McLaren se aproveita de revés da Ferrari e só desastre em Abu Dhabi tira título na F1
A McLaren fez o que tinha de fazer e está mais perto do que nunca de encerrar um jejum que já dura 26 anos. Na disputa contra outra gigante do grid, a equipe laranja anulou a Ferrari e dominou a primeira fila. Agora, resta apenas cumprir o combinado e levar para casa o Mundial de Construtores — enquanto ninguém parece forte o bastante para desafiá-la
A McLaren cumpriu o prometido e larga favorita neste domingo em Abu Dhabi. Não só à vitória, mas especialmente no que diz respeito ao Mundial de Construtores. E a vantagem é grande o suficiente para dizer que ninguém realmente tem o que é preciso para desafiá-la em Yas Marina e que o time só perde para si mesmo. Lando Norris é quem sai na pole, depois de uma volta primorosa no Q3. Oscar Piastri, que chegou a ter o primeiro giro eliminado, se recuperou e vai alinhar ao lado do companheiro de garagem. E assim a equipe papaia tenta encerrar um jejum histórico. Desde 1998 não leva uma taça para casa entre os construtores e agora só tem a Ferrari como adversária. Mas os italianos precisam de (muita) sorte e até um pouco mais para também quebrar um longo período de seca.
O caso é que o carro laranja domina todos os aspectos do traçado de Yas Marina. As curvas de baixa e média velocidade são o grande trunfo, aliado a uma performance consistente em reta. Até o momento, o MCL38 não revelou nenhum problema particular com pneus ou a temperatura do asfalto. Tudo caminha para uma corrida de desempenho absoluto, mas será importante ter atenção. Afinal, a própria McLaren já deixou oportunidades como essa passarem ao longo da temporada.
“Dia perfeito para nós. Provavelmente um pouco mais difícil do que esperávamos, fomos muito rápidos todo o fim de semana. Estamos satisfeitos com 1-2, mas foi mais complicado do que queríamos. Minha volta no fim foi forte. É como queríamos terminar hoje”, afirmou Norris após garantir a posição de honra no grid.
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“Temos de bater a Ferrari, mas queremos fazer com estilo. Queremos vencer e eu quero vencer. Sabemos o que precisamos fazer, então vamos manter o foco. Estamos aqui para ganhar de qualquer forma, amanhã temos chances com os dois carros. Vamos dar tudo, mas temos em mente o que temos de fazer para alcançar o objetivo”, completou.
De fato, está tudo a favor dos laranjas, que sustentam ainda 21 pontos de vantagem sobre a Ferrari. Que vive um fim de semana no melhor estilo da montanha-russa que possui nos arredores da pista árabe. Isso porque Carlos Sainz foi capaz de manter a escuderia no páreo — ou o mais próximo disso, com a terceira colocação no grid. É o espanhol, que faz a última corrida de vermelho antes de partir para Williams, quem terá a responsabilidade de tentar criar alguma ameaça aos ingleses. Mas não será fácil.
“Se esta pista fosse feita de retas longas e só com curvas 6 e 7, então acho que voaríamos aqui”, disse Sainz. “Mas infelizmente também há as curvas 1 e 9, pontos onde a McLaren está um passo à nossa frente. Acho que o carro deles está claramente à vontade neste tipo de pista, é uma pena que nas duas últimas corridas da temporada os circuitos foram menos favoráveis a nós. No fim, certamente, não é culpa das pistas, deveríamos ter pensado nisso antes”, emendou o piloto #55.
“Mas vou dar tudo de mim. Hoje forcei na classificação como nunca antes, pois queria dar a mim mesmo a melhor chance para amanhã. Pode ser a última vez que brigo pela vitória ou pelo pódio por um tempo”, acrescentou Carlos.
Já Charles Leclerc seguiu lidando com perrengues — esse é o ponto mais baixo da montanha-russa ferrarista. Não bastasse a punição pela troca de componentes, ainda teve sua melhor volta eliminada nos instantes finais do Q2. Apesar de tudo, o monegasco demonstrou que poderia ter sido um obstáculo maior, se as circunstâncias fossem diferentes. No entanto, Leclerc parte somente em 19º. E terá de lançar mão de uma estratégia mais agressiva e de risco, torcendo também para que a sorte sorria.
“O título está perdido? Não, eu acredito nele até o fim, até a última volta eu vou acreditar nele”, falou Charles.
Mas há também um outro fator com potencial para atrapalhar a vida da Ferrari. Embora o sábado de Max Verstappen tenha sido complexo e que ele mesmo esteja mais ansioso pelas férias do que pela corrida deste domingo, o ritmo da Red Bull deve colocá-lo mais à frente. Ainda, após a punição a Nico Hülkenberg, o tetracampeão vai largar em quarto e pode virar um elemento decisivo desde o apagar das luzes em Abu Dhabi. E com o tempero de ter logo na fila atrás um George Russell querendo a revanche.
Neste cenário, a prova derradeira da temporada também caminha para um desafio estratégico. A Pirelli, fornecedora única de pneus, trabalha com uma previsão de apenas um único pit-stop, na combinação mais provável de pneus médios e duros. Ainda assim, a fabricante não descarta um desgaste mais acentuado e, portanto, alguma mudança nesse roteiro — ou seja, um tática de duas paradas, tentando driblar o adversário ou aproveitando uma eventual entrada do safety-car. Isso aconteceu em 2023. Então, todo cuidado é pouco — principalmente para a McLaren.
O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP de Abu Dhabi, em Yas Marina, e transmite classificação e corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no YouTube. Depois das atividades de cada dia, debate tudo o que aconteceu no Briefing. A largada da corrida em Abu Dhabi será no domingo (8), às 10h (de Brasília, GMT-3).
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