McLaren fala em “justiça na F1” e pede à FIA “revisão séria” de punição a Norris no Catar

Embora tenha reconhecido que a punição a Lando Norris no GP do Catar “foi merecida”, a McLaren cobrou uma “revisão séria” do caso à Federação Internacional de Automobilismo (FIA), já que considerou que houve uma falta de proporção à gravidade da infração. O chefe, Andrea Stella, argumentou que tal análise se faz necessária para que “a justiça faça partes das corridas de Fórmula 1“.

Norris tomou um stop and go de 10s — uma das sanções mais severas previstas — por ter acelerado em trecho sob dupla bandeira amarela. O fato aconteceu na reta dos boxes, e a sinalização se deu por causa do retrovisor de Alexander Albon que estava no meio da pista.

A entidade, aliás, alegou que não acionou o safety-car virtual durante o ocorrido porque o detrito “era pequeno e estava fora do traçado da corrida”. Só que Valtteri Bottas acabou passando por cima do espelho e espalhou sujeira por todo o lado. Lewis Hamilton e Carlos Sainz, que vinham logo atrás, sofreram furos nos pneus.

A punição jogou Norris para fora do top-10, mas ele conseguiu se recuperar e ao menos cruzar a linha de chegada em décimo, marcando 1 ponto. Stella falou com a imprensa sobre a decisão dos comissários.

“Ela nos leva a dois requisitos importantes que todos nós, tenho certeza, gostaríamos de saber que são aplicados quando se trata da aplicação de uma punição. O primeiro é a proporção e o segundo é a especificidade”, começou.

“A aplicação da punição não atende a ambos. A especificidade tem a ver com o caso que realmente está sendo considerado. Existe um perigo imediato para alguém? Existe uma cena de acidente? Isso leva à proporção — a punição precisa ser proporcional, proporcional à gravidade da infração”, continuou.

“É interessante que a própria FIA ficou entrando e saindo com a bandeira amarela até, em algum momento, ela ser removida. O que dá uma ideia do quão grave é a situação. Lando não diminuiu a velocidade, mas a falta de qualquer especificidade e proporção é muito preocupante e também é um fator que pode ter impacto decisivo no campeonato”, salientou.

Em seguida, o líder da McLaren disse que a FIA tem de considerar o fato “muito seriamente se quisermos que a justiça faça parte das corridas de F1”. “Esperamos que este caso envolvendo uma punição tão severa seja revisado pela FIA, e certamente há material para melhoria.”

“Esperamos que seja revisado, mas não queremos comentar nada sobre mudanças de diretor de prova. Não temos elementos para julgar. Nós apenas confiamos na instituição que está lá para fazer esse trabalho. Estou pensando no futuro da F1, não neste evento especificamente”, encerrou.

A Fórmula 1 retorna já neste fim de semana, entre os dias 6 e 8 de dezembro, com o GP de Abu Dhabi. Será a 24ª e última etapa da temporada 2024.

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