELL | Mercedes | + 33.229 |
5 | C SAINZ | Ferrari | + 42.511 |
6 | L HAMILTON | Mercedes | + 51.249 |
7 | C LECLERC | Ferrari | + 52.988 |
8 | P GASLY | Alpine | + 55.670 |
9 | E OCON | Alpine | + 58.123 |
10 | K MAGNUSSEN | Haas Ferrari | + 1:02.945 |
11 | Y TSUNODA | AlphaTauri RBPT | + 1:04.309 |
12 | L STROLL | Aston Martin Mercedes | + 1:04.754 |
13 | V BOTTAS | Alfa Romeo Ferrari | + 1:11.637 |
14 | A ALBON | Williams Mercedes | + 1:12.861 |
15 | N HÜLKENBERG | Haas Ferrari | + 1:14.950 |
16 | G ZHOU | Alfa Romeo Ferrari | + 1:18.440 |
17 | L NORRIS | McLaren Mercedes | + 1:27.717 |
18 | N DE VRIES | AlphaTauri RBPT | + 1:28.949 |
19 | O PIASTRI | McLaren Mercedes | + 1 Volta |
20 | L SARGEANT | Williams Mercedes | + 1 Volta |