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Claramente, Fernando Alonso não, mas a McLaren teve uma paciência de monge com a Honda nestes quase três anos de parceria. O engessado Ron Dennis teve de passar a equipe para as mãos de Zak Brown, e sua verve de marqueteiro funcionou até onde foi possível para driblar os problemas – fato claro e explícito visto nas 500 Milhas de Indianápolis. Mas o motor não houve de apresentar uma melhora significativa. A última cartada dos japoneses foi recorrer a Mario Illien (Ilmor), habilidoso desenvolvedor. O trabalho tem sido feito, mas é tarde demais.
Alonso foi para as férias exultante com o sexto lugar no GP da Hungria achando que fosse voltar com uma espécie de ‘McLaren B’. Para resumir, praticamente abandonou o
GP da Bélgica porque quis e porque acharam por bem não forçar a unidade de potência, ainda que os dirigentes da Honda tivessem exibido um orgulho duvidoso ao anunciar que não havia problema algum com o produto. Mutável no humor e nos prazos, o espanhol vê setembro chegar engolindo a seco o que vem aí: Monza. É o combo perfeito para punições – já estão previstas –, déficit de velocidade nos retões e queixas.
À primeira parte: para que se livre da Honda, a McLaren tem de achar um destinatário e arcar com a entrega rápida. Só pode ser a Toro Rosso. Com quem a Honda já teve conversas
e não rolou. Agora, há uma segunda rodada de negociações, e com anuência da Red Bull. A Honda não está lá muito feliz, mas é o que tem para hoje e amanhã. Vai que a Red Bull, vendo que a Toro Rosso não sai daquela moita, resolva fazer uma proposta irrecusável – venda da equipe. Aí a Honda não teria ninguém lhe pressionando 24/7.
Fernando Alonso (Foto: McLaren)
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Só assim para que a McLaren forme laços com a Renault. É a segunda parte. Alonso-Renault é uma parceria de dois títulos (2005 e 2006) e seria a terceira vez que as partes voltariam a estar juntas – a outra foi entre 2008 e 2009, um biênio-trampolim para a ida do piloto para a Ferrari. Amores e passados à parte, a marca francesa passa por um momento que, se não é problemático como o da Honda, periga ser.
A Renault não faz um motor condizente há algum tempo. Dois anos atrás, a
McLaren da vez era justamente a Red Bull. Dietrich Mateschitz, Christian Horner e a turma toda desancavam a falar mal dos propulsores, que deviam, e muito, em potência para a Mercedes. Do outro lado, o diretor Cyril Abiteboul rebatia e dizia que o problema estava no chassi. Aí veio o divórcio. Só que ninguém podia (quis) oferecer motor para a Red Bull. Com o pires na mão e a xícara de energético, a cúpula da equipe partiu para reatar a relação. Mas para não exibir o nome da montadora, deu um jeito de rebatizar a unidade
com a marca de um relógio, Tag Heuer.
Max Verstappen (Photo: Xavier Bonilla / Grande Premio)
Seja como for, a Renault admite que seu motor não é o mais confiável do mundo e que tem trabalhado para solucionar os problemas. Não é uma tarefa fácil. Há muita pressão, até porque tem de cuidar para que a equipe de fábrica evolua o suficiente para que seus pilotos – Nico Hülkenberg, na realidade – supere a Williams – Felipe Massa – no
Mundial de Construtores. É plenamente possível diante da draga que a Williams tem sido desde o GP da Áustria, mas esta equipe tem um ponto a seu favor: o carro quase nunca quebra e o motor Mercedes nunca é problema.
Assim, a McLaren sabe que pode trocar o pior pelo menos ruim. A Honda sabe que pode dar um passo atrás sem dar dois à frente. A Renault sabe que pode colocar sua cabeça ainda mais em risco tendo mais pressão sobre si. E no centro disso, Alonso e Verstappen, os astros apagados pela falta de qualidade de seus equipamentos, um com futuro curtíssimo na F1 – e com a Indy se escancarando para ele – e outro com vida longa pela categoria sem ter o que fazer no momento.
ALONSO COLHE O QUE PLANTA E FICA SEM NOVAS ALTERNATIVAS NA F1 PARA 2018
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